Nem mesmo o melhor time do mundo está livre da zebra. O Barcelona dominou o Chelsea desde o primeiro minuto. Teve a vida facilitada com a expulsão do zagueiro Terry, que acertou um espanhol sem bola, por trás, covardemente.
Foram inúmeras chances de gol, bolas na trave e um pênalti que o grande Messi desperdiçou com um chute no travessão. No finalzinho, o crime, com um gol de Fernando Torres, que recebeu livre o balão do goleiro, empatando o jogo em 2 a 2. Barcelona eliminado.
Sempre que o Barça fracassa, aparece algum luminar falando em futebol tico-tico e outras bobagens.
O futebol-show de Messi e seus companheiros é maravilhoso, dá gosto de ver, dá uma baita inveja, mas não é imbatível.
Até mesmo o Santos da década de 60 não era imbatível. E isso que tinha Pelé no auge.
A lembrança mais antiga que tenho de um futebol capaz de encher os olhos tem justamente o Santos como protagonista.
Eu era piá, pouco acompanhava futebol. Nem tinha um time ainda, se a memória não me falha.
Gostava muito de ir ao cinema, principal atração de Lajeado das tardes de domingo daquele início da década de 60.
E vibrava com o Canal 100, que era um noticioso que antecedia à exibição do filme, normalmente um de ‘mocinho’, como a gente dizia, referindo-se aos filmes sobre o velho oeste com o exército, os índios, os heróis, os bandidos e as mulheres, que só faziam trapalhadas e serviam unicamente para colocar em risco a vida do tal ‘mocinho’.
Foi numa sessão do Canal 100, com imagens grandiosas, imponentes, em preto e branco, que fui apresentado a Pelé.
Foram uns cinco minutos de imagens inesquecíveis da vitória do Santos por 5 a 2, em Lisboa, na decisão do mundial de clubes, em outubro de 1962.
Esse noticioso foi exibido meses depois da grande conquista.
O Santos todo de branco resplandecia em campo. Mais ainda a figura de Pelé. Foi uma sucessão de dribles e de gols espetaculares.
O futebol havia entrado definitivamente na minha vida.
Revi há pouco essas imagens do Canal 100 no google.
Já não sou mais o guri de calças curtas, mas voltei a ficar maravilhado, fascinado, hipnotizado.
É mais ou menos como me sinto quando vejo o Barcelona jogar.
E fico pensando como seria um confronto desse Barcelona com aquele Santos.
O Santos venceria, não tenho dúvida, mas isso é o que menos importa.