O colorado mais chato do mundo mora na minha rua, ou nas proximidades da minha rua. Eu não o conheço. Uma vez o vi de relance, é um sujeito de uns 30 anos, no máximo.
Mas idade mental de quatro.
Sempre que tem jogo do Grêmio ou do Inter ele aparece. Quer dizer, ele se manifesta através de bunizaços. Sábado, enquanto o Grêmio fiascava contra o Atlético Mineiro, um time que pedia para ser derrotado e levar uma sacola de gols, ele vinha com seu Gol branco, dedo na buzina a mil.
O colorado mais chato do mundo anda devagar, apertando a buzina de forma espaçada, num ritmo irritante que lembra o hip hop ou o rap, ou as duas coisas.
Ele deu a volta na quadra inúmeras vezes. Tenho quase certeza que ele quer ‘agredir’ um gremistão da minha rua, que também desconheço, mas que aciona uma corneta estúpida a cada gol do Grêmio. Sábado, não se ouviu a corneta. Mas a buzina do colorado murrinha foi insistente.
Hoje, o colorado do Gol branco começou a me irritar um pouco antes do jogo contra o Fluminense. Fui para a frente de casa, mas não consegui ver o sujeito porque os vidros do carro, muito escuros, estavam fechados.
Na hora do jogo, silêncio. O gol de Rafael Moura (gosto desse atacante) manteve o ‘colorado mais chato do mundo’ em silêncio. Mas aí veio o gol do Inter.
O zagueiro do Fluminense fez uma lambança, deu o gol de bandeja.
Aí, voltou o colorado com o seu Gol branco e os buzinaços. Agora com uma novidade. O carro estava praticamente coberto com uma bandeira do Inter.
O sujeito passou uma vez, duas, três, inúmeras vezes. Até que veio o castigo dos ‘Deuses do Silêncio’. O gol de Rafael Sobis.
A partir daí, silêncio. E foi assim até o final do domingo. Silêncio. Quer dizer, quase silêncio, porque o gremistão da corneta voltou a atacar. Esperto, ele esperou o jogo terminar para só então festejar.
O primeiro milho é dos pintos. No caso, do colorado do Gol branco. Por uma semana estou livre dele.
FRUSTRAÇÃO
Quem me leu nesta semana sabe que eu previa resultados ruins para a dupla. Imaginava que o Grêmio conseguiria no máximo um empate diante do Atlético, porque não tem como o time do Celso Roth levar o Olímpico e 40 mil gremistas para jogar fora de casa. Então, nada mais normal que jogar aquele futebolzinho medíocre que tem caracterizado o time em todo este ano, com raras exceções.
Tenho saudade do segundo semestre do ano passado, quando, sob o comando de Renato Portaluppi, que muitos desprezam, acumulava vitórias fora de casa, tantas que a gente já nem via diferença entre jogar em casa ou fora.
E veio o domingo. Escrevi na sexta-feira que o Fluminense, por ter um time melhor (eu imaginava que o Fred jogaria), venceria o jogo. Fred não jogou, e ainda assim o Inter perdeu. Prova de que está longe de estar com essa bola toda que a maioria dos colorados imagina, entre eles, claro, o colorado do Gol branco.
No primeiro gol, falharam Rodrigo Moledo e Muriel. No segundo, Sobis recebeu livre no lugar onde deveria estar Moledo. Imagino o que não sofreria o Bolívar se esses gols acontecessem com ele em campo.
Por último, bobagem essa do Sobis não festejar o gol. Está bem, não precisa sair pelo campo correndo como uma gazela, mas também não precisava fazer aquela cena toda. Marcou o gol e parece que começou a chorar de arrependimento.
Considero isso de uma falsidade absurda. Se ele é profissional, e ele é profi$$ional, tem mais é que demonstrar alegria com o gol marcado pelo clube que o paga, e paga muito bem. Repito, pode ser uma comemoração mais discreta, mas uma comemoração.
Fora isso, é amadorismo. Neste caso, por que ele não abre mão do salário milionário?
No final, soube que ele chegou a pedir desculpas ao torcedor colorado. E há quem leve a sério esse tipo de coisa.
GRÊMIO E LAJEADENSE
Emendei o jogo da Copa Laci Ughini e o jogo do Brasileirão. É claro que me irritei com os dois. Aliás, na véspera já havia previsto que isso aconteceria.
Se eu tivesse que definir numa frase o time sub-20 do Grêmio diria que é “um time ruinzinho”. Isso significa que não virão da base os reforços de que o Grêmio precisa para a temporada 2012.
É possível que uns dois ou três desse time possam ser aproveitados, mas nunca como solução imediata.
O jogador que vejo como mais promissor é o Biteco, um meia atacante rápido, ousado, habilidoso. Tem 17 anos. Mas encarou os marmanjos do Lajeadense.
Acho que o Roth já poderia terminar o ano colocando esse guri para entrar no final de algum jogo. Se ele escalou o Mamute para resolver uma encrenca, bem que pode escalar o Biteco em algum jogo que já esteja decidido.
Vale o mesmo para outros jovens que não receberam chance, como o Pessali, Mithyuê. Talvez o zagueiro Gérson dos juniores.
O ano terminou, vamos trabalhar pensando em 2012.