Até parece brincadeira, mas criaram o Disque-Dentuço pra vigiar os passos de Ronaldinho Carioca (sim, ‘Gaúcho’ ele deixou de ser faz muito tempo).
Confesso que esse é o tipo de notícia que me dá alegria, me enche de júbilo. É um pensamento menor este meu, mas não estaria sendo sincero se escrevesse que fico penalizado, solidário ao ex-RG.
Sempre acreditei na máxima que cada um colhe o que planta.
O ex-RG, atual RC, virou o prato em que comeu e que alimentou toda a sua família nos tempos de vacas magras ao deixar o Grêmio daquela maneira traiçoeira e anti-ética, para dizer o mínimo.
Desde então, caiu em desgraça perante a imensa maioria dos gremistas.
Não satisfeito, praticamente repetiu a dose agora ao acenar que gostaria de voltar ao Grêmio. Na verdade, foi apenas uma estratégia para atrair o Flamengo, viu-se logo depois.
O Rio era o sonho do ex-RG.
Afinal, para um jogador milionário, cansado da bola e cada mais entusiasta das noitadas e dos pagodes, jogar em Porto Alegre, com uma imprensa cri-cri e uma torcida inteira no pé, seria uma estupidez.
Ronaldinho Carioca pode ser tudo, nunca estúpido. Muito menos seu procurador, empresário, conselheiro, irmão, tutor, o Assis.
Bem, a conta está chegando. No campo, ele é um caricatura do que um dia foi. É vaia em cima de vaia.
Agora, ele terá toda a torcida do Flamengo no pé. Já foram formadas várias equipes de vigilantes voluntários para acompanhar da passo do jogador fora de campo. Se uma equipe falhar, sempre haverá um flamenguista para telefonar para o ‘Disque-Dentuço’.
A vida de RC está virando um inferno. E ele pensava que o Rio seria um eterno paraíso…
UM NOME APAGADO
Quando soube que haviam tirado o nome do ex-RG de um material promocional do Grêmio citando jogadores formados no clube, custei a acreditar. Incrédulo, mas satisfeito. Depois, constatando que a notícia era verdadeira, pensei melhor.
Não tem como apagar esse nome da história do clube. Não tem, é impossível. Seria como anular o balãozinho que ele deu no Dunga num Gre-Nal, ou então os vários lances geniais, os gols.
Como ignorar o orgulho que um dia foi ter esse jogador vestindo a camisa tricolor?
É claro que a traição cometida por alguém assim assume dimensão grandiosa.
Não tem como apagar o ex-RG da história do Grêmio. Assim como não existe a menor possibilidade de ignorar a traição cometida.
O melhor a fazer é conviver com as duas situações.
Ele começou no Grêmio. Ele traiu o Grêmio.
Não há como apagar isso.
SAIDEIRA
Este caso, me lembra o que fizeram no Colégio Militar de Porto Alegre tempos atrás: tiraram o nome de Carlos Lamarca, que estudou lá antes de se tornar guerrilheiro, combatendo a ditadura militar.
Mas a existência de Lamarca nessa escola não tem como ser anulada.
Menos ainda o fato de que o Brasil já existia antes de Lula, embora ele não acreditasse nisso.