O Grêmio começou a perder o jogo quando Luxemburgo recuperou a dupla de carimbador de bola no meio de campo, que é o setor onde tudo se decide, conforme não canso de repetir.
No intervalo do Gre-Nal ele mandou Marquinhos passear no gramado do Beira-Rio de mãos dadas com Marco Antônio. Com esses dois, juntos, ao mesmo tempo, não há meio de campo que resista. Foi só nesse momento que senti a falta de Léo Gago, que ao menos tem mais vitalidade que os dois burocratas da bola.
Bem, aí o Grêmio tinha em campo as seguintes figuras: Gabriel,que deu uma assistência de craque para Datolo fazer 1 a , o limitado técnica e intelectualmente Pará, Marquinhos e Marco Antônio.
Um time que almeja títulos, não pode ter ao mesmo tempo esses quatro jogadores. Um ou dois deles, vá lá, é tolerável, mas quatro. Aí não há time que resista ao menos diante de um adversário de um bom porte, como o mistão que o Inter teve em campo.
Luxemburgo foi mais além no intervalo: sacou Miralles. Por que não deixar Miralles ao lado de Marcelo Moreno? Essa é uma dupla de qualidade superior, merecia uma chance.
Então, o Grêmio ficou sem meio de campo e sem ataque.
A rigor, a rigor mesmo, considero que Luxemburgo começou mal ao baixar MA para uma função mais recuada, a de Léo Gago. MA não marca, não arma e não conclui. Hoje, ele duas boas chances dentro da área para chutar, mas ele não assumiu a responsabilidade.
O certo seria começar com Wilson, Fernando, Souza e Bertoglio no meio. Daria certo? Não sei. Eu não tenho nenhuma dúvida que seria melhor do que a escalada pelo Luxemburgo. Mas agora é tarde, não tem mais como saber. A única certeza que continuo tendo é que MA não pode ser titular em hipótese alguma.
O Grêmio jogou com dez jogadores o tempo todo. Foram três substituições. MA foi mantido.
MA é intocável. Assim como Guinazu pode passar o jogo todo batendo e apitando, desafiando o juiz, MA tem carta branca para assistir ao jogo de dentro de campo, um privilégio inigualável. MA, como dizia um ministro, é imexível.
É óbvio que MA não é o único responsável pela derrota por 2 a 1.
A carga maior cabe ao Luxemburgo. O Grêmio havia empatado com o zagueiro Werley, que já me conquistou faz algum tempo. O jogo estava equilibrado, embora Muriel, assim como MA, foi espectador privilegiado.
Aí, Luxemburgo teve um chilique. Foi encarar o gandula. Que não é só um gandula, é um instrumento do Inter para surpreender os adversários nos escanteios. Além do mais, é um gandula grande, um gandulão. Ele encarou o Luxa, houve troca de tapas, pelo que vi no tumulto. Nada de grave. Mas Luxa tumultuou tudo, foi expulso.
A partir daí, o Grêmio que mantinha um duelo digno, sucumbiu, afundou, mergulhou numa crise existencial. ‘Quem sou eu?’, ‘pra onde vou’, ‘do que sou capaz”. Luxa desequilibrou o time, que, a bem da verdade, já não assustava ninguém no estádio.
A cereja do bolo foi a entrada de Leandro e a saída de… MA? Não, porque esse é bruxinho, é ‘articulador’. Saiu Facundo Bertoglio. Estaria cansado. Mas ele cansado corria e se comprometia mais com o jogo do que MA e Marquinhos juntos.
Enfim, o time modesto do Grêmio ficou ainda mais fragilizado.
O resultado acabou sendo justo. Não fosse Victor, a derrota poderia ser por um placar humilhante.
O Inter está na final e vai ser campeão gaúcho de novo.
Ao Grêmio, resta esperar pela Arena e torcer por reforços para fazer um Brasileirão com alguma ambição.