Os volantes Fernando e Willian Magrão foram os atacantes mais efetivos do Grêmio. Foram eles que tiveram as duas chances mais claras de gol do time, ficando cara a cara do goleiro e chutando como se fossem Herreras. Quer dizer, no corpo do goleiro Renan.
Depois, o gol. Não, não foi de um atacante. Foi um zagueiro, o desprezado Rafael Marques. Foi um gol casual, pura sorte, a mesma que resultou no segundo gol do Botafogo, um pouco antes do apagão.
Não, não estou me referindo ao apagão do time gremista, que repetiu o primeiro tempo melancólico do jogo contra o São Paulo. Informo pra quem não sabe: faltou luz no Engenhão.
Mais uma vez, o time sentiu a falta de atacantes de qualidade. Atacantes que possam fazer a diferença, ou ao menos causar preocupação aos zagueiros adversários.
Quase posso ver os zagueirões que enfrentam o Grêmio rindo entre si quando deparam com o Lins, o Viçosa, o Roberson. Gente promissora, mas que hoje não tem condições de vestir a camisa titular do Grêmio.
Lembro que aos 14 minutos do primeiro tempo vi o Grêmio trocar quatro ou cinco passes no campo de ataque. Até ali, só dava Botafogo.
Estaria enfrentando o Barcelona? Não, era apenas o modesto Botafogo, que só não marcou gols mais cedo porque esse ‘Barcelona’ não tem Messi, tem Herrera.
Hoje, qualquer adversário se transforma em Barcelona contra o Grêmio, que se encolhe, se defende como pode, se esgarça todo para conseguir chegar na frente, onde invariavelmente seus atacantes vão perder a bola.
E quando esse time ainda tem um jogador expulso de forma imbecil, aí a derrota se torna inevitável. Fernando, um jovem e eficiente volante, já tinha cartão amarelo, mas isso não impediu que desse um tranque forte, na cara do juiz, num guri magrinho, pernas finas, endiabrado, o Cidinho, que recém havia entrado. Cidinho, guardem esse nome.
E assim vai o Grêmio, sempre esperando pelos atacantes que não tem desde o começo da temporada.
Parece que tudo isso é para abalar a imagem de vencedor de Renato perante a torcida.
Enquanto isso, crescem os rumores sobre a queda de Renato Portaluppi. Mais que isso, tem gente torcendo contra Renato, como se ele fosse o grande responsável por esse time que está aí. Surgem especulações.
Adilson, o capitão América, o queridinho de boa parte dessa direção que não fica ruborizada em ver o time jogando sem ataque desde fevereiro, caiu no Atlético Paranaense.
Ah, não gostam do Adilson? Ou do Cuca? Quem sabe, então, o Celso Roth, que está aí, à espreita?
SAIDEIRA
O Inter desemcabulou em casa. Bateu o Figueirense de goleada, 4 a 1. O time catarinense havia sofrido apenas dois gols no campeonato. Tinha a defesa menos vazada.
Por isso, é importante valorizar a vitória, principalmente os três pontos.
É claro que o time continua com problemas, mas uma vitória no dia em que o Grêmio voltou a perder sempre alcança uma dimensão maior.
A tensão agora passa para o Olímpico.
FECHANDO A CONTA
Quarta-feira, no Olímpico, contra o Avaí, Renato poderá contar, finalmente, com uma dupla de ataque digna de clube grande: Miralles e André Lima devem jogar.
Os dois nunca jogaram juntos. Ambos estão voltando de lesão. Ainda assim, afirmo: vão jogar mais, muito mais, do que esses que estão aí se fardando e entrando em campo só porque não há nada melhor no clube.