Um novo tempo: comissão técnica permanente

Em meio a esse turbilhão de notícias sobre o substituto de Felipão, a contratação de reforços e a participação colorada na Libertadores – a secação parecer ser a única coisa que une os gremistas neste momento – um fato da maior importância fica um tanto negligenciado. Na verdade, ignorado solenemente, apesar de sua relevância, porque inaugura uma nova política de fazer futebol no Grêmio.

A decisão do presidente Romildo Bolzan de constituir uma comissão técnica permanente deve ser festejada, aplaudida com entusiasmo.

Assim como implantou a política dos pés no chão, mais realista e adequada a atual situação do clube, Bolzan acerta em cheio ao criar essa comissão, acabando com a farra da boa parte dos técnicos, e não apenas os de maior expressão, que costumam empurrar uma série de auxiliares, alguns nem sempre competentes ou necessários.

Lembr0-me do técnico Gallo, que desembarcou no Beira-Rio, tempos atrás, com um grupo que tinha até um cinegrafista. Só faltou o papagaio e o cachorro. E o Inter aceitou. Gallo durou 3 meses e olhe lá.

O São Paulo é a inspiração de Romildo. Eu fico feliz com a decisão do Grêmio de seguir esse caminho. Defendo essa filosofia do São Paulo desde sempre. É uma forma de reduzir custos e de fazer o profissional a ser contratado enquadrar-se ao clube, não o contrário.

Vejam o caso de Felipão. Veio com três profissionais a reboque. Isso precisa acabar.

A comissão técnica tem Rogério Dias como preparador físico. Ele já foi oficializado.

Então, o treinador que for contratado terá de trabalhar com Rogerinho, como ele é conhecido.

Essa nova condição, da qual Romildo não abre mão e faz muito bem, está dificultando a contratação de um técnico. Seria o caso de Cristóvão. Até entendo a posição do treinador, acostumado a levar consigo dois ou três parceiros. Deixar os caras de lado de uma hora para outra não é fácil, mas é uma nova realidade que o Grêmio está impondo.

Espero que essa ideia tenha continuidade no Grêmio, independente da diretoria. Penso até que deveria entrar no estatuto.

Bem, a semente de um novo tempo foi lançada. E há de germinar e gerar bons frutos.

LIBERTADORES

Beneficiado em quatro jogos seguidos por singelas entregadas de seus adversários – entre eles o Grêmio – o Inter não teve no Santa Fé a mesma generosidade dos adversários anteriores pela Libertadores da América: a LAU e o Atlético Mineiro, este se superando, com duas entregadas, uma em cada jogo.

Fora isso, a arbitragem na Colômbia não foi nada amiga, diferente dos jogos contra o Atlético.

Derrotado por 1 a 0 no jogo de ida, o Inter ficou com a classificação um pouco dificultada.

Não acredito, porém, que os deuses do futebol tenham abandonado o time colorado.

Continuo convencido de que os caminhos estão abertos para o Inter conquistar o tri.