Barcelinter ou Interlona?

Ainda às voltas com a mudança, situação agravada com o início de uma reforma, começo a perceber devagarinho aonde eu fui parar. O vizinho da casa da frente e seus filhos, mais ou menos meia dúzia, são colorados. No prédio do lado direito, de quatro apartamentos, desconfio que são todos colorados. Ontem, contra o Cruzeiro, cheguei a imaginar que o Inter disputava o título da Libertadores tamanha a gritaria a cada gol ou ameaça de gol.

Lá pelas tantas, tirando as tralhas das caixas (o que eu tenho de coisa que eu não via há décadas é um absurdo. Até minha carteirinha de sócio do Grêmio dos anos 70 eu achei), em meio a algaravia (vou começar a fazer como alguns colunistas, que escrevem garimpando palavras pouco usuais no dicionário) oriunda dos meus ruidosos vizinhos, ouvi uma expressão que me deixou boquiaberto e, por segundos, paralisado, estanque.

– Esse time é o Barcelinter!

Será que ouvi direito? Barcelinter? Pensei com meus botões, sacudindo o pó de uma flâmula com os dizeres ‘Grêmio, Campeão Mundial de 1983’.

– Inter agora é o Barcelinter!, repetiu o tresloucado torcedor, provavelmente após alguma jogada maravilhosa contra o pobre Cruzeirinho (sacanagem essa de tirar os pontos) do meu amigo Ernani Campello.

Eu confesso que já havia detectado um excesso de entusiasmo por parte de alguns colorados amigos e parentes, principalmente depois do primeiro tempo do jogo contra o poderoso Once Caldas dentro do Beira-Rio. Eu disse ‘primeiro tempo’, não foi nem o jogo todo.

Minha tinha Loni saiu do Beira-Rio nas nuvens naquela noite. Telefonou para dizer que o Inter era uma academia de futebol, jogava por música. Ela e outros tantos colorados estão encantados. O mesmo deslumbramento percebo em setores da mídia. Daqui a pouco vão se derreter:

‘O Inter não joga, o Inter dá show.’

‘O Inter não deve cobrar ingresso, mas sim couvert artístico.’

Oscar, pelo que tenho lido e ouvido, está jogando muito. Ainda não ouvi alguém dizer que ele é o Messi do Inter, mas esse dia irá chegar, ah vai. Por muito menos, um colunista comparou Taison a Messi tempos atrás. O papel e o microfone aceitam tudo.

Bem, quando alguém gritar que Dorival Jr é o Guardiola brasileira eu fecho o boteco, suspendo a produção da imbatível 1983, e vou me dedicar ao cultivo de begônias, tulipas e orquídeas.

Inter agora é o Barcelinter, ou será Interlona?

O que não faz um campeonato gaúcho…

CALOR

No ano passado, ou foi no retrasado, já nem sei, o Sindicato dos jogadores de futebol do RS conseguiu impedir a realização de jogos em determinados horários em função do calor. Ganhou uma baita vitrine. Foi imitado até em outros Estados. Sábado, teremos jogos com temperatura beirando os 40 graus. E aí?

MICO

Qual o maior mico do ano na temporada de contratações. Eu imaginava que nada iria superar a viagem dos três patetas, digo, dos três dirigentes à Europa para contratar Giuliano. Mico porque quando o dirigente já negocia há algum tempo e depois cruza o Atlântico é para fechar negócio. Quando vão em três, então, é pra trazer nem que seja a força. Os três turistas, digo, três dirigentes, voltaram constrangidos, mas certamente prontos para outra. Afinal, quem banca é o clube.

Bem, o Inter não ficou atrás. O clube praticamente anunciou a contratação do Rafael Toloi. O zagueiro desembarcou em Porto Alegre, deu entrevistas e tudo mais. Só faltou vestir a camisa rubra. Sobraram elogios para Fernandão, que, graças à sua ligação com o Goiás, teria conseguir contratar um jovem e promissor zagueiro, inclusive vencendo a disputa com o Grêmio. Fernandão foi festejado. ‘Isso sim é que diretor de futebol remunerado”, ouvi dizer. O constrangimento mudou de lado: Toloi não vem mais.

Qual o maior mico? Acho que dá empate.

GRÊMIO

Não escrevi nada sobre o Grêmio porque estou ficando apavorado. Se Facundo e Souza não derem certo, adeus Copa do Brasil. Sem meio de campo não tem como conquistar algum título, nem mesmo o Gauchão.

Sobrevivente da mudança

As mudanças são sempre difíceis. Algumas são para melhor, outras para pior, e outras muito antes pelo contrário.

Neste sábado, estive envolvido com mais uma mudança de residência em minha vida. Já tive muitas. Meu pai, radialista no Interior, parecia um cigano. E eu um ciganinho.

Quando completei 18 anos, depois de escapar do quartel me mandei para Porto Alegre. Foi uma das tantas mudanças marcantes da minha vida. Esta foi especial. Era o corte do cordão umbilical. A partir dali, eu que me sentia adulto e independente, seria mais eu. Bobagem.

Depois, foram outras mudanças. E não apenas domiciliares, claro. Imagino que esta de sábado tenha sido a última. Quer dizer, a penúltima. A última mesmo, eu espero que demore muuuuito.

(Ainda quero ver o Grêmio tricampeão mundial e o Inter pelo menos bi da segundona.)

Assim, envolvido com mobília, caixas e mais caixas de roupas e bagulhos, livros, Cds, vinil, garrafas de cerveja 1983, Kidiaba, Mazembier e um monte de outras coisas, não tive tempo, nem vontade, de assistir ao jogo do Grêmio, sábado, menos ainda ao do Inter, domingo.

O resultado do Grêmio fiquei sabendo domingo no começo da tarde. Fiquei surpreso. Tinha certeza de que o time melhoraria com a entrada de um volante, Gilberto Silva, na posição de volante, e d0 fim da invenção de Marquinhos como segundo volante. Mudança que caía de maduro.

Vi os gols e confesso que vibrei com os gols dos zagueiros. Torço muito principalmente pelo Grolli, que veio do Interior como eu, que chegou aqui desacreditado, como eu, mas já com emprego garantido, ao contrário de mim naquele início dos anos 70.

Se não me engano Naldo pegou rebote de um cabeceio de Groli no primeiro gol. Depois, o catarina de Chapecó fez o dele, o segundo seguido. Soube que a zaga vazou no segundo tempo tempo.

Antes de condenar a zaga, eu, que me tornei um zagueiro de elevada técnica quando já não tinha fôlego para jogar na meia, acuso o meio de campo.

O Grêmio não vai a lugar algum com os meio-campistas de que dispõe. Repito: só tem um titular mesmo, o Fernando. O resto é banco de um time que realmente quer algo mais que brigar pelo Gauchão.

O meio é a alma, o coração que faz pulsar uma equipe de futebol. Sem um meio de campo forte e técnico, que se impõe, não há defesa nem ataque que resolvam.

Já o Inter, pelo que soube passeou no Centenário. O Inter é, hoje, a grande equipe do futebol gaúcho, sem dúvida. O Grêmio, por enquanto, não dá nem pra saída.

Assisti a uns lances selecionados pelos colorados da Globo mostrando o quanto apanha o ‘coitadinho’ do D’Alessandro.

Gostaria que eles tivesse exibido, também, o lance criminoso do zagueiro Jackson em Mário Fernandes no Gre-Nal.

Nenhuma das entradas ‘violentas’ no argentino enfezado se compara a trombada que Mário Fernandes sofreu e que tem como resultado seu afastamento do futebol por três meses.

Mudei só de casa. No mais, continuo o mesmo, agora, por causa do Grêmio, casa vez mais amargo.

Onde está Wally, digo, Ilgo?

Diante de mais uma crise técnica do Grêmio (elas emendam uma nas outras agora), tenho que inventar algumas coisas pra me distrair.

Fico meio nostálgico. Lembro do Gauchão de 77, quando o Oberdan parou o ataque colorado.

Lembro do Brasileiro de 1981 (já contei aqui como eu ajudei o Grêmio a ser campeão, mas posso repetir se os pedidos forem muitos); aquele gol histórico do Baltazar sobre  o SP (que tinha a metade da seleção) para calar a boca do Paulo Santana, que não parava de cornetear o artilheiro de Deus. Ah, e o mundial de 1983, quando um clube gaúcho conquistou pela primeira o título.

A cerveja 1983 está aí pra que uns e outros não esqueçam.

Aí, revolvendo coisas antigas (estou mudando de domicílio neste sábado), eis que deparo com fotos interessantes.

Vejam a foto abaixo, amigos e eventuais desafetos. É lá do início dos anos 80.

É o time da redação do Correio do Povo/Folha da Tarde, contra a seleção dos funcionários da Caldas Júnior. Acho que perdemos, mas isso não vem ao caso.

Na foto aparece este que vos fala, além do Hiltor Mombach, do Nilson Souza (o melhor texto do RS) e o Jurandir Soares, goleiraço, comentarista de política internacional.

Bem, o primeiro que me achar nesse bolo vai ganhar três long neck (a propósito, o Pablo Retamoso, de Veranópolis, já veio buscar as suas referentes ao teste anterior; muita sede o rapaz).

É imitação do ‘onde está Wally?’.

O primeiro que achar o Nilson e o Hiltor leva uma long neck por acerto (a cotação deles aqui no meu boteco é menor).

O bom desse negócio é que a gente fica certo de que o tempo é cruel.

Se alguém pensa que isso é uma fuga da realidade…

Acertou.

Biteco e Grolli salvam o time

Não gosto de ser repetitivo. Não abri esse boteco pra dizer as mesmas coisas. No jornal, era obrigado a escrever. Aqui, não. Escrevo a hora que eu quero, e já não preciso parecer isento, falar do Inter quando não tenho vontade, por exemplo. Sempre tive a pretensão de que o que eu escrevia poderia ajudar o Grêmio, mas ao mesmo tempo sempre tratei das coisas do Inter com respeito e isenção.

Essa introdução toda é para dizer que o Grêmio continua o mesmo. A diferença é que hoje achou um gol no último segundo twmpo. Gostei que foi o Grolli, torço por esses jogadores que saem do interior sem prestígio, quase desconhecidos. É como se torcesse por mim quando desembarquei na rodoviária de Porto Alegre vindo de Lajeado pelo Expresso Azul, lá no começo dos anos 70, pensando em fazer medicina.

Não sei mais o que escrever sobre o time do Grêmio que eu já não tenha escrito.

O Ypiranga morreu no segundo tempo. Ypiranga era o nome do meu time de botão naqueles tempos da juventude.

Vamos ao que interessa: nada está bem no time. Nada. Quando eu afirmo isso estou pensando em adversários mais fortes. Não no Ypiranga, que é forte candidato ao rebaixamento no Gauchão.

O centro do problema é o meio de campo. Não funciona. Marco Antônio é uma fraude. Como é que um sujeito que era estrela da Portuguesa não consegue jogar nem contra esse modesto time de Erechim? Será que a camisa do Grêmio pesa tanto assim?

Marquinhos de segundo volante. Contra um time fraco ele até quebra o galho. Não entendi sua substituição. Ele estava armando bem o jogo vindo de trás no segundo tempo, sem marcação. Aí, o Caio Jr. o substitui. Por que? Cansaço de novo? Bem, como efetivar um jogador se ele não é capaz de resistir 90 minutos? Acho que Caio Jr errou ao sacar o Marquinhos. Não que ele seja um grande jogador. Não é. Um time que ambiciona grandes títulos não pode ter Marquinhos e Marco Antônio como titulares. Pelo que estão demonstrando, não servem nem para disputar título do Gauchão.

Biteco entrou e deu alguma esperança. Quem o viu jogar na base sabe que ele bate muito bem na bola. Sorte que o Fernando o deixou cobrar a falta no finalzinho. O piá teve personalidade e assumiu a bronca. Meteu na área, Grolli mandou para a rede.

Biteco, pela qualidade e ousadia, e Grolli, pela garra e valentia, sinalizam nesta noite abafada, depois de outra atuação frustrante do time, que na ausência de grandes jogadores, a gurizada pode ser o caminho da salvação.

Mas é claro que eles precisam de um tempo, um tempo que na realidade não existe.

Não existe pra eles. Não existe, principalmente, para o Caio.

Olímpico Imortal

Está no ar o Olímpico Pra Sempre (WWW.olimpicoprasempre.com.br), um site que pretende ser um grande memorial virtual do torcedor sobre o nosso querido Estádio Olímpico.

A ideia é juntar, num único lugar, depoimentos e memórias de todos os gremistas, desde o torcedor que foi uma única vez ao Monumental até os ídolos da torcida, que viveram grande parte da sua vida nele. Futuramente, todo o material coletado deve ser condensado num documento único, provavelmente um livro digital, que será disponibilizado de forma gratuita para todos os torcedores. Mas pra que fique um material bem completo, é fundamental que todos participem.

Pra enviar sua colaboração é simples: basta enviar email para olimpicoprasempre@gmail.com, respondendo a seis simples perguntas:

Qual seu nome?

Qual o 1º jogo que assistiu no Olímpico?

Qual o jogo que mais te marcou nele?

Se pudesse ir num jogo novamente, qual seria?

Qual jogo que vc não foi, mas que gostaria de ter ido?

Do que mais vai sentir falta?

Também dá pra participar enviando, pro mesmo email, suas fotos e videos no Velho Casarão.

Outra forma de participar é usando o Instagram do seu iPhone. Basta publicar suas fotos com a hashtag #olimpicoprasempre.

Participe!

O Olímpico Pra Sempre é uma iniciativa da Casa do Imortal em parceria com o BloGrêmio.

O Chevette e as energias negativas

A gente percebe que a fase é ruim quando tudo joga contra. Vale para o futebol, vale para qualquer coisa.

O Grêmio tem seis titulares. Já escrevi aqui. Seis titulares. Domingo, dois deles se lesionaram. Sem eles, o time desabou diante da baba colorada.

Júlio César volta logo e a vida continua. Já Mário Fernandes demora um pouco mais, mas o que preocupa é que ele demonstra fragilidade nos ombros. Tudo indica que a qualquer momento irá desfalcar o time mais adiante até submeter-se a outra cirurgia.

Enquanto isso, Marquinhos e Marco Antônio está com plena saúde. Não estou agourando os dois, mas por que, dos onze em campo, se lesionaram justamente dois titulares, por que?

Quando a fase é ruim…

A cereja do bolo veio com o acidente com Marcelo Moreno. O grupo do Grêmio tem uns 30 jogadores. Mas foi logo um dos melhores do time que acabou se acidentando. Marcelo Moreno teve seu Porsche (leram bem? Um Porsche) abalroado por um… Chevette. Um Chevette vermelho. Ah, eu já tive um Chevette. Foi meu primeiro carro. Mas isso lá em 1978.

Vocês já perceberam que um carro caro, um carrão como esse do Marcelo Moreno, quando se envolve em acidente é sempre, ou quase sempre, com um caro simples, bem simples? É estatística. Podem conferir, pesquisar nos jornais, no Detran, sei lá onde mais.

É raro, muito raro, um Porsche bater em outro carro de porte semelhante. Carro fino não bate em carro fino.

Então, Marcelo Moreno não enfrenta o Ypiranga.

Antes que eu esqueça: tem também o Kleber, acusado de bater na mulher. Quer dizer, quatro titulares estão sendo alvos de energias negativas, provavelmente as mesmas que se instalaram no Olímpico desde o final do século passado.

Assim, temos que dos seis titulares, quatro foram de uma forma ou de outra atingidos pelos maus fluidos. Victor e Fernando que se cuidem. E eu estou falando sério.

Enquanto isso, no Coliseu, digo Beira-Rio, tudo na mais santa paz. Tudo conspira a favor.

RECONSIDERAÇÕES

O momento é de reconsiderações, recuos estratégicos forçados pelas circunstâncias. Um deles: a volta de André Lima. O atacante, que estava banido sei lá por quem (eles não aparecem nessas horas), foi reintegrado, em boa hora, ressalte-se. Parece que já entra no time agora.

Nada contra, ele merece mesmo continuar. Mas o Viçosa que já estava no grupo antes dele também poderia receber uma oportunidade.

Bem, assim como André Lima voltou sem tem ido, acho que chegou a hora de recuperar Lúcio. Pra ontem.

Eu acho que ele já deu o que tinha que dar, mas posso estar enganado. Além disso, o que ele já deu ao Grêmio foi muito mais do que Marquinhos e Marco Antônio podem dar. Estou convencido disso. E nem faz tanto tempo. Lembram do Lúcio no time do Renato?

Pois esse Lúcio é o meia que pode fechar o meio pelo lado esquerdo, até fazendo aquilo que o Caio Jr. quer, meias que joguem pelos lados, e que sejam rápidos. (só um aparte, não gosto dessa história de meias que joguem pelos lados e que abrem um buraco no meio).

Então, como está difícil contratar, que se recupere o Lúcio.

Mais um pouco vou pedir a volta do FR, do Douglas e do Adilson.

Não era o meio-campo dos meus sonhos, mas era um meio-campo.

TESTE DE ATENÇÃO

O primeiro que acertar a questão abaixo ganha três long neck 1983:

O que há em comum entre…

O melhor momento de Douglas no Grêmio, em que ele até foi pra Seleção?

Jonas goleador do Campeonato Brasileiro?

Gabriel estraçalhando?

André Lima colocando Borges na reserva de tão bem que estava ao lado de Jonas?

Fábio Rochemback em fase esplendorosa, sendo cotado para a Seleção?

Lúcio tendo momentos de craque na meia esquerda?

Clementino fazendo gol e incendiando a torcida?

RESPOSTA: ……….

E se fossem os titulares do Inter?

Se contra a baba colorada (tem jogador ali que eu nunca ouvi falar) foi essa dificuldade, imagino como teria sido contra o time titular do Inter.

E só de imaginar sinto calafrios.

Há algum tempo venho dizendo que o Grêmio tem seis titulares. Hoje, perdeu dois ainda no primeiro tempo. Até a saída de Mário Fernandes e Júlio César o Grêmio até que dava para o gasto. Era melhor, superior, como era de se esperar. Era obrigação.

Aí, ao ficar com quatro titulares em campo, equilíbrio no jogo. A baba vermelha começou a ameaçar o empate. Nos segundos em que escrevia no twitter que o Inter estava na iminência de marcar, gol. De cabeça, pra manter a rotina. E do Bolívar.

Admito que Leandro Vuaden contribuiu. O Josimar mereceu levar o segundo amarelo e a expulsão. Vuaden deixou passar. Jackson fez todo tipo de falta, e saiu de campo sem ser advertido. O carrinho no Mário Fernandes foi coisa de criminoso.

Vuaden segue invicto em Gre-Nal.

Confesso que saí do jogo deprimido. Contra o São Luiz, escrevi que fiquei triste e desanimado. Hoje, começo a entrar em depressão profunda.

Se o time já é fraquinho com seis titulares, como será sem os dois laterais que sairam lesionados? Prevejo vexame no Gauchão.

Agora, uma pausa para defender o treinador. Caio Jr perdeu dois jogadores ainda no primeiro tempo. No segundo, só tinha uma substituição. Marquinhos ou Marco Antônio. Os dois estavam jogando um futebolzinho varzeano. Marquinhos apenas mais participativo, mas já cansado. Marco Antônio omisso.

Caio  Jr fez o que estava ao seu alcance.

E os jogadores? A dupla de área esteve bem, não comprometeu. Fiquei preocupado com um lance bobo na área em que o Naldo saltou e ergueu um braço para tapear a bola (metade do segundo tempo mais ou menos), louco pra cometer pênalti.

Fernando foi disparado o melhor do time e do jogo.

Na frente, Marcelo Moreno está correspondendo plenamente. Já o Kleber…

Kleber, por enquanto, só me faz sentir saudade do Jonas. Muita briga, muito entrechoque e pouco futebol.

Pode ser que ele tenha jogado preocupado com essa história lamentável de agressão à esposa. Aliás, estranho que essa história tenha surgido só hoje, quando o fato ocorreu dia 28 de janeiro, segundo se divulga. De qualquer modo, ele terá de responder. Eu me lembro que ele dava entrevistas antes de vir que tinha como objetivo principal na vida ficar perto da família. E agora isso.

Quando a fase é ruim acontece todo tipo de coisa. Desde a lesão dos melhores até um fato deplorável como esse envolvendo jogador contratado por salário milionário.

Já Marquinhos e Marco Antônio saíram ilesos da partida. Nem um arranhãozinho.

O empate foi trágico. Foi como uma derrota. Nem tanto pela situação na tabela, mas principalmente porque o time titular do Grêmio não teve futebol para vencer os reservas colorados. E isso é deprimente.

Por outro lado, é positivo: faz a direção mobilizar-se ainda mais para reforçar a equipe, que a cada jogo se mostra insuficiente até para disputar o Gauchão.

Urgente: dois meio campistas titulares (soube que Elias, do Sporting, está cotado) e um zagueiraço. No mínimo.

O problema é que Caio Jr pode cair antes de receber os reforços que precisa.

Reservas x Mistão no Gre-Nal

O Inter vai mesmo com time reserva. A frase é um misto de informação com dedução.

O presidente colorado pode autorizar seu treinador a escalar os reservas porque não existe o risco de goleada, que é o maior pavor de qualquer dirigente da dupla.

O atual time do Grêmio não mete medo em ninguém, mesmo jogando em casa. Foi assim com o Lajeadense e com o São Luiz.

Então, o Inter pode tranquilamente preservar seus melhores jogadores para a Libertadores.

O Inter vai de franco atirador. Se perder, foram o reservas. Se empatar, ou vencer, humilhação tricolor. Claro, uma goleada gremista já cria um clima, uma certa instabilidade emocional, mas nada de preocupante.

Além do mais, o Grêmio nem tem um time titular de verdade. São apenas seis titulares, como tenho repetido. São eles: Victor, Mário Fernandes, Júlio César, Fernando, Kleber e Marcelo Moreno. Nas outras posições o que há são dúvidas, ninguém realmente afirmado.

Eu imaginava que o time como está poderia brigar pau a pau com o Inter pelo título, mas vejo que me enganei.

Copa do Brasil? Nem no sonho mais delirante.

Não me preocupo tanto com a dupla de área: com o Lugano e um jovem ao lado tudo se resolve.

O problema maior é o meio de campo. É ali que tudo se decide. Acho que falta um segundo volante que se imponha. No momento, talvez o melhor fosse colocar Gilberto Silva como primeiro volante, passando Fernando para a segunda função. Acho que o guri, agora um pouco mais experiente, talvez possa render o mesmo como segundo volante. Melhor que o Léo Gago ele é em qualquer posição.

O Marquinhos como segundo volante é invenção, que só pode dar certo contra times fracos, como o São Luiz. Aliás, eu que defendi a contratação do Marquinhos quando ele ainda estava no Avaí, estou jogando a toalha.

Nas duas funções mais adiantadas do meio, duas apostas, duas tentativas. Leandro e Marco Antônio. Acho que o Leandro pode dar certo, pode repetir o Taison, mas o ideal seria contratar alguém já provado, que pode ser esse argentino Facundo. Sei lá.

O Marco Antônio veio precedido de um baita cartaz. Na Portuguesa. Na segunda divisão. Portanto, todo cuidado é pouco na avaliação. Contra o São Luiz, na função que é a dele, que era do Douglas, ele não jogou grande coisa. Mas é preciso sempre levar em conta que a camisa do Grêmio pesa. O Gre-Nal pode ser a prova (quase) definitiva sobre esse jogador.  Por enquanto, ele não me entusiasmou.

Ainda sobre o Gre-Nal, gostaria que o Caio Jr. deixasse o guri Biteco no banco. Ele me parece ter mais potencial que o Mamute. É um guri arisco, atrevido, driblador, daquele tipo capaz de decidir num lance individual.

Outro que gostaria de ver no banco é o Viçosa. Ele fez bons grenais.

Forças ocultas

O boteco ficou fora do ar por mais de 30 horas. Portas fechadas, prejuízo incalculável.

Ainda não sei o motivo. Mistério.

Forças ocultas?

Por via das dúvidas não falo mais do ‘entorno da Arena’ e seus inimigos, que não são ocultos.

Mas sempre tem o lado bom:

Douglas se foi. Desconfio que ele nunca chegou realmente. Nunca esteve aqui de corpo e alma. Foi um turista, estava de passagem, só passando o tempo até voltar para o clube que ele nunca esqueceu: o Corinthians.

Mudanças oportunas de Caio Jr

Assim como nós ‘treinadores sem cargo’ temos o direito de opinar sobre qualquer time de futebol, o treinador com cargo tem o direito, e o dever, de fazer as suas escolhas, de preferência fundamentadas em suas convicções, observação criteriosa etc.

Portanto, ninguém pode negar a Caio Jr o direito de mandar para o banco de reservas o maior medalhão do time, o Douglas.

Eu, aqui do boteco aplaudo a decisão. Se Douglas estivesse jogando o futebol que apresentou no período de Renato Portaluppi como treinador, eu seria contra, e Caio não seria maluco de afastá-lo do time titular.

O que temos de Douglas hoje é uma flagrante má vontade, uma certa displicência. Enfim, como se costuma dizer, ‘está pedindo pra sair’.

Então sai. Parabéns ao Caio Jr.

Pior do que está não vai ficar. O time com Douglas perdeu para o Lajeadense em casa e para o Juventude, que parecia uma equipe poderosa quando bateu o Grêmio. Ontem, o Ju que tornou Victor, de tanto que chutou, o melhor em campo, levou CINCO do Veranópolis.

Não importa o tamanho da folha de pagamento. O futebol se joga com onze jogadores. Com Douglas, jogador que admiro pela técnica fora de série, o Grêmio entrou em campo três vezes com um jogador a menos.

Dito isso, aplaudo também a tentativa, repito, a tentativa, de testar Leandro como o meia mais adiantado, partindo de trás em velocidade, ajudando a compor o meio de campo. É o que imagino que Leandro vá fazer, que não vá ficar lá na frente formando um 4-3-3.

Quero ver Leandro jogando algumas vezes na posição que defendi aqui no ano passado, logo que ele apareceu: na função que consagrou Taison. Ele é rápido, forte, bom drible. Enfim, bem orientado (e Caio conhece muito essa função), talvez Leandro possa ser o quarto homem de meio-campo. Marquinhos com certeza não é. Talvez esse Felipe que veio do interior paulista. Infelizmente, o Mithyuê não recebeu uma sequencia de jogos para se firmar. Quem sabe o Biteco? Mas Caio começa com Leandro, no que ele está muito certo.

O jogo deste quinta no Olímpico é contra um time modesto, fraco mesmo. Mas o Lajeadense não era lá essas coisas…

Então, Caio arma um time bastante ofensivo, eu diria alegre mesmo. Apenas um volante de contenção, de combate, de pegada, que é o Fernando. Se bem que Fernando vem jogando sozinho mesmo nesse trabalho de marcação, porque seu companheiro, Léo Gago, parece uma barata tonta no meio, não marca, não faz falta, e quando clareia chuta como se fosse essa a única alternativa, estragando ataques.

Bem, o meio terá Fernando, Marquinhos (que não marca, só cerca), Marco Antônio (espero que seja na função que Douglas deveria exercer) e Leandro. Na frente, Kleber e Marcelo Moreno.

Naldo estreia na zaga. Sai o Saimon. Eu tiraria o Grolli, que parece um tanto afobado, bom zagueiro, mas ainda verde. Saimon tem um pouco mais de experiência, com passagem por seleção brasileira. Mas a diferença entre eles não é grande. Uma escolha do Caio Jr que eu respeito.

ARENA

O meu comentário anterior transformou o boteco num palanque político. Eu só remeti ao passado e referi o mensalão porque envolvia o PT do nobre deputado Pont. Não poderia, portanto, citar o caso Detran, já que o PT nele não está envolvido. Nada a ver uma coisa com outra, embora em ambas haja dinheiro público usado para fins obscuros, fraudulentos. Mas a patrulha petista é aguerrida, além de demonstrar tolerância com as falcatruas do seu partido. Só questionei o deputado porque é visível sua má vontade com a Arena. Por exemplo, logo no início do processo, ele queria que a empreiteira contratasse metade da mão de obra aqui do Estado, quando se sabe que a construção civil está a mil e faltam operários. Isso é fato. AoInter, se um dia reiniciar a obra no Beira-Rio, será feita a mesma exigência pelo sr. Pont?

Leiam o que o conselheiro Giuliano escreveu sobre o assunto e foi publicado no site do Correio do Povo, blog do Hiltor.

Sobre liberdade de expressão, que não existe na Cuba agora visitada pela presidenta Dilma e tão venerada pelos petistas, está resguardada aqui. Não cortei nenhum comentário, nem aqueles que me atacaram. Podem me chamar de tudo, menos de colorado, como acontecia muito quando escrevia no Correio do Povo. Não que me ofenda, é que não sou.

INTER

Por falar em Inter. Inveja. É o que sinto. Contratações pontuais, que reforçam a equipe e o grupo. Agora vem o Alex Silva. Dizem que ele não anda bem, mas acho que haveria lugar para ele na zaga gremista. Ou não?

Mas o Grêmio não quis porque ainda tenta Lugano.