Os clubes brasileiros precisam vender seus melhores jogadores para não falirem. É o que se diz. É o que repetem os dirigentes, numa cantilena cansativa, mas verdadeira.
Mas por que se chega a essa situação de ser obrigado a vender um jovem talento como, por exemplo, Taison e Douglas Costa, que está com um pé no Villarreal?
A resposta é complexa. Começa porque os clubes de ponta precisam lutar por títulos, pressionados pela imprensa e por suas torcidas. O dirigente é um torcedor, e também quer títulos.
E é aí que entra outro aspecto importante da resposta: a maioria dos dirigentes é despreparada, para não dizer outra coisa.
Vamos ao caso do Grêmio, que gastou uma boa grana em atacantes. Empilhou atacantes, mas nenhum é O atacante. E por aí vai o dinheiro do clube, que depois precisa recompor as coisas vendendo jovens talentos.
Resumindo e simplificando: para ter Maxi Lopes, o Grêmio precisa vender Douglas Costa.
Grande negócio.
Mas Douglas Costa pode ser vendido porque não fará falta alguma. Não faz falta nem ao time reserva em jogo de Gauchão.
Então, pode ser vendido por, digamos, uns 500 mil dólares, talvez um milhão. Não é este o valor de um reserva de reserva?
Assim, considero Douglas Costa vendido para o Villarreal. Ou alguém acredita que o dirigente do clube, José Manuel Llaneza, vem a Porto Alegre só para passear, andar ônibus turístico da Capital? Quem sabe ele vem para olhar o por de sol do Guaíba antes que ele seja encoberto pelos espigões que serão erguidos na orla?
Pode ser tudo isso, mas o Llaneza vem para fechar negócio.
Estamos assim: fica o Sr. Celso Roth e vai-se esse talento promissor que é o Douglas Costa.
Amanhã ou depois, vai o Taison. Mas este a gente ainda conseguiu ver em ação.
Graças ao Tite, que o descobriu abandonado no clube e o promoveu a titular, depois de trabalhar bem o garoto e seu potencial.
Há técnicos e técnicos.
Observação: dou um crédito ao Sr. Roth, que talvez estivesse agindo assim em relação a Douglas Costa a pedido da diretoria, com medo de que o guri estourasse e aí ficaria mais complicado negociá-lo, ainda mais num ano em que se sonha com o título da Libertadores. Mas, pelo histórico do técnico, acho que é coisa dele mesmo.