Quando eu digo que o Inter vive imitando o Grêmio sempre aparece um colorado indignado.
Mas o que está fazendo o Inter agora depois de demitir Celso Roth -herança que o Fernando Carvalho deixou para seus sucessores, porque a demissão teria de ter ocorrido assim que terminou o histórico e inesquecível jogo contra o Mazembe?
Retira do fundo do baú o comentarista esportivo Falcão, que seria um ídolo colorado à altura de Renato Portaluppi. É isso: o Inter quer também um ídolo no banco de reservas, comandando o time.
O problema é que Falcão é um ex-treinador, função que exerceu sem brilho há mais de uma década.
Falcão preferiu as cabines refrigeradas dos estádios às agruras da beira do campo, onde os jogos nem sempre são nos grandes estádios.
Há algum tempo Falcão vem se insinuando para retomar a antiga atividade. É um bem-sucedido comentarista, mas a remuneração dos técnicos de futebol hoje é de virar a cabeça de qualquer um. Mesmo de um sujeito equilibrado e inteligente como Falcão.
No momento em que escrevo, Falcão ainda não foi confirmado. Mas o será em seguida.
Independente disso, a saída de Roth do Inter foi a melhor decisão para o clube. Escrevi dias atrás que o Inter tem potencial para brigar pelo título, mas com Roth não iria a lugar algum. Ficaria no meio do caminho.
Portanto, a substituição vem a tempo. Até demorou muito.
Se a queda de Roth é lamentada pela torcida do Grêmio e festejada pela do Inter -a mesma que meses atrás gritou a todo pulmão no Beira-Rio ‘fica Roth’-, percebo gremistas sorridentes com a notícia de que o substituto é Falcão.
É aquele sorriso maroto, que não mostra os dentes, mas com um significado muito claro:
– Eles vão se quebrar.
SAIDEIRA
Ouvi há pouco o Ibsen Pinheiro, fã de carteirinha do Roth, criticando Falcão, que para ele não tem trajetória de treinador para ser analisada. O Pedro Ernesto tratou de exaltar o trabalho Falcão na seleção brasileira. Aliás, o que tem de gente em determinado setor da mídia enaltecendo o Falcão. Ah, e o Ibsen negou Roth. Daqui a algum tempo vai pedir a volta de Roth de novo. É fixação. Tem gente no Olímpico e no Beira-Rio que tem obsessão por Roth.
O Inter erra de novo. Errou ao manter Roth e agora erra na substituição.
Mas se a ideia é imitar o Grêmio, está bem. Correto, embora Falcão não represente tanto para os colorados quanto Renato significa para o Grêmio.