Antes que alguém imagine que eu surtei com essa história dos Assis Moreira, informo que andei envolvido em outras atividades, menos agradáveis, mas mais rentáveis.
Minha ausência aqui no boteco é, portanto, justificável.
Mas passei o dia ouvindo e lendo. Os colorados, da mídia e fora dela, ficaram eufóricos com o final da novela.
Alguns gremistas também festejaram.
Eu torci pela contratação de RG até que me caiu na ficha, conforme escrevi na postagem de
sábado, pela manhã, quando acordei com um cutuco.
Naquele momento havia percebido que o enredo da novela não fechava, como um filme nacional de segunda categoria.
Ronaldinho dizia (Assis dizia) que queria retomar sua carreira pensando na Copa de 1014. Sinalizava, portanto, que queria trabalhar de novo, deixar a vida de festas e pagodes.
Por outro lado, só queria saber de festas. Não treinou um dia sequer. Nem um corridinha na beira da praia de Jurerê. Cheguei a escrever que ele só assinaria um contrato depois do fim de semana, após o show da Amy.
O discurso não combinava com a prática.
Foi aí que me toquei que ele iria para o Flamengo.
No Grêmio e no Palmeiras, com Felipão, ele teria de trabalhar.
O trabalho enobrece, mas cansa. Deve ser o pensamento de RG, acrescentando que já está milionário, embora sua fortuna seja administrada pelo irmão (iiiiiihhhhh) ardiloso.
É esse o Ronaldinho que o Flamengo está contratando.
E esse Ronaldinho só daria problemas para o Grêmio. Imaginem um contrato de três anos com um sujeito como esse.
O Ronaldinho que preferiu o Flamengo é o Ronaldinho da prática, não do discurso.
O verdadeiro Ronaldinho, esse que não joga há quatro anos. E esse, realmente,
não acrescentaria nada ao Grêmio.
SAIDEIRA
Depois que larguei o jornal, fiquei com as noites livres. Faço cerveja e outras coisas. Mas vira e mexe dou de cara com uma novela.
Passione, por exemplo.
Ali tem uma vilã, a belíssima Mariana Ximenes (velha paixão do Luís Henrique Benfica, que babava na redação do CP toda vez que ela aparecia).
Pois a personagem da Mariana, Clara, me lembra o Assis.
A mulher passou a novela aprontando, fazendo o diabo.
Trambiqueira pra mais de metro. Mas sempre se dando bem.
Sacaneou todo mundo. Mas sempre apareceu alguém para acreditar nela, como
o italiano Totó.
Hoje, ao ver a Clara sendo presa e o Totó aparecer depois de morto (novela é isso), não pude
deixar de comparar a Clara com Assis, e o Totó ao Grêmio.
Assis sempre aprontou com o Grêmio, desde guri.
Mas, como a Clara, deu um jeito de voltar. Clara, ao que tudo indica, vai se dar mal mesmo.
Já o Assis só se dá bem. Ao menos por enquanto.
Novela, sabe como é, são longas e sempre reservam surpresas.