Zé Roberto e as interdições

Dia ensolarado, temperatura agradável e eu aqui me recuperando de uma tortura a que fui submetido pelo meu dentista.

Pensei em recorrer aos Direitos Humanos. Ele tirou lascas da gengiva e escavou o dente com  fúria usando uma mini retroscavadeira e uma mini furadeira.

Então, entre um e outro comprimido, eis que uma notícia me alegra: Zé Roberto treinou e treinou muito bem. Não precisava, mas ainda por cima fez um golaço.

As informações são de que o toque de bola do time melhorou, ganhou qualidade. O goleiro Victor ficou impressionado: o Zé Roberto faz o futebol parecer muito fácil.

Mas o melhor de tudo: Marco Antônio, finalmente, foi para o lugar de onde nunca deveria ter saído, a reserva.

Só falta agora ele seguir o destino que lhe está traçado, assim como está acontecendo com o Marquinhos que volta ao Avaí: buscar um clube à altura do seu potencial, do tamanho do seu futebol.

Para melhorar ainda mais, a contratação de um meia para jogar ao lado Zé Roberto, que ocuparia a posição hoje aos (des) cuidados de Léo Gago. Aí, veria o Grêmio em condições de brigar pelo título nacional.

E se vier um zagueiraço, então, nem se fala. Mas acho que é exigir demais de uma direção que armou um time sem articulador para disputar a Copa do Brasil, competição que estava facilzinha de ser vencida.

Chance como essa nunca mais, porque ano que vem a CB terá também os times da Libertadores.

Então, que se arme uma equipe capaz realmente de brigar pelo título brasileiro. Não um time meia-boca como esse que se mostrou incapaz de derrotar um Palmeiras que pedia para perder.

Ainda sobre o treino: Fábio Aurélio foi bem na lateral-esquerda. Ouvi que fez jogadas com Léo Gago. Fico imaginando: ele entrega uma bola e corre para receber na frente. Quando vê tem uma melancia nos pés. Mesmo assim, a simples presença de F Aurélio é um alento.

Anderson Pico, portanto, vai continuar esperando a sua vez. Luxemburgo está dando atenção especial a esse jogador, que um dia cheguei a projetar que ele poderia ser um novo Roberto Carlos. Se ele resolver seus conflitos internos e decidir ser um profissional do futebol, pode chegar lá.

INTERDIÇÃO

Em 1987, a FGF interditou o Olímpico: Motivo: risco de desabamento.

Vejam, foi a federação, então presidida por Rubens Hofmeister. Fundamentou a decisão em laudos e depoimentos.

Quer dizer, não precisou Ministério Público ou Judiciário para agir.

Acima de tudo, a preocupação com o público. Com a vida das pessoas.

O Olímpico iria mesmo desabar (o clube retirou os ‘placares’ de concreto que existiam atrás das goleiras, local onde sacudia mais)?

Não sei, mas não se pode pagar para ver.

É uma questão de segurança, que deve prevalecer sobre paixões futebolísticas.

Sem necessidade de intervenção do judiciário.