O gol de Oscar logo no começo foi pra matar secador.
Larguei e fui engarrafar umas Mazembier. Pensava no Mazembe e cogitava da possibilidade de o Penarol jogar com a camisa do time africano. Talvez isso fizesse o Inter tremer.
Não foi preciso. O Inter tremeu como na disputa do Mundial.
Confesso que não acreditei quando voltei para diante da TV, aos 15 do segundo tempo. Vi na tela: 2 a 1 pro time uruguaio.
Então, todo aquele foguetório e buzinas que eu havia ouvido não eram de colorados, como eu acreditara.
Abri uma Kidiaba e fiquei ali diante da TV me deleitando diante do pesadelo que viviam os colorados dentro e fora de campo. Liguei o rádio para acompanhar o pessoal.
Ouvi os lamentos de Cláudio Cabral, que criticava Falcão por sacar Oscar e colocar o inexperiente Ricardo Goulart (pura invenção, claro.
O choro de Cabral soava como como uma sonata de Chopin aos meus ouvidos. Música pura e bela.
Fiquei ali degustando minha Kidiaba long neck. Foi quase num gole. Abri uma 1983, estava tranquilo. Eu estava convencido de que o Inter viraria o jogo.
Os minutos foram se passando, a galope para os colorados. A passos de tartaruga para os gremistas.
Quando deu 40 minutos, abri uma Mazembier, mais adocicada.
Desceu como um nectar.
A noite começava com uma zebra, uma enorme zebra, do tamanho da soberba que acometeu os colorados desde antes do Gre-Nal.
Resta esperar por outra zebra.
Para isso, é preciso acreditar na imortalidade.
SAIDEIRA
Se o Gauchão estivesse na Bolsa de Valores, suas ações estariam disparando depois de vexame colorado no Beira-Rio, diante de 42 mil torcedores. Se o Grêmio também for eliminado, as ações do nosso modesto regional irão às nuvens.
FIM DE FESTA
É meia-noite agora.
Quando escrevi o título deste post pensava que o segundo zebrão poderia ser uma vitória do Grêmio. Delirava, claro. Mesmo assim, o Grêmio foi valente, jogou bem, melhor do que aqui no Olímpico, onde o Borges com sua expulsão jogou no lixo as chances do time.
Errei no galo, acertei na galinha. A noite foi marcada por mais um zebrão: a eliminação do Cruzeiro em pleno Mineirão. O time de melhor campanha caiu dentro de casa.
Pra completar a noite trágica do futebol brasileiro, o Fluminense também fracassou.
E eu já ouvia gente dizendo que o Brasil dá de relho na Libertadores, que o futebol brasileiro é muito superior e por aí vai.
É, o futebol é mesmo uma caixinha de surpresa.
FECHANDO A CONTA
Renato, por favor, esquece o Gilson e coloca o Neuton na lateral. Não é por isso que o Grêmio caiu, mas o Gilson decididamente compromete.