Os resultados do fim de semana foram frustantes para gremistas e colorados. O Grêmio, no sábado, e o Inter, neste domingo, tinham tudo para fechar a rodada com três pontos, mas não souberam segurar a vantagem por mais alguns minutos.
A história dos dois é semelhante. Seus adversários, o lanterna América e o então líder Corinthians ficaram com um jogador a menos ainda no primeiro tempo. O Grêmio vencia por 2 a 1 até os 41 minutos do segundo tempo. O Inter vencia por 1 a 0 até os 43 minutos do segundo tempo.
Aí, o Grêmio que estava encurralado pelo lanterna mesmo tendo um jogador a mais, levou um gol de cabeça numa cobrança de escanteio, um golaço. Se o jogo continuasse mais alguns minutos o América teria virado, com certeza, tamanha a mediocridade do time que estava em campo vestindo a camisa tricolor.
No Beira-Rio, o Corinthians não tinha o mesmo ímpeto do América, e tudo indicava que sairia de campo derrotado. Foi então que D’Alessandro cometeu uma falta evitável em Alex, a uns 15 passos da grande área, mas de frente para a goleira. O argentino levou o segundo amarelo e foi expulso justamente.
Foi então que sucedeu-se algo inacreditável: ficaram apenas dois jogadores na barreira. Concordo que era um chute de longe, mas quem ajeitou a bola para bater foi um sujeito muito conhecido por seu chute forte e preciso. Faltando dois minutos para terminar o jogo não seria o caso de fazer uma barreira de verdade, apesar da distância da falta? É evidente que sim. Alex viu o canto aberto e chutou forte. A bola entrou rente à trave esquerda. Muriel, que estava bem no centro da goleira, tinha amplas condições de fazer a defesa, mas demorou a saltar.
Se o gol do América acabou com o delírio de alguns gremistas que ainda sonhavam com uma vaga na Libertadores, o gol do Corinthians sepultou o sonho de título dos colorados, que vão para 33 anos sem comemorar um campeonato brasileiro. E, para agravar ainda mais a dor colorada, quem fez isso foi o odiado Corinthians.
Resta ao Grêmio, conforme escrevi já faz tempo, terminar o campeonato com dignidade, entre os top ten.
Ao Inter, a perspectiva é melhor: brigar até o fim por vaga na Libertadores de 2012. O que me parece muito possível com o retorno de Leandro Damião.
NOS ACRÉSCIMOS
Informo que não vi os dois jogos. Estava viajando, acertando detalhes para o lançamento oficial do MazembeDay e da 1983 em larga escala.
Quer dizer, vi um pedacinho de cada jogo. No sábado, consegui parar em frente a uma TV a seis minutos do final. Vi na tela: Grêmio 2 x 1 América-MG. Perguntei a um gremista ao meu lado, encostado no balcão, olhar aflito, os mineiros estavam em cima. Quem fez os gols? André Lima, respondeu, sem tirar o olho da TV. Aí, escanteio e gol do América. Continuo sendo pé-frio, uma verdade trágica.
Hoje, retornando ao lar doce lar, liguei a TV aos 40 do segundo tempo: 1 a 0 Inter. “Agora, o Inter sobe e pode buscar o título”, pensei, enquanto via o D”Alessandro cometer uma falta idiota no Alex. Última chance do Corinthians, imaginei. Gol de Alex. Alívio.
O que me consola é que sou pé-frio para os dois. Na verdade, eu sou um perigo.