Moedor de ídolos

O Beira-Rio é um gigante. Um moedor gigante de ídolos. Primeiro, Dunga, que até acionou o Inter na Justiça. Agora, o Falcão. Ah, também Carpegianni foi fritado em uma meteórica passagem como técnico colorado.

Quem não leu o meu tópico anterior, escrito após os 3 a 0 do SP, eu repito:

“No vexame anterior, derrota por 1 a 0 para o Ceará também no Beira-Rio, Falcão balançou. Agora, três derrotas seguidas, culminando com essa goleada, projeto que Falcão entra na categoria de técnico ‘prestigiado’, ou seja, basta um sopro para ele ser demitido”.

Pois é, o sopro aconteceu. E foi tão forte que arrastou o ex-poderoso Siegman. Quem frequenta o boteco vai lembrar o que escrevi quando Siegman foi efetivado como comandando do futebol colorado. Eu escrevi que era um erro.

Quando Falcão foi contratado, afirmei que era outro erro, um erro ainda maior. E o responsável por esse erro? Siegman, que contrariou o próprio presidente Giovani Luigi. 

Luigi toma as rédeas do clube, em especial do vestiário. Quem imaginou que ele seria um presidente manipulável, um frouxo, se quebrou. Não sei se ele está certo em promover essa mudança, mas está mostrando firmeza e convicção de que o trabalho de Falcão levaria no máximo a uma vaga à copa sul-americana.

Mas há comentários no sentido de que Luigi é apenas um instrumento de Fernando Carvalho, com forte presença do empresário Sonda, dono de alguns jovens da base colorada e investidor festejado no Beira-Rio.

Mas nada está tão ruim que não possa ser piorado. E até nisso o Inter imita o Grêmio. Primeiro, contratou um ídolo afastado dos campos há quase duas décadas para seguir o exemplo de Renato no Gremio. Não satisfeito, duas semanas depois da demissão de Renato, faz o mesmo com o seu ídolo.

Para fechar o ciclo: o Inter agora vai investir também em um ‘novato’, com perfil semelhante ao de Julinho Camargo?

Ou vai apostar mesmo em Cuca, conforme boatos que circulam na internet?

Se vier Cuca, faço outra previsão: o Inter vai brigar pra não cair.

Já o Grêmio, em breve, não mais do que seis semanas, estará de novo em busca de um treinador.

Torço por Julinho, como já escrevi aqui, mas não vejo nele condições de se manter no cargo por muito tempo. Até porque o time montado pela direção gremista não ajuda.