Não há por que temer o Nacional

O Grêmio que estreia na Libertadores é um time inferior ao que terminou o ano. Não muito, mas é.

Na defesa, destaco que Alex Telles é superior a Wendell, que um dia talvez nem tão distante prove que é melhor que seu antecessor, eleito o melhor lateral-esquerdo do Brasileirão 2013.

No meio de campo, Souza é mais jogador que Edinho.

Na frente, continuo vendo uma incompetência ofensiva de fazer chorar. A esperança é que Luan/Deretti/Maxi Rodriguez, um deles assuma o lugar de Kleber e seja um companheiro melhor para Barcos.

Apesar de entender que a direção fracassou na montagem de uma equipe mais confiável para disputar o título – não apenas para fazer figuração como tem ocorrido -, penso que dá para estrear com um bom resultado no Uruguai.

Entendo bom resultado como um empate. A vitória seria excelente. Um largo passo para a classificação.

Não descarto a vitória se a gurizada que entrar não se intimidar e Barcos deixar pelo menos uma bola na rede adversária, o que considero quase impossível. Mas, enfim, futebol é uma caixinha de surpresas.

Acredito nos três pontos porque não vejo motivo para temer o Nacional. Como temer um time que perdeu para o tal Petrolero? Ou um time que perdeu o campeonato uruguaio para o Danúbio ou algo parecido?

Aliás, que lugar ficou o Penarol, o glorioso clube do passado que vai inaugurar o Beira-Rio?

Tem o fator local, que pesa muito em função das condições do estádio, e a famosa garra uruguaia.

É num jogo como esse que Edinho pode justificar sua contratação.

O técnico Enderson Moreira vai repetir o time que empatou o Gre-Nal. E faz bem. Não tem o que inventar, e isso é bom, limita e impede o treinador de futebol de fazer bobagem. E nós sabemos que eles têm fixação em fazer bobabens. Todos eles têm seus dias de professor Pardal.

É o trio de volantes, um trio de forte pegada, essencial na Libertadores. Barcos centralizado, com Zé Roberto e Luan pelos lados.

Eu só faria uma mudança: Maxi Rodriguez no lugar de Luan.

Concordo com aqueles que pensam que o uruguaio deve jogar mais adiantado, junto ao Barcos. Os momentos mais brilhantes de Maxi foram em jogadas na região da grande área. Ele mais recuado, armando e marcando, vira um jogador comum. Parece que não tem força para essa função.

Zé Roberto, que muitos querem ver longe, ainda pode ser muito útil pela sua experiência e alta técnica. Aliás, até o técnico Renato Portaluppi descobrir que Zé só empacava o time do Grêmio, ele era unanimidade, ou quase.

Lembro que aqui no Boteco apenas o Francisco dava pau no Zé e era corneteado por outros botequeiros, eu inclusive. De onde concluo, talvez com exagero e precipitação, que Francisco e Renato são os que mais entendem de futebol.

Então, que venha o Nacional. Não há por que temer o Nacional. Respeito, sim, mas medo nunca.