O capitão Fábio Rochembacf resumiu bem, enquanto o Inter festejava o título em seu salão de baile, o Olímpico – o Beira-Rio é dos visitantes:
– Deixamos de vencer no primeiro tempo.
O Grêmio teve um domínio avassalador no primeiro tempo, pelo menos na maior parte dele.
Lúcio fez 1 a 0 recebendo um lançamento primoroso do Douglas.
Depois, Viçosa, que fazia grande partida, perdeu a bola do jogo aos 19 minutos, quando Douglas o deixou sozinho na cara de Renan.
Como o passe foi rasteiro, impossibilitando o cabeceio, Viçosa teve de concluir com os pés. E aí a gente já sabe: defesa do goleiro.
Lá pela metade do primeiro tempo o Inter começou a reagir. Aos 29, Damião obrigou Victor a uma grande defesa. Dois minutos depois, Damião aproveitou jogada do Zé Roberto, que entrou no lugar de Juan e desmanchou o sistema de 3 zagueiros inventado pelo Prof. Pardal, digo, Prof. Falcão.
Do de Damião, que se antecipou ao Rodolpho e mandou para a rede. Confirmou, assim, minha previsão: Damião faria pelo menos um gol. Damião, já escrevi, é a diferença entre os dois times: um camisa 9 que faz gols.
Minutos depois foi o Leandro que, recebendo de Lúcio, ficou sozinho na cara de Renan e chutou desviado.
O melhor que o guri fez no jogo foi cavar cartões amarelos.
No final do primeiro tempo, aos 45, Andrezinho, que não conseguia sequer caminhar, marcou um golaço, pegando rebote.
No segundo tempo, o Inter começou melhor, bem melhor. Ao mesmo tempo, o Grêmio se mostrava perigoso. Aos 12, Mário Fernandes fez bela jogada e cruzou para Viçosa marcar. A conclusão foi para fora, rente à trave esquerda. Era a chance de liquidar o jogo.
Aos 28, pênalti do Victor no Zé Roberto. O Grêmio se descuidou numa cobrança de lateral. Coisa de time varzeano vacilar assim numa decisão de campeonato.
D’Alessandro cobrou com categoria e ampliou: 3 a 1. O Inter se encaminhava para o título. Aí, repetindo o Gre-Nal do Beira-Rio, Renan voltou a falhar. Na cobrança de escanteio, deixou a bola cair nos pés de Borges. Sim, Borges havia entrado com o Lins – sairam Viçosa e Leandro, que já não jogavam mais nada.
Borges descontou e, dizem, chorou enquanto comemorava.
Renan sofria mais um golpe. Nos pênaltis, ele se reergueria. Defendeu três cobranças – de W. Magrão, Lúcio e Adilson – e deu o título gaúcho ao Inter.
Aqui entre nós: o Inter mereceu.
O Grêmio teve tudo para ser campeão, mas faltou aquilo que vem faltando desde a saída de Jonas e a lesão de André Lima: acabamento.
Responsabilidade é de quem? É da direção, que não fez a reposição necessária, apostando no Borges e no Viçosa.
E aí nem há muito mais o que comentar para ser repetitivo.
MAZEMBE
No final, em meio à comemoração, muitas referências dos jogadores colorados ao Mazembe. Depois são os gremistas que não deixam esquecer o fiasco no mundial!
Criaram aquela história de que o Mazembe jogaria contra o Grêmio, o que pelo visto ajudou a motivar ainda mais os colorados.
Eu desmenti aqui no boteco, mas o boato de que haveria esse jogo permaneceu. Aqueles que divulgaram a falsa informação não a desmentiram ou a desmentiram sem a mesma ênfase, sem o mesmo alarde.
O fato é que lembrar o Mazembe na hora da alegria apenas prova o quanto segue doendo aquela derrota.
Vou continuar fazendo a minha Mazembier.
GORJETA
Alguém já disse: pior que só ganhar o Gauchão, é perder o Gauchão.