Deixem o homem trabalhar e os milagres de Victor

Finalmente, uma vitória com o time jogando bem. Os 3 a 2 sobre o Vasco mostraram um Grêmio mais tranquilo, mais confiante e seguro de si.

E como se percebe isso? Simples. Em vários lances os jogadores ousaram mais, tentaram o drible e por vezes conseguiram – como aquele do Kleber que deixou o zagueiro sentado e todo retorcido junto à lateral do campo. Houve quem se sentisse no direito de dar uma enfeitada de leve. Bom sinal.

Nas duas vitórias anteriores – sim, incrível, o treinador Renato, que ‘nada conhece de tática’, segundo alguns neófitos metidos à besta e por certo saudosos de Autuori -, o que vimos foi um time tenso, o que se percebia claramente nos closes da TV no rosto de cada um.

Ontem, em São Januário, onde o Grêmio não vencia há 20 anos, eu percebi que alguns jogadores jogavam mais soltos, até com alegria.

Vejam o Guilherme Biteco. O pai dele  – touro procriados e jogadores nobres – havia cobrado do filho, ‘por que tu não dá umas pedaladas?’.

Porque claramente Guilherme não se sentia confiante. Ontem, na primeira bola que recebeu pela direita, foi pra cima da zaga e arriscou o drible. Perdeu a bola. Mas ele não se encolheu. Minutos depois, pela esquerda, passou fácil pelo marcador com um drible desconcertante.

É evidente há algumas coisas a ajustar. Renato segue privilegiando a marcação, o sistema defensivo, para só depois buscar o gol. Está muito certo o Renato. Ninguém melhor do que ele para avaliar o time que tem em mãos.

Se Renato vai de três zagueiro e três volantes, é porque entende que esse é o esquema ideal para o momento.

O problema é que mesmo com tanto cuidado defensivo, o Grêmio levou dois gols. Ambos com bola alta na área. O primeiro, Alex Telles foi infeliz e mandou para a rede. No segundo, os grandalhões da zaga perderam a disputa pelo e a bola sobrou para André, livre e em posição duvidosa, cabecear e descontar. Então, é preciso entrosar melhor os zagueiros.

Dos três, o melhor foi Werley, que salvou o time em duas ou três situações difíceis. Rodolpho também fez bom jogo. Gabriel, que começou um jogo depois de longo tempo, correspondeu, mandando a bola para o mato sem ter medo de ser feliz.

No meio de campo, destaque para o Pequeno Grande Volante. Ramiro cruzou a bola para o primeiro gol, com Barcos fazendo com muita categoria. Destaque para Cris, que chegou atrasado e deixou a bola passar para o argentino concluir.

Como é bom ver o Cris jogando no outro time!

Depois, o PGV fez um golaço. Se ele erra estaria sendo xingado até agora, porque Pará entrava livre pela direita. Acho que Ramiro arriscou porque viu que era Pará, o que significa que o gol não sairia.

Na frente, destaque para os dois atacantes. Kleber guerreiro como sempre. Levou muito pau. Sofreu mais de 15 faltas em rodízio. Nenhum adversário ganhou amarelo em função disso, salvo engano. Fraco o juiz nesse aspecto.

Já o Barcos está deixando de ser uma tia velha. O terceiro gol, o segundo dele, foi coisa de quem está reencontrando o futebol que jazia em ‘algum lugar do passado’ – nome de um filme que curto muito e que tem uma trilha sonora belíssima. Recomendo.

Ah, importante: o adversário não teve nenhum expulso. Então, foram 11 contra 11 até o fim.

Temos, então, que Renato está arrumando a casa.

Como se dizia de Getúlio Vargas, ‘deixem o homem trabalhar’.

SHOW EM NH

É duro reconhecer, mas o RG deu um show hoje em NH. Vi apenas o segundo tempo. Não fosse ele, o Inter teria vencido sem dúvida. Afinal, desde os 35 do primeiro tempo, estava com um jogador a mais.

RG amarrou o jogo o quanto pode, até ser tirado de campo, no finalzinho, por entrada criminosa com as travas da chuteira de Willians. Nem falta foi marcada no lance.

Então, sem RG para atrapalhar e levar preocupação, o Inter se agigantou nos minutos derradeiros. Muita pressão, mas pouca organização. Chutão e chutão para a área. Coisa de técnico estrategista. Ora, numa hora dessas, tem mais que ir para o abafa mesmo.

Antes dessa pressão, Victor fez uma defesa sensacional num chute à queima- roupa do Damião. Nos acréscimos, outra defesa milagrosa.

No final, como desabafo diante do que deve ter ouvido dos colorados atrás do alambrado – sim, alambrado mesmo – Victor chutou a bola contra o pessoal atrás da goleira.

Foi uma atitude antidesportiva. Levou o amarelo, o segundo, e foi expulso enquanto deixava o campo, com Damião com os lábios levemente cortados corria atrás dele para reclamar de seu gesto.

Ao microfone, jornalistas cogitavam de que Victor pudesse ter agredido Damião.

Senti que alguns ficaram desapontados quando Damião disse que o corte, coisa pouca, tinha ocorrido em outra situação. Mas criticou Victor, merecidamente, por ter chutado a bola contra a torcida.

E foi assim que o Inter, completo, ficou só no empate contra um time com um jogador a menos durante a maior parte do jogo.

De positivo, o fato de a defesa dessa vez não ter levado gol. De negativo, esse foi o quarto empate seguido.

EQUIPE DA GUAÍBA

No texto anterior, o ‘Rafael M.’ propôs um desafio. Vamos lembrar:

“Encontre o Gremista na foto:
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http://www.casimages.com.br/i/130817063659988300.jpg.html
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Equipe de Esportes da Rádio Guaíba, 1992″.

Bem, como eu não fujo ‘muito’ de desafios, vou relacionar os gremistas que conheço nessa foto de uma antiga equipe de esportes da Guaíba.

Pela ordem, de cima pra baixo: Paulo Sérgio Pinto, Fernando Siqueira (o Pelotinha), Antônio Augusto, Edgar Schmitt, e Haroldo Santos.  Tem mais dois, que eu me reservo o direito de ficar calado.

O restante é torcedor do Cruzeiro, do Zequinha e do Brasil Pelotas. Curioso, nenhum colorado…