A poltrona 36


O presidente Vitorio Piffero, que notoriamente é apenas tolerado pela grande maioria dos colorados, conseguiu ofuscar o lançamento dos festejos do centenário. Festejos, aliás, que estão longe do se previa, em função da crise, confirmando matérias publicadas pelo repórter Fabrício Falkowski no Correio do Povo há algum tempo.

Neste primeiro momento, a festa será só para quem dispõe de 200 pilas, preço do jantar do centenário (dizem que todos os convites foram vendidos).

Por enquanto, a grande massa do clube do povo fica só apreciando a paisagem, torcendo para que a grande festa popular anunciada para 17 de dezembro, no Beira-Rio, realmente se concretize e não fique, como outros eventos, apenas na promessa.

Ontem, ao ser questionado sobre o ônibus colorado, provocado por um repórter sobre a poltrona 36 – referência ao episódio de homossexualismo que teria ocorrido no ônibus Trovão Azul, do Grêmio -, Piffero respondeu em tom jocoso, sorrindo maliciosamente, que esse número sequer existia no veículo, cuja numeração vai até 40, com 38 lugares.

Hoje, o dirigente deu entrevistas para esclarecer que a remoção da poltrona 36, e também da 35, foi para colocar duas mesas no ônibus. É claro que a numeração poderia ir até o número 38, eliminando-se os números 39 e 40.

A poltrona 36 no mundo do futebol, em especial o gaúcho, não é apenas a numeração de um acento, é um símbolo. Poderia até ser usado numa parada gay. Então, tudo indica que é uma tentativa de provocar os gremistas, coisa que fica bem num boteco – até aqui neste espaço -, mas nunca como uma decisão de diretoria, avalizada pelo presidente de um clube do porte do Inter.

Tanto é verdade que o ex-presidente Fernando Carvalho, ao ser informado do fato, mostrou-se contrariado, criticando a decisão, conforme relatou o Fabrício, que acompanhou o evento no Beira-Rio.

Piffero, um excelente vice-presidente de futebol, de vez em quando dá umas escorregadas, mostrando que ainda não assimilou devidamente a grandeza do cargo que ocupa.