Quando o Grêmio foi campeão gaúcho escrevi que seria seu único título na temporada. Foi no dia 2 de maio. Ali eu já havia concluído que Silas é um treinador que não sabe por que ganha, nem por que perde.
Talvez um dia aprenda, porque é novo na profissão, um noviço, um aprendiz. E não vai nisso nenhuma ofensa. Quem já não foi iniciante?
É com experiências, vivências, que se assimilam lições. Uns mais rapidamente que outros. Alguns talvez pouco aprendam ao longo da vida. Mas sempre vai se juntando alguma coisa.
‘Vivendo e aprendendo a jogar’, cantava Elis.
O problema é que o Grêmio não pode esperar que Silas aprenda. O Olímpico não pode servir de escolinha do professor Raimundo, aquela do Chico Anísio.
O Grêmio precisa de um mestre, não de um aprendiz. E precisa de uma direção mais firme, mais forte, com um discurso mais veemente, com ações mais incisivas.
Se eu, em maio, já antevia que o time sob o comando de Silas havia chegado ao seu limite, como é que gente experiente como o Meira e o Duda, que sabem tanto ou mais de futebol que eu, não se deram conta de que ali já era o momento de mudar?
Por que esperar a descida da ladeira, quando pode ser tarde demais. Aliás, só não é tarde para evitar o rebaixamento.
No Inter, Fossati foi demitido mesmo tendo colocado o Inter na semifinal da Libertadores, eliminando dois clubes argentinos. Fernando Carvalho teve sensibilidade para perceber que o time com Fossati havia chegado ao seu limite.
FC agiu. A dupla Duda/Meira se omite, olha pro lado, assobia, enquanto a nau tricolor avança em direção a um iceberg, ao abismo.
Nas arquibancadas, os colorados não suportavam mais o técnico uruguaio. O mesmo acontece com os gremistas em relação a Silas. E isso há muito tempo.
A grande questão, agora, véspera do jogo contra o Fluminense que pode marcar o fim do ciclo de Silas, é se adianta mudar só o treinador.
O ideal, a meu ver, seria mudar também o comando do futebol. Tem gente boa para ocupar o cargo nesse grupo que dá sustentação ao Duda. Meira já prestou relevantes serviços ao Grêmio, mas chegou ao seu limite.
Todos nós em algum momento chegamos ou chegaremos ao nosso limite.
Meira daria mais uma grande prova de amor autêntico e desinteressado ao Grêmio se renunciasse. Nada pessoal.