Celso Roth reuniu a imprensa e declarou que comandaria o time no Gre-Nal, cumpriria seu contrato até 31 de dezembro e que não ficaria no clube em 2012. Simples, objetivo e direto.
Foi no final da tarde. Faltou o foguetório da torcida gremista. Mas faltou algo mais importante: a palavra de um dirigente confirmando esse absurdo de manter um técnico demissionário no comando do time num jogo em que o Inter pode conquistar vaga à Libertadores.
Alguém mais desatento pode achar que é pouco uma vaga na Libertadores. É um prêmio consolação para qualquer clube grande, que busca sempre o título. Mas é um prêmio que pode levar a algo grandioso: o título da Libertadores e, depois, o mundial de clubes.
Esse é um processo que deve ser abortado agora, já. O mal se corta pela raiz. É o caso. O Grêmio deve ficar completamente mobilizado para o Gre-Nal, a começar por sua diretoria.
Sinceramente, espero que o sr Paulo Odone esqueça um pouco a Arena e a Assembleia Legislativa e anuncie que funcionário demissionário vai pra casa aguardar o final do contrato e o pagamento.
Quem vai treinar o time no clássico é o menos importante, mas deve ser alguém inteiramente comprometido com os interesses do clube. Por que não o Roger, o grande campeão, um vitorioso? Tenho certeza de que os jogadores vão jogar a alma para vencer e colaborar com colega que inicia uma nova trajetória profissional.
Agora, paranóico assumido, desconfio que haja alguma jogada sinistra por trás desse anúncio do Roth, que se escalou para comandar o time domingo mesmo estando de saída.
Vamos supor que o Grêmio, com Roth na casamata, vença o Gre-Nal. Será que uma vitória no clássico, Beira-Rio pintado de vermelho, com o Inter perdendo vaga na Libertadores, não pode mudar tudo?
Será mais fácil confirmar o preferido da direção para 2012. Ou não?
Será que estou delirando?
Já vi tanta coisa no futebol que não duvido de mais nada.
Agora, se o Grêmio anunciar um novo treinador nas próximas horas apaguem tudo o que escrevi, menos uma coisa:
Foi bom demais ouvir o Roth dizer que não fica. Mesmo sabendo que um dia ele volta.