No jogo de 180 minutos, o Goiás foi melhor. Não muito, mas foi superior. No primeiro tempo de ontem, então, foi muito melhor. No segundo tempo, o Grêmio reagiu e até mereceu o empate. Por isso, os 2 a0 no final tiveram o sabor amargo de castigo.
Agora, cruel mesmo foi anular o gol legítimo do André Lima. O juiz correu para o centro do campo, o bandeirinha também. De repente, surpresa!, gol anulado. André, supostamente, estaria em impedimento. Não é verdade. Por que o juiz não foi pelo seu auxiliar, que validou o lance? Por que demorou para voltar atrás? por que voltou atrás? Será que no caminho para o centro do campo ele lembrou que tinha algum tipo de compromisso com o Goiás? Não, claro que não, os juizes são honestos.
A gente viu na Copa do Mundo o quanto os juizes são honestos.
O erro do juiz não invalida, porém, a constatação de que o técnico Renato terá que trabalhar muito para acertar esse time. Ele até que surpreendeu ao transfigurar o time no intervalo. O Grêmio voltou muito melhor e realmente merecia um resultado melhor por esses 45 minutos, marcados principalmente pela vontade e pelo empenho dos jogadores, com raros fragmentos de lucidez.
Agora, Renato errou ao sacar Maylson e depois Souza. Souza estava bem no jogo naquele momento. O que poderia fazer Roberson, que o substituiu? Nada, como de fato aconteceu. Com a saída de Souza (se estava cansado, ainda assim jogava bem), o Grêmio que controlava o meio de campo, perdeu o domínio e passou a apelar para chutões, sem trabalhar a bola. Antes, Renato havia tirado Douglas, outro articulador.
Em síntese, Renato acertou o time no intervalo. Depois, mexeu mal.
A favor do novo treinador o fato de que recém começa a conhecer o time. Seria injusto exigir muito dele na estreia.
Se Renato não conhece bem o time, eu estou em outra situação. Por isso, afirmo que o melhor para o Grêmio, neste momento, foi ser eliminado da Sul-Americana.
O Grêmio mal e mal tem um time para fazer uma campanha mediana no Brasileirão. Se Renato fizer um milagre, até brigar por vaga na Libertadores de 2001.
Agora, com duas competições paralelas, aconteceria o seguinte: não seria campeão da Sul-Americana, porque não tem time para tanto; e aumentaria substancialmente as chances de rebaixamento.
Com a derrota, o Grêmio poderá concentrar suas energias no Brasileirão, para escapar do rebaixamento e quem sabe, com sorte, que anda faltando, ainda disputar vaga na Libertadores.
Sinceramente, foi melhor assim. Este Grêmio desta diretoria que desconhece o significado de palavras como planejamento e competência precisa se limitar ao feijão com arroz e ainda lamber os beiços.