Borges diz que o jogo contra o Grêmio tem, para ele, um sabor especial. Imagino que a torcida do Grêmio, ou grande parte dela, pense da mesma maneira.
Esse reecontro tem pra mim, também, um sabor especial. É um aperitivo para o que vem por aí, logo adiante. A entrada para o prato principal, que é rever Ronaldinho Gaúcho no Olímpico enfrentando o clube que o lançou, e que ele desprezou por ganância.
Por enquanto, vamos saborear esse momento: a volta de Borges ao Olímpico. Borges quando interessado e bem municiado, como acontece agora no Santos ao lado de craques como Neymar, é um bom centroavante.
Em seus últimos tempos de Grêmio, ele não parecia nada interessado e não recebia os merengues que agora lhe sobram no Santos.
Dificilmente vou esquecer o pênalti que ele cobrou para acertar o pipoqueiro do lado de fora do estádio e que custou derrota em Gre-Nal.
Da mesma forma, será impossível esquecer que Borges deixou o Grêmio com um jogador a menos em jogo da Libertadores, no Olímpico, após acertar uma cotovelada num adversário.
O Borges que eu vou guardar para sempre na memória é esse: o Borges displicente e irresponsável.
É esse o Borges que irei rever no Olímpico. Fosse eu um zagueiro tricolor saberia como cuidar para que ele não se atrevesse a entrar na área.
Mas eu sou apenas um blogueiro rabugento e rancoroso.
Sou tão rabugento que simplesmente não posso aceitar que torcedores vaiem jogadores em treinos.
Quer dizer, há exceções. Se o sujeito está treinando de forma negligente, tipo estou nem aí, merece vaia e muito mais.
Agora, se o jogador é daqueles sem muita qualidade, que apanha da bola, que a chama de ‘doutora’, não de ‘meu bem’ como faz o Douglas, é preciso tolerância. O torcedor precisa ser paciente com jogadores assim. Ter um olhar mais compreensivo, afetivo até. ‘Coitado, ele não tem culpa.’
Mas alguns ‘bocós’ (fazia horas que eu queria usar essa expressão dos tempos de piá em Lajeado) vaiaram um jogador assim, o Brandão, no treino desta terça-feira.
O que querem esses torcedores? André Lima? Talvez Miralles, que ainda não justificou sua contratação – até por falta de melhores oportunidades? Vai mesmo mudar muita coisa?
Brandão teve participação razoável contra o Cruzeiro. É um jogador pesado, de pouca técnica, e que ainda está se adaptando. O que ele mais precisa nesse momento é de incentivo. Nunca de vaia.
Brandão veio para o Grêmio numa emergência e está tentando dar sua contribuição para o time reagir no campeonato.
Os ‘bocós’ que o vaiaram deveriam fazer a mesma coisa, contribuir, apoiando seus jogadores e também o técnico.
Ou então ficar em casa pra não atrapalhar.