Começar de novo

‘Começar de novo e contar comigo…’, cantava Ivan Lins no anos 70/80, quando a música brasileira ainda não havia sido tomada por esse inço de mau gosto que hoje viceja no país.

O futebol é isso, um eterno começar de novo. Termina um jogo, começa outro. Frustração num campeonato, esperança no próximo. E assim vamos seguindo no embalo desse futebol, que, a exemplo da música, também perdeu qualidade.

Sábado de manhã acordei pensando em assistir à estreia do Zé Roberto. Logo verifiquei que ele não havia sido inscrito. Desisti.

E mais, decidi que enquanto jogadores como Marco Antônio e Léo Gago forem titulares eu não vou mais ao Olímpico.

Cansei. Mais um primeiro semestre foi jogado no lixo.

Vamos para o segundo. Agora, com a equipe reforçada, qualificada, não o suficiente para chegar ao título, mas talvez sirva para garantir uma vaga na Libertadores de 2013, quando mais uma vez teremos uma direção que armará um time modesto como tem ocorrido nos últimos anos.

Por enquanto, o que há é o campeonato brasileiro. E nele o Grêmio vai bem.

Felizmente, a imensa maioria da torcida não é como eu e vai a campo independente de que irá vestir a camisa tricolor. São uns heróis e a esses torcedores rendo minhas sinceras homenagens e até gratidão.

Torcedores como o meu primo Milton, que saiu da sala de recuperação do São Lucas ao meio-dia, após uma cirurgia realizada no sábado, e às 16 horas estava no estádio.

São uns heróis.

No final de contas, quem foi ao Olímpico saiu festejando uma vitória importante sobre o Flamengo. Poucos ficaram empolgados com o futebol do time, mas o que importa mesmo é vencer, somar pontos, porque a competição é longa.

O primeiro tempo foi terrível. Poucos se salvaram.

Uma das raras boas jogadas resultou em gol. Souza tocou para Kleber, que encontrou Moreno. O atacante driblou o goleiro, demorou para concluir, mas acabou fazendo 1 a 0.

Foi uma jogada de tabela, de aproximação, coisa rara nesse time ultimamente.

No segundo tempo, Werley fez 2 a 0 logo aos 2 minutos, desviando de cabeça.

Acabei de citar quatro dos melhores jogadores em campo neste domingo. A eles acrescento ainda Fernando, cada vez melhor. E Victor, claro, o Magnífico, embora alguns gremistas o queiram longe. Perdoai-os Senhor…

Com os 2 a 0, o Flamengo se abriu mais. O Grêmio criou inúmeras situações de gols, nem sempre muito claras, mas ficou evidenciada a falta de qualidade na hora de concluir, inclusive de Kleber, que voltou a jogar bem.

Gostei de Toni, que entrou no intervalo. Está um pouco inseguro, mas mostrou que é atrevido e que vai para cima da marcação. Gostei também do Edilson pela esquerda, mostrando que também ali é superior ao Pará.

Rondinelly entrou e mais uma vez deu outra cara para o meio de campo. A gente vê que o guri entra ansioso demais para mostrar serviço, o que é natural. Um dia, talvez ainda neste ano, ele irá começar como titular no lugar de MA. E aí saberemos qual o verdadeiro potencial desse jogador, que, só pela amostragem, já se viu que é superior ao titular.

Copa do Brasil foi pro saco. Agora, é o Brasileirão.

‘Começar de novo…’