O Inter está para perder seu goleador (Damião). E o que faz o Inter? Traz outro atacante para o lugar (Wellington Paulista, que gosta de fazer gol no Grêmio).
O Grêmio perdeu seu goleador no começo do ano, às vésperas da Libertadores sempre tão sonhada. E o que fez o Grêmio? Nada.
É um exemplo simples, objetivo, claro, que ajuda a explicar por que o Inter deste começo de século é muito superior ao Grêmio.
A qualidade dos dirigentes está fazendo a diferença. Mudam alguns nomes, a estrutura permanece, a filosofia se solidifica. Os resultados aparecem, mesmo que a médio ou longo prazo.
O Inter superou uma crise causada pela derrota diante do Ceará em pleno Beira-Rio e conseguiu se recuperar. Antes disso, festejou o título gaúcho na casa do Grêmio.
O Inter somou duas goleadas seguidas. O Grêmio, dois resultados negativos, com atuações constrangedoras.
A balança do futebol gaúcho eleva o Inter, rebaixa o Grêmio.
Enquanto a direção colorada saboreia seu momento de paz, que talvez nem dure muito tempo, a direção gremista, depois da precipitada demissão do técnico Renato Portaluppi, tateia no escuro em busca de um treinador.
– Estamos construindo um perfil -, disse o vice Antônio Vicente Martins, que teria sido eleito presidente do clube em 2008 não fosse a intervenção de Fábio Koff (que eu e muita gente criticou). AVM, o candidato de Paulo Odone, acabou perdendo para Duda Kroeff.
Quer dizer, a atual direção chegou ao meio do ano sem um ataque de respeito, condizente com a grandeza do clube, e também sem um perfil do técnico que deseja. Vai ‘construir’ um perfil.
E assim vai o Grêmio…
TREINADORES
São muitos os nomes, mas no final vai dar Celso Roth. Eles colocam o bode na sala: Cuca, que recentemente agrediu Renteria e caiu diante do Once Caldas em pleno Mineirão.
Diego Aguirre? Por favor…
Depois outro bode: Dunga (da onde alguém tirou que o coloradíssimo Dunga seria bem recebido pela torcida?).
De nome em nome, todos desprezados pela torcida, o Grêmio acabará ficando com aquele que todos sabem de quem estou falando.
Mas esse também tem elevado índice de rejeição. Ocorre que o tempo vai aparando arestas, a repulsa diminui…
Foi assim que Paulo Odone fez com Renato: não deu um ataque e deixou o tempo se encarregar do resto.
Esperasse mais uma rodada, com os reforços na mão, Renato talvez começasse a vencer de novo, e aí já não daria mais para demitir o ídolo.