O dia de fúria do vice-presidente de futebol colorado, após o Gre-Nal, foi nada menos e nada mais do que uma ação para intimidar os árbitros dos próximos clássicos.
Foi a velha e surrada, mas ainda eficiente, tática de condicionamento da arbitragem.
Afirmei isso no programa do Reche, o Cadeira Cativa, da Ulbra, ontem à noite. O Siegmann, que estava ao meu lado, não negou, nem confirmou, embora sua frase seja uma confissão.
– Não seria a primeira vez que um dirigente faria isso (tentar condicionar arbitragem) – disse ele.
O fato é que qualquer juiz que for escolhido no sorteio dirigido da FGF vai entrar em campo pensando mais ou menos assim:
– Se ele (o Siegmann) ficou enlouquecido com o juiz mesmo saindo vitorioso e tendo um gol altamente suspeito validado (pra mim foi falta clara do Damião), o que ele não pode fazer em caso de derrota?
Os juizes estão borrados.
Por isso, no mesmo programa, sugeri que a FGF contrate árbitros de fora do RS para apitar os dois jogos decisivos do Gauchão. É desumano colocar esses juizes, todos com pouca experiência como o próprio Márcio, para apitar os grenais.
Sem contar que juiz de outro Estado não estaria nem aí para o sr. Siegmann, que exagerou na dose, mas ao menos mostrou uma indignação que não percebo nos dirigentes do Grêmio, todos muito calminhos para o meu gosto.
Aproveitei para perguntar ao sr. Siegmann se ele vetaria o nome de Márcio para apitar jogos do Inter. Ele respondeu:
– E precisa vetar?
Claro, o Márcio está vetado implicitamente. Duvido que entre nos sorteios, embora a FGF diga que ele será incluído.
Foi então que eu afirmei:
– Se o último juiz que o Inter vetou publicamente, o Leonardo Gaciba, que não apitou jogos do Inter durante alguns anos, chegou a ser o melhor de quatro ou cinco campeonatos brasileiros seguidos, prevejo um futuro luminoso para o Márcio.
Aproveitei, também, para perguntar ao sr Siegmann aquilo que nenhum repórter perguntou depois do jogo:
– Qual a regra que determina que os pênaltis sejam cobrados na goleira em que há mais torcida?
Ele deu uma volta, não soube dizer.
Depois, perguntei por que ele não criticava sequer minimamente o maior responsável pelo risco de derrota do Inter, que foi o Guinazu, e não o árbitro.
Ele deu outra volta e ficou por isso mesmo.
Então, ficou claro o lance do condicionamento. Por isso, o melhor seria trazer árbitros de fora.
SAIDEIRA
O Grêmio vai com time misto contra o Universida. Com tantos desfalques, o Grêmio decidiu poupar o F. Rochemback para o primeiro Gre-Nal da decisão. Não tenho dúvida disso. Afinal, um desfalque a mais ou menos a esta altura…
O Universidad é o grande favorito, mas o futebol é uma caixinha de surpresas, como dizia Dino Sani do alto de sua sabedoria.
Renato viajou com o cartão de visitas da Cerveja 1983, entregue a ele no aeroporto ontem na hora do embarque por um aficcionado da 1983, Kidiaba e Mazembier.
Reafirmo, a 1983 dá sorte.
FECHANDO A CONTA
Sugeri ao Siegmann que o Inter, diante de um Grêmio esfacelado, poderia colocar um time misto no Gre-Nal, pra equilibrar o clássico, e também para poupar alguns titulares para a Libertadores.
Isso se o Inter passar pelo Peñarol.
O futebol é uma caixinha de surpresas…