Borges abusou da arte de perder gol lá na minha terra. Um deles me lembrou o Jonas em seu pior momento. Jonas evoluiu, Borges será sempre apenas Borges, um atacante bom, eficiente, mas insuficiente para quem elegeu como prioridade o título da Libertadores. O pior é que também não levo muita fé no André Lima.
O empate por 1 a 1, conseguido no finalzinho com um pênalti sobre Borges, um pênalti daqueles desnecessários, coisa de zagueiro assustado, evitou o Gre-Nal já na próxima fase, em meio a jogos da Libertadores para os dois times. Seria ruim. O Grêmio agora terá de ir a Erechim.
Já o Inter levou um susto. Se este não fosse um boneco família eu diria que levou um cagaço. Tomar dois gols de cara dentro de casa do pequeno Canoas, convenhamos…
Mas aí o time reagiu e mostrou o que deve fazer um time grande, milionário, contra um time formado às pressas e com prazo de validade curto, como é o Canoas e a maioria dos times do Gauchão.
O Inter goleou. Foi sua maior goleada no campeonato. Por coincidência, para quem acredita em coincidência, Roth (toc-toc-toc) não estava no banco. Com ele será que o time se soltaria tanto? Claro que não.
Preocupante, para os colorados, é a frase do Siegmann: Roth tem as portas abertas no Beira-Rio. E ele volta, é claro que um dia ele volta. Assim como voltará ao Grêmio, onde deixou viúvas.
Por falar em frases, Renato não podia perder a oportunidade de provocar seu novo rival, o Falcão. Desnecessário e inoportuno.
Renato tem razão ao reforçar que Falcão não treina há tempo, que uma coisa é dar palpite, ou opinião, como queiram, como comentarista, outra coisa é comandar um vestiário e ir para a beira do campo ‘fazer acontecer’, conforme frisou o técnico gremista.
O problema é que Falcão é um sujeito inteligente e vai comandar um time de qualidade. O mais sensato seria Renato esperar mais um pouco antes de fazer suas provocações, em tom de brincadeira, a gente sabe, mas que sempre geram uma situação que não precisa ser criada agora.
Não faltará gente na mídia para aproveitar e detonar o Renato, principalmente se mais adiante ele perder o duelo para Falcão. Mas Renato é o tipo do cara que gosta de provocações, de pagar para ver.
Como jogador, entrava em campo no estádio lotado, decisão de campeonato, e jogava como se estivesse numa pelada em Ipanema. E sempre falando o que lhe desse na telha.
Não mudou nada. Pra imprensa, um prato cheio. Suas declarações vão render alguns programas de rádio e de TV.
Eu prefiro um técnico assim, brincalhão e irreverente ao microfone, a um cheio de pose, de frases politicamente corretas, estudadas, mas absolutamente chatas e redundantes.
É claro, desde que continue ganhando.