Não gosto de ser repetitivo. Não abri esse boteco pra dizer as mesmas coisas. No jornal, era obrigado a escrever. Aqui, não. Escrevo a hora que eu quero, e já não preciso parecer isento, falar do Inter quando não tenho vontade, por exemplo. Sempre tive a pretensão de que o que eu escrevia poderia ajudar o Grêmio, mas ao mesmo tempo sempre tratei das coisas do Inter com respeito e isenção.
Essa introdução toda é para dizer que o Grêmio continua o mesmo. A diferença é que hoje achou um gol no último segundo twmpo. Gostei que foi o Grolli, torço por esses jogadores que saem do interior sem prestígio, quase desconhecidos. É como se torcesse por mim quando desembarquei na rodoviária de Porto Alegre vindo de Lajeado pelo Expresso Azul, lá no começo dos anos 70, pensando em fazer medicina.
Não sei mais o que escrever sobre o time do Grêmio que eu já não tenha escrito.
O Ypiranga morreu no segundo tempo. Ypiranga era o nome do meu time de botão naqueles tempos da juventude.
Vamos ao que interessa: nada está bem no time. Nada. Quando eu afirmo isso estou pensando em adversários mais fortes. Não no Ypiranga, que é forte candidato ao rebaixamento no Gauchão.
O centro do problema é o meio de campo. Não funciona. Marco Antônio é uma fraude. Como é que um sujeito que era estrela da Portuguesa não consegue jogar nem contra esse modesto time de Erechim? Será que a camisa do Grêmio pesa tanto assim?
Marquinhos de segundo volante. Contra um time fraco ele até quebra o galho. Não entendi sua substituição. Ele estava armando bem o jogo vindo de trás no segundo tempo, sem marcação. Aí, o Caio Jr. o substitui. Por que? Cansaço de novo? Bem, como efetivar um jogador se ele não é capaz de resistir 90 minutos? Acho que Caio Jr errou ao sacar o Marquinhos. Não que ele seja um grande jogador. Não é. Um time que ambiciona grandes títulos não pode ter Marquinhos e Marco Antônio como titulares. Pelo que estão demonstrando, não servem nem para disputar título do Gauchão.
Biteco entrou e deu alguma esperança. Quem o viu jogar na base sabe que ele bate muito bem na bola. Sorte que o Fernando o deixou cobrar a falta no finalzinho. O piá teve personalidade e assumiu a bronca. Meteu na área, Grolli mandou para a rede.
Biteco, pela qualidade e ousadia, e Grolli, pela garra e valentia, sinalizam nesta noite abafada, depois de outra atuação frustrante do time, que na ausência de grandes jogadores, a gurizada pode ser o caminho da salvação.
Mas é claro que eles precisam de um tempo, um tempo que na realidade não existe.
Não existe pra eles. Não existe, principalmente, para o Caio.