Caso ISL: sujeira pra baixo do tapete

O arquivamento do processo de expulsão do ex-presidente José Guerreiro, ocorrido ontem à noite, dia 1, em reunião do Conselho Deliberativo do Grêmio,  é uma vitória daqueles que preferem varrer a sujeira pra baixo do tapete a fazer a faxina necessária e exemplar para que os deploráveis fatos ocorridos na gestão 2000/2001 nunca mais aconteçam.

Se o grupo que fez prevalecer o corporativismo ganha, perde a instituição. Os conselheiros desperdiçaram uma grande oportunidade de mostrar que realmente estão atentos e interessados em punir todos aqueles que de uma forma ou de outra não honram os cargos que possam ocupar na diretoria do clube.

Permanece aberta a porta para que eventos como os ocorridos durante a parceria com a ISL voltem a acontecer. A impunidade atiça e atrai os mal-intencionados.

Fosse realmente um um gremista que acima de tudo pensa no clube que diz amar, o ex-presidente teria renunciado assim que saiu a condenação judicial, que acabou prescrita como deverão prescrever os delitos registrados no caso Mensalão e no caso Detran, onde – que coincidência! – aparecem citados outros gremistas de ‘estirpe’. Tivesse renunciado, o ex-dirigente teria poupado o clube, seus familiares e seus amigos de todo esse processo desgastante e humilhante, tanto para o próprio denunciado como para o Grêmio.

O ex-presidente José Guerreiro mantém todas as suas prerrogativas formais no clube. É possível que volte a circular lépido e faceiro pelos gabinetes do Olímpico e até que volta a ocupar cargo no clube, quem duvida? O caminho para isso foi aberto pelos votos de 101 conselheiros – algum desavisado os comparou aos 101 dálmatas, o que os  simpáticos cãezinhos decididamente não merecem.

O que eu não acredito é que ele um dia recupere a confiança dos torcedores.

Se o tempo é capaz de fechar todas as feridas, não existe o que apague as cicatrizes dos ferimentos mais profundos e dolorosos.

CASO ISL (texto extraído do site do Correio do Povo)


O Caso ISL trata do sumiço de três cheques, totalizando 310 mil dólares, enviados pela empresa ISL ao Grêmio em agosto de 2000. O dinheiro não entrou na contabilidade do clube, sendo depositado em contas de doleiros de Brasília e Santa Catarina.

Denunciado pelo Ministério Público na ocasião, José Alberto Guerreiro foi condenado a dois anos e dois meses pela 1ª Vara Criminal de Porto Alegre. Por atender os requisitos legais, o ex-dirigente teve a pena convertida em prestação de serviços comunitários.

Ao apelarem da sentença de Primeiro Grau à 7ª Câmara Criminal, os acusados tiveram as penas reduzidas em dois meses e, de ofício, foram beneficiados pela prescrição.