Se eu fosse presidente do Grêmio…

O gremista Homero Bellini Jr. apresentou-se oficialmente como candidato à presidência do Grêmio.

A Situação deve responder com o multicampeão Fábio Koff. Não faltam especulações e boatos sobre essa candidatura.

O mais recente é que Koff seria vice de futebol do Romildo Bolzan Jr.

Não sei de onde surgem esses boatos. Não consigo imaginar Koff no vestiário de novo, viajando pra lá e pra cá. Então, é mais uma bobagem.

Admito que para efeitos meramente eleitorais, Koff como vice daria um peso considerável à chapa. Mas duvido que ele fosse manchar sua trajetória entrando como vice e largando o barco logo nos primeiros dias ou semanas da nova gestão.

Penso que um homem da envergadura de Koff jamais se sujeitaria a isso. Sairia com dignidade, de cabeça erguida, como o dirigente mais vitorioso do futebol gaúcho em todos os tempos.

Não faria como certos jogadores de futebol que não sabem a hora de sair de campo, ou de cena. Caso do R. Gaúcho, que estaria se sujeitando a receber por produtividade num clube em crise.

Aí, delirando em meus pensamentos mais delirantes, me imaginei candidato. Em primeiro lugar, isso seria impossível até por questões estatutárias.

Mas seguindo em meu delírio ou devaneio, estou aqui agora teclando e pensando no que eu faria, qual seria a minha plataforma, meu projeto.

De cara, afirmo que não apresentaria  programa de governo num volume com capa dura e letras douradas ou prateadas com um título como ‘Por um Grêmio imbatível’.

Não, nada de promessas vazias, palavreado difícil, nada de firulas e tampouco de juridiquês.

Todos nós sabemos que depois de eleito ninguém abre o tal programa de governo. Vale para o futebol, vale para a política partidária.

O que todos querem é chegar ao poder.

Não, eu decididamente iria direto ao que interessa, a gestão do futebol.

Meu programa de gestão poderia ser rabiscado num guardanapo do Box 21, por exemplo.

Começaria por estabelecer um mantra a ser repetido todas as manhãs pelos meus companheiros de diretoria:

– Não gastar mais do que arrecadar.

Zelaria pelo dinheiro do clube como faço com o meu dinheiro. Nada de esbanjar, comer frango e arrotar avestruz.

Buscaria cercar-me de pessoas competentes, competentes e sabidamente honestas. Acreditem, há muitas. Todas elas gremistas, que fique bem claro. Colorados que se dirijam ao Beira-Rio para trabalhar. Nada contra os colorados, mas prefiro cercar-me de gremistas.

Definido o mantra contra o esbanjamento tão comum no futebol e a diretoria, atacaria nas categorias de base.

Seria a minha menina dos olhos.

Ex-jogadores campeões com a camisa do Grêmio teriam prioridade para trabalhar nessa área. Gente vencedora para moldar vencedores.

Gente que dedicou-se ao Grêmio, ajudou a conquistar o mundial de 1983 e que passa por dificuldades, já estaria trabalhando na base do Grêmio há horas.

Se eu tivesse que buscar jovens de 18 ou 19 anos formados por outros clubes para compor o grupo profissional seria necessário um olhar mais crítico sobre o trabalho na base.

O que estaria acontecendo de errado? Mudanças teriam de ser feitas.

Outra coisa: limitaria drasticamente a atuação de empresários e procuradores no clube, tanto na base como nos profissionais.

Não teria essa de jogador entrar no time só porque tem empresário/procurador forte como parece acontecer em muitos clubes.

Então, antes de sair em busca de reforços externos, avaliaria com cuidado os guris da base.

Para os profissionais, só contratações que viriam para realmente preencher lacunas que a base não resolveu.

Jamais, mas jamais mesmo contratar jogadores mais passadinhos em idade por cinco anos.

Antes de contratar, uma varredura rigorosa na trajetória do atleta, seu comportamento fora de campo, etc.

Outra coisa, buscar jogadores com espírito vencedor. Gente que também tenha tanto orgulho de vestir a camisa do Grêmio como o gremista mais fanático.

Nada de jogador que só tem derrotas em sua carreira ou que não se entusiasme a jogar no Grêmio.

Outra coisa: trabalharia para que o trabalho na base, sendo positivo, fosse mantido pela direção seguinte, algo que não acontece hoje e que claramente prejudica o clube, porque cada um que entra traz junto seus parceiros, que nem sempre são competentes e/ou honestos.

E o treinador? Seria alguém competente e honesto, avesso à picaretagens e conluio com empresários.  Dois que eu gosto: Felipão e Tite.

São alguns dos pensamentos que me ocorrem de vez em quando sempre que alguém sugere que eu entre na política do Grêmio.

Enfim, são frases soltas que colocaria num guardanapo e apresentaria como meu programa de governo.

Quem sabe um dia apareça alguém que leve essas ideias adiante e repita o mantra:

– Não gastar mais do que arrecadar.

Bobagem, outro delírio.