Em outra circunstância o jogo desta quarta-feira no Olímpico seria de festa e confraternização.
Afinal, é o jogo mil do Grêmio no Brasileirão; justo na data de aniversário do clube; e com dois ídolos, dois dos maiores ídolos, frente a frente.
O problema é que não há clima pra frescura.
Grêmio e Palmeiras já abusaram demais, ultrapassaram a cota de maus resultados no campeonato e hoje precisam vencer para galgar posições mais dignas.
Por isso, fora os cumprimentos e sorrisos formais que irão trocar Renato Portaluppi e Felipão antes do jogo, sob aplausos e lágrimas de torcedores, hinos e tudo mais, o clima é de guerra, de hostilidade. Claro, isso quando a bola começar a rolar. Aí, é cada um defendendo o seu lado.
Espero que Renato não permita que o ambiente festivo contamine o vestiário. Tenho certeza que Felipão não vai deixar que isso aconteça no seu. Raposa velha, vai querer tirar proveito da situação para sair do Olímpico com três pontos, algo que seu time não tem conseguido com freqüência.
O Grêmio vai para o jogo sem sua dupla de área titular. E isso é outro problema. Até nem é um problema grave, porque os dois titulares são, na verdade, dois zagueiros razoáveis apenas. Estão quebrando o galho enquanto não aparece coisa melhor.
Assim, em princípio, Paulão e Neuton não ficam devendo nada aos titulares. A questão maior é o entrosamento. Paulão parece um zagueiro do estilo do titular, o Wilson, uma grata surpresa para mim; enquanto Neuton só não tem a experiência de Rafael Marques. Em troca, tem mais facilidade para aparecer na frente, de surpresa.
O Palmeiras não é lá essas coisas (Tadeu é o centroavante, vê se pode), mas tem um técnico ardiloso e experiente.
Afora o clima de festa que sempre me preocupa, Felipão no banco do Palmeiras é a minha maior preocupação.
Time por time sou mais o Grêmio.
Técnico por técnico, sou mais o Felipão.
Mas, parafraseando antigo personagem do Chico Anísio: “Mas quem não é?”
SAIDEIRA
Leio e ouço manifestações de conselheiros preocupados com o poder que Paulo Odone terá no Grêmio com a eleição de 150 conselheiros da oposição.
É muita força. A mesma, ou até menos, que Fábio Koff teria se atendesse o apelo e as orações da torcida e voltasse ao clube do seu coração, que hoje abriga também os integrantes do Clube dos 13.
Odone angariou inimigos ao longo de sua trajetória como dirigente. Mas também colecionou amigos e admiradores. Como todos nós, tem seus defeitos.
E também suas virtudes. Umas delas, é reconhecer em quem lhe faz oposição capacidade para colaborar de sua gestão. Já fez isso outras vezes pensando no bem do clube e, por tabela, de si próprio.
Para isso, é preciso grandeza. Uma grandeza que não percebi no grupo que está no poder há quase dois anos.
FECHANDO A CONTA
De novo a Casa Civil. De novo a lama fétida e nojenta atinge os pés do ídolo de barro. E, de novo, ali ficará.