Tragédia uruguaia na Copa

O velho amigo e colega jornalista, Raul Rubenich, especializado em internacional, não o clube e sim a editoria de jornal, lançou seu blog faz algumas semanas. De vez em quando ele dá seus pitacos no futebol e mostra que conhece bastante. Gremista assumido, Raul assina o blog ‘raulrubenich.wordpress.com’. Ah, ele entrou na kombi dos que também viram pênalti em Fred. Como se vê, ele conhece bastante, ehehehe.

Confiram seu texto sobre a tragédia uruguaia, seleção pela qual torcia e sigo torcendo, esperando que ela ainda consiga sua vaga:

Informação oficial:  Sai José “Pepe” Mujica, entra Joel Campbell.

E eu com isso? Muita coisa, pois esse pode ter sido um resumo –  bem mais do que “aloprado”, sei, –  do que aconteceu neste sábado, 14 de junho, no jogo no Mineirão entre Uruguai x Costa Rica, e daquilo que vinha ocupando as atenções de muitos cronistas. Desde alguns reconhecidamente gremistas e/ou antidilmistas até outros nem tão declaradamente militantes (este termo é politicamente correto?) em menor ou menor grau de excitação das causas pró e anticopa no Brasil.

Sobre os cronistas gremistas, houve aqueles que, depois de muita “enrolação” com o inegável ciúme que provoca na gente o fato de estar tendo jogo padrão Fifa em Porto Alegre só na casa “deles”, enquanto a nossa majestosa Arena, que finalmente o dr. Fábio Koff parece admitir ser realmente gremista (ou precisar ser ainda por ele comprada, vá entender de negócios lá no Tadjiquistão, sem ofensa a ninguém…), cumpre um papel mais do que secundário.  Ou  não é isso poder ser requisitada pelos  barões do futebol para alguns treinos de quem aparecer por aqui para jogos oficiais no BRio, enquanto este espera um domingo pelo menos sem nevoeiro  para que possam , pagantes e completantes,  cumprir seu papel na construção de um legado para todos os brasileiros (pelo menos tenho ouvido falar num tal de “legado” com relação a tudo aquilo, olhando talvez de outro ângulo, poderiam interpretar como sendo simplesmente um enorme  como entulho que restará da atual febre de obras)?

Mas, já tem desvio demais nestas linhas, cabe-nos   voltar à informação oficial sobre o jogo de sábado em Belzonte. O Uruguai entrou em campo não para ostentar a tão falada garra charrua, mas com o ar meio distante de quem já tinha passado por Montevidéu e outras plagas e provado um pouco do “legado” do presidente Mujica. Isso mesmo, tinha gente em campo com cara e coragem de quem não fazia muito tempo estaria puxando  um baseado, nem que fosse só para aproveitar os benefícios da legalização da maria juana assinada recentemente, sob aplausos e exaltações generalizadas,  pelo camarada Mujica. Afinal, essa tal de Costa Rica não deveria ser grande coisa, não, e os integrantes do falado “grupo da morte” se resumiriam ao próprio Uruguai, Inglaterra e Itália, que jogaram mais tarde, no mesmo sábado, com a vitória dos italianos, e a vitória deveria ser o resultado mais do que natural para a “Celeste”.

Até por isso mesmo teve gente por aqui  que, esquecendo algumas coisas do passado recente, repetiu a história de que eventos como a copa são usados pelo governo da hora para tirar proveito de uma situação como a que vivemos, e semelhantes. Por isso mesmo, não vi ninguém sair ostensivamenete a proclamar apoio aos black blocs e outros maluquetes da vida, mesmo se se dispusessem a provocar as polícias de todos os tipos com a criação de situações irreversíveis. Não, até esse ponto não chegamos, afinal, somos gente de paz, e nossa provocação ao poder se manifesta, quando muito, no dia de um voto, quase sempre secreto. Que acaba, vamos e venhamos, elegendo figuras que de secreto nada têm. Nada disso, portanto, mas uma decisão estava tomada: esquecer até onde der essa copa que anda por aí, e, se isso for impossível, estar pronto e preparado (seja lá o que isso exija, dentro das circunstâncias), a vibrar pelo Uruguai.

Não é só isso que faz o melhor dos mundos, reconheço, mas o melhor dos mundos só existe quando a liberdade de escolha existe e é exercida na plenitude.  Por exemplo, a liberdade de que se julgou possuidor o time todo da Costa Rica e, simbolicamente, o baixinho Joel Campbell, que fez um dos gols que surpreenderam os uruguaios e foram transformados em manifestação da mais pura alegria pelo próprio Campbell, cujas imagens, tenho a certeza, pelo menos os “neo-uruguaios” não vão esquecer tão cedo. E que eu gostaria de incluir neste post, se não fosse o problema do custo que semelhante divulgação implica.

Tio Felipão

Os que chegaram até aqui podem me xingar, se quiserem: de novo no futebol, qual é a tua?

Sinceridade? Acho que sempre quis trabalhar c om esportes, ao longo da minha jornada como, segundo se diz hoje, “comunicador multimidia”.  Por isso recaio no tema, e não seria diferente agora que todo mundo parece ter um assunto único (fora os combatentes islâmicos que estão se aproximando velozmente de Bagdá, ameaçando com isso a própria existência do regime lá implantado por Bush e “consolidado” por Obama. Mas, pelo andar da carruagem, parece inevitável   “enrolar”;  em breve, talvez assim que as coisas se esclarecerem aqui por perto…).

Aproveito a oportunidade para estranhar o que parece acontecer com o Felipão: o poder subiu-lhe à cabeça? Se a minha interpretação da irritação do nosso técnico  não estiver completamente equivocada, temos que, depois do jogo do Brasil na Arena do Corintians, meio mundo  “inventou” de ter visto favorecimento, pelo árbitro japonês, à seleção anfitriã, no lance em que foi marcado pênalti decisivo para o andamento do escore.

Em vez de deixar o assunto morrer solenemente na casca pela via do silêncio, fizemos justamente o contrário, botamos o Felipão a ver indícios – por exemplo, na matéria de um jornal esportivo argentino, que está, sempre que possível, mexendo com os brios dos vizinhos favoritos “deles” -, de uma “conspiração” destinada a prejudicar o Brasil pela via da arbitragem. Além dele, manifestou-se o Fred, protagonista do lance discutido, em linha saída diretamente da mesma fonte. Felipão, me parece, não é o personagem correto para identificar conspirações e semelhantes contra a seleção que, de várias outras formas, parece às vezes ser muito mais o “time do tio” que a seleção brasileira.

Conspirações e assemelhados não poderiam ser, jamais, os pontos dominantes nas discussões sobre uma competição esportiva que, todo mundo sabe, tem uma proprietária, um país responsável pela sua realização, tendo para tanto assumido uma série de compromissos e passado igualmente a esperar outra série igual de benefícios, dezenas de participantes diretos e um público de bilhões apreciadores espalhado pelo mundo todo. Se estivesse desde sempre determinado que só os mais capazes estariam entre os vencedores, não haveria motivo para ocupar tanto espaço – e, muito menos, para deixar participantes e seus apoiadores, como aconteceu ontem com os uruguaios, desnorteados, mas sempre dispostos a começar tudo de novo.

Para finalizar: conspiração ou não, concordo com o Ilgo Wink, que no seu  “Boteco” sustenta que o Felipão e o Fred estão certos: foi penalti. Estivesse no lance o nº 9  do Grêmio, eu estaria pedindo a cabeça do juiz. Problema é o 9 do Grêmio chegar lá… rk,, rk, rk…