Domingo de vexames e a minha paranóia

Sempre que um jogador bate pênalti chutando por cima, muito alto, quase colocando a bola pra fora do estádio, não consigo deixar de pensar que foi de propósito, por querer, nunca por ruindade e/ou nervosismo.

Foi assim quando Roger, o da Débora Secco, mandou a bola nas nuvens em seu tempo de Corinthians. Foi negociado em seguida.

Tive o mesmo pensamento quando Borges cobrou pênalti contra o Inter e mandou a bola na última fileira da arquibancada superior. É outro que logo foi afastado do clube.

É coisa de paranóico, eu sei, mas é mais forte do que eu.

Agora, como evitar esse pensamento obscuro quando dois jogadores da seleção de futebol mais festejada do planeta cobram pênaltis lá no ‘quinta andar’ como diziam os narradores de antigamente?

Hoje, o Brasil se superou: quatro cobranças, três para fora e uma com defesa do goleiro, aliás, que baita goleiro esse do Paraguai.

Houve quem culpasse o gramado, o mesmo gramado em que estavam os jogadores paraguaios, com a diferença que estes foram mais felizes nas cobranças. Resultado: Brasil eliminado da Copa América, seguindo o caminho da Argentina, a anfitriã.

Pode ser mesmo pura paranóia, mas que é estranho é estranho.

Agora, por que cobrar pênaltis para fora de propósito? Para prejudicar o Mano? Ou apenas para voltar mais cedo pra casa? Por que as duas seleções mais fortes foram eliminadas tão prematuramente, e ao mesmo tempo?

Confesso que não tenho a resposta. Deve ser nóia mesmo. Tudo bem, posso conviver com esse distúrbio.

MANO

A eliminação brasileira foi um crime. O Brasil foi muito superior ao Paraguai, que se limitou a marcar e a bater. Só o Brasil parecia interessado em jogar futebol, buscando o gol a todo instante. Foram muitas as situações de gol e as oportunidades desperdiçadas.

Fica difícil falar em imperícia dos atacantes. Prefiro enaltecer o goleiro paraguaio Justo Villar. Ele fez defesas fantásticas. Entre elas, uma em que Pato dominou e concluiu de cima, à queima roupa. Villar salvou com as pernas.

Não gosto do Mano Menezes. Mas ele fez a sua parte. Armou bem o time na defesa e o seu ataque criou bastante, apesar da forte retranca do adversário.

Foi a melhor atuação do Brasil na Copa América. Era jogo para vencer ao natural pelo que fez a Seleção e pelo que deixou de fazer o Paraguai, que abusou das faltas sob o olhar conivente do juiz.

No final, Brasil e Argentina morrem abraçados. Um vexame.

INTER

Por falar em vexame, o Inter caiu por 3 a 0 no Beira-Rio. O São Paulo manteve uma disputa equilibrada com o Inter. O resultado até é dilatado demais pelo que aconteceu, mas o Inter nunca conseguiu se impor. O SP, assim, bateu nos nossos dois representantes.

No vexame anterior, derrota por 1 a 0 para o Ceará também no Beira-Rio, Falcão balançou.

Agora, três derrotas seguidas, culminando com essa goleada, projeto que Falcão entra na categoria de técnico ‘prestigiado’, ou seja, basta um sopro para ele ser demitido.