Victor fora: Grêmio se fragiliza

A informação é de que Victor foi vendido para o Atlético Mineiro. São 8 milhões de reais e o passe do zagueiro Werley, diz o Luiz Carlos Reche, na Guaíba.

Sei que muita gente vai vibrar. E não apenas torcedores do Inter. Será que estou ouvindo foguetes ao longe?

Gremistas de boa cepa também vão festejar.

Todas as suas teses a respeito de Marcelo Grohe merecer a titularidade da camisa que já foi de Lara, honrada pelo estupendo Alberto, dignificada por Leão, Danrlei e Mazaropi, e por Victor, o Magnífico, poderão agora ser confirmadas.

Eu até entendo os gremistas que queriam ver o Victor pelas costas: é muita mágoa acumulada, muitas frustrações, e tudo isso estoura sempre nos mais antigos do time. Ah’, trata-se de um perdedor’, diziam os mais inconformados. Ignoravam que, no caso, o time realmente não colaborava. Pelo contrário.

Sobre perdedor, eu me lembro do Clemer. Ele carregava esse estigma. Foi campeão do mundo.

É uma pena, é uma lástima. Estou desconsolado. Agora que começa a ser formado um time digno, à altura do Grêmio e de sua torcida, vai embora um dos maiores destaques do time nos últimos anos.

Um goleiro de seleção brasileira. Ele e Fernando são os melhores jogadores desse time. Além de grande goleiro, um sujeito de caráter, digno, altivo.

O Grêmio começa a crescer, começa a se fortalecer, vem um …   – o adjetivo fica por conta de cada um – e põe tudo a perder.

Acabo de sepultar meu sonho de título brasileiro.

GALVÃO

Sei que tem gente no clube que não gosta do Victor. Esse pessoal venceu. É gente igual aquela que um dia, depois de um Gre-Nal em que Fabiano fez o gol e deu o título ao Inter, sentenciou:

– Mauro Galvão é um cavalo cansado. O grande Galvão havia sido batido na velocidade por Fabiano.

Galvão foi vendido para o Vasco, onde ganhou tudo e mais um pouco.

Esses doutos do futebol que afundam o Grêmio a cada ano continuam, infelizmente, dando as cartas.

ATENÇÃO, ATENÇÃO

Tem um negocinho lá no alto, à direita. Quem quiser pode se cadastrar.

Os cadastrados terão direito a lugar especial aqui no boteco.

Zé Roberto e as interdições

Dia ensolarado, temperatura agradável e eu aqui me recuperando de uma tortura a que fui submetido pelo meu dentista.

Pensei em recorrer aos Direitos Humanos. Ele tirou lascas da gengiva e escavou o dente com  fúria usando uma mini retroscavadeira e uma mini furadeira.

Então, entre um e outro comprimido, eis que uma notícia me alegra: Zé Roberto treinou e treinou muito bem. Não precisava, mas ainda por cima fez um golaço.

As informações são de que o toque de bola do time melhorou, ganhou qualidade. O goleiro Victor ficou impressionado: o Zé Roberto faz o futebol parecer muito fácil.

Mas o melhor de tudo: Marco Antônio, finalmente, foi para o lugar de onde nunca deveria ter saído, a reserva.

Só falta agora ele seguir o destino que lhe está traçado, assim como está acontecendo com o Marquinhos que volta ao Avaí: buscar um clube à altura do seu potencial, do tamanho do seu futebol.

Para melhorar ainda mais, a contratação de um meia para jogar ao lado Zé Roberto, que ocuparia a posição hoje aos (des) cuidados de Léo Gago. Aí, veria o Grêmio em condições de brigar pelo título nacional.

E se vier um zagueiraço, então, nem se fala. Mas acho que é exigir demais de uma direção que armou um time sem articulador para disputar a Copa do Brasil, competição que estava facilzinha de ser vencida.

Chance como essa nunca mais, porque ano que vem a CB terá também os times da Libertadores.

Então, que se arme uma equipe capaz realmente de brigar pelo título brasileiro. Não um time meia-boca como esse que se mostrou incapaz de derrotar um Palmeiras que pedia para perder.

Ainda sobre o treino: Fábio Aurélio foi bem na lateral-esquerda. Ouvi que fez jogadas com Léo Gago. Fico imaginando: ele entrega uma bola e corre para receber na frente. Quando vê tem uma melancia nos pés. Mesmo assim, a simples presença de F Aurélio é um alento.

Anderson Pico, portanto, vai continuar esperando a sua vez. Luxemburgo está dando atenção especial a esse jogador, que um dia cheguei a projetar que ele poderia ser um novo Roberto Carlos. Se ele resolver seus conflitos internos e decidir ser um profissional do futebol, pode chegar lá.

INTERDIÇÃO

Em 1987, a FGF interditou o Olímpico: Motivo: risco de desabamento.

Vejam, foi a federação, então presidida por Rubens Hofmeister. Fundamentou a decisão em laudos e depoimentos.

Quer dizer, não precisou Ministério Público ou Judiciário para agir.

Acima de tudo, a preocupação com o público. Com a vida das pessoas.

O Olímpico iria mesmo desabar (o clube retirou os ‘placares’ de concreto que existiam atrás das goleiras, local onde sacudia mais)?

Não sei, mas não se pode pagar para ver.

É uma questão de segurança, que deve prevalecer sobre paixões futebolísticas.

Sem necessidade de intervenção do judiciário.

Geraldão, Beira-Rio e as tatuagens

Semana sem futebol da dupla Gre-Nal é um problema para as editorias de esporte, leia-se futebol. É preciso muita criatividade para ocupar as páginas vazias.

Hoje, a Zero Hora, por exemplo, abriu duas páginas, abusou de fotos, para mostrar o troca-troca -no bom sentido- envolvendo jogadores de Grêmio e Inter.

Casemiro que foi para o Inter; Batista no Grêmio; Mauro Galvão e vários outros casos.

Foi citado também o Iúra, que por pouco não defendeu o Inter, vindo do Criciúma. Iúra pediu alto demais e o Inter não aceitou, que é o que ele, como autêntico gremista, queria mesmo.

Agora, o pessoal esqueceu de uma transferência importante: Geraldão.

Como vocês já perceberam, entro no embalo das redações e saio à cata de assuntos, pegando carona na matéria da ZH.

Geraldão era um centroavante tosco, tipo o André Lima, talvez até com menos técnica. Mas era forte, valente e encarava os zagueiros.

Ele jogou no Grêmio em 1981, uma passagem rápida. Eu era setorista do Grêmio na época. Lembro-me que não gostava dele justamente por suas limitações. Por isso, quando terminou seu empréstimo eu fiquei contente que foi devolvido ao Corinthians.

E não me preocupei quando o Inter o contratou para a temporada 1982. Até debochei dos colegas colorados da redação da Folha da Tarde, onde dei meus primeiros passos no jornalismo. Era o Fernando Goulart, o Luís Fernando Flores, o Luís Carlos Oliveira, o Sapinho, pai do narrador Daniel da Band, entre outros.

Não esqueço também uma conversa que tive à beira do campo com o Leão, que era o goleiro do Grêmio e que logo depois seria campeão brasileiro para ‘nossa alegriaaaaa’.

Era uma matéria especial, coisa de página inteira, talvez para uma dessas semanas sem jogos no meio, como agora.

Perguntei ao Leão qual o atacante que não gostava de enfrentar. Pensei em nomes como Sócrates, Serginho, Baltazar, Zico e outros nomes de alto nível. Fiquei surpreso com a resposta:

– Geraldão.

Ele percebeu o meu espanto.

– O Geraldão, porque é um jogador que você nunca consegue imaginar para onde ele vai chutar, não é como outros mais habilidosos. Então, você nunca sabe o rumo da bola, não tem como imaginar o canto e se posicionar.

As palavras de Leão se materializaram nos grenais decisivos do Gauchão de 1982. Geraldão, o André Lima ou Marcel da época, fez os cinco gols do Inter nos dois jogos, 3 a 1 e 2 a 0. Quatro gols de bola cruzada, a zaga vacilando e ele metendo o pé para vencer o aturdido goleiro gremistas. Um dos gols ele entrou livre e desviou de Leão, mostrando que não era um verdadeiro matador.

E eu, que havia debochado de sua contratação pelo Inter, fiquei ali com cara de bobo. Geraldão entrou para a história do clássico. Duvido que alguém repita essa façanha.

Desde então, tenho cuidado ao criticar um camisa 9 de carteirinha. Ele está sempre muito perto da goleira inimiga e, portanto, muito perto de marcar.

Geraldão é a prova, também, que um jogador pode fracassar num clube e se consagrar no outro, logo em seguida, e, no caso, na mesma cidade.

FREUD E AS TATUAGENS

Tudo isso para falar sobre essa obsessão da atual direção do Grêmio por ex-jogadores do Inter.

Paulo Odone é um especialista em tirar jogador do Inter. Ele foi um dos que participaram daquela bombástica transferência de Batista para o Grêmio. Era dirigente de futebol do Fábio Koff, então presidente. Obino também era do futebol.

Odone viveu de perto os grenais do Geraldão. Batista vestia a camisa tricolor. O Pelaipe também estava no Grêmio nesse período.

Hoje, os dois parece que estão sempre tentando trazer o Batista e se lamentando por terem perdido Geraldão. Freud explica.

Eles contrataram o Sorondo e se deram mal. Agora, querem o Sandro Silva, que a meu ver já está acertado com o Grêmio há algum tempo. O Brasileirão é longo e Sandro é um bom reforço, sem entrar nos valores envolvidos na transação.

Já o Rafael Sobis, que custaria uns 6 milhões de euros, considero um equívoco. Sobis não é o mesmo atacante de cinco atrás. Creio que o Grêmio está bem servido de atacantes. É claro que sempre é um acréscimo de qualidade.

No entanto, melhor seria investir num grande meia e também num zagueiro, ambos para chegar e jogar.

Alternativas existem. O que não pode é estabelecer como critério o fator de ter jogado no Inter.

Ainda mais se o jogador tiver uma tatuagem do emblema colorado, como dizem ser o caso de Sobis.

Já me disseram que é o Alex quem tem essa tatuagem.

Na verdade, duvido que um profissional do futebol tenha feito tamanha asneira.

RIVALIDADE

Pior que essa ideia fixa do Grêmio por ex-colorados, é o desespero da direção do Inter para impedir que as transferência aconteçam.

Foi assim no caso Giuliano, que o Inter abortou.

O mesmo fez o Grêmio quando o Inter tinha tudo certo com Felipão. Um pelotão de amigos gremistas do Felipão entrou em ação e conseguiu impedir o negócio. Felipão acabou no Palmeiras.

BEIRA-RIO E A BM

Li no Correio do Povo que a Brigada Militar deu um laudo válido até janeiro de 2013, aprovando o estádio colorado com ‘restrições’. Leiam a notícia publicada no CP de hoje, dia 26: “A Brigada Militar, em laudo válido até 13 de janeiro de 2013, aprova o estádio “com restrições”, que são justamente aquelas referentes à reforma. Os bombeiros vistoriaram o Beira-Rio no dia 12 de junho e o consideraram apto, mas também apontaram algumas observações. Em momento algum, porém, listaram problemas de falta de segurança”.

Eu só queria entender como é que um órgão de segurança dá um atestado com prazo tão longo para um estádio em obras e, portanto, em constante mutação. Quer dizer, um laudo como esse não poderia durar mais do que 15 dias, um mês.

Agora entendi por que o judiciário teve que entrar em campo.

Começar de novo

‘Começar de novo e contar comigo…’, cantava Ivan Lins no anos 70/80, quando a música brasileira ainda não havia sido tomada por esse inço de mau gosto que hoje viceja no país.

O futebol é isso, um eterno começar de novo. Termina um jogo, começa outro. Frustração num campeonato, esperança no próximo. E assim vamos seguindo no embalo desse futebol, que, a exemplo da música, também perdeu qualidade.

Sábado de manhã acordei pensando em assistir à estreia do Zé Roberto. Logo verifiquei que ele não havia sido inscrito. Desisti.

E mais, decidi que enquanto jogadores como Marco Antônio e Léo Gago forem titulares eu não vou mais ao Olímpico.

Cansei. Mais um primeiro semestre foi jogado no lixo.

Vamos para o segundo. Agora, com a equipe reforçada, qualificada, não o suficiente para chegar ao título, mas talvez sirva para garantir uma vaga na Libertadores de 2013, quando mais uma vez teremos uma direção que armará um time modesto como tem ocorrido nos últimos anos.

Por enquanto, o que há é o campeonato brasileiro. E nele o Grêmio vai bem.

Felizmente, a imensa maioria da torcida não é como eu e vai a campo independente de que irá vestir a camisa tricolor. São uns heróis e a esses torcedores rendo minhas sinceras homenagens e até gratidão.

Torcedores como o meu primo Milton, que saiu da sala de recuperação do São Lucas ao meio-dia, após uma cirurgia realizada no sábado, e às 16 horas estava no estádio.

São uns heróis.

No final de contas, quem foi ao Olímpico saiu festejando uma vitória importante sobre o Flamengo. Poucos ficaram empolgados com o futebol do time, mas o que importa mesmo é vencer, somar pontos, porque a competição é longa.

O primeiro tempo foi terrível. Poucos se salvaram.

Uma das raras boas jogadas resultou em gol. Souza tocou para Kleber, que encontrou Moreno. O atacante driblou o goleiro, demorou para concluir, mas acabou fazendo 1 a 0.

Foi uma jogada de tabela, de aproximação, coisa rara nesse time ultimamente.

No segundo tempo, Werley fez 2 a 0 logo aos 2 minutos, desviando de cabeça.

Acabei de citar quatro dos melhores jogadores em campo neste domingo. A eles acrescento ainda Fernando, cada vez melhor. E Victor, claro, o Magnífico, embora alguns gremistas o queiram longe. Perdoai-os Senhor…

Com os 2 a 0, o Flamengo se abriu mais. O Grêmio criou inúmeras situações de gols, nem sempre muito claras, mas ficou evidenciada a falta de qualidade na hora de concluir, inclusive de Kleber, que voltou a jogar bem.

Gostei de Toni, que entrou no intervalo. Está um pouco inseguro, mas mostrou que é atrevido e que vai para cima da marcação. Gostei também do Edilson pela esquerda, mostrando que também ali é superior ao Pará.

Rondinelly entrou e mais uma vez deu outra cara para o meio de campo. A gente vê que o guri entra ansioso demais para mostrar serviço, o que é natural. Um dia, talvez ainda neste ano, ele irá começar como titular no lugar de MA. E aí saberemos qual o verdadeiro potencial desse jogador, que, só pela amostragem, já se viu que é superior ao titular.

Copa do Brasil foi pro saco. Agora, é o Brasileirão.

‘Começar de novo…’

Zé Roberto e o Olímpico

Eu já estava pronto para ir ao Olímpico. Queria ver a estreia do Zé Roberto.

Mas ele não foi incluído no Bid.

Então, larguei. Sair de casa para ver o Marco Antônio, o Léo Gato e o Pará, fora outras feridas, é demais pra mim.

Sobrevivi ao holocausto dos anos 70, mas não resistiria a esse trio dos infernos.

Vou deixar pra rever o Olímpico mais adiante.

Por enquanto, me contento com a foto que o Ducker, grande gremista e ótimo fotógrafo, tirou do estádio. É sensacional. Confiram:

Monumental: http://www.flickr.com/photos/ducker/5328858994/

Quem tiver interesse, ele está ampliando a foto em até um metro de largura. Contato:

site@ducker.com.br

Aqui no boteco tem um link para o site dele.

CONSIDERAÇÕES NUM SÁBADO ENSOLARADO

– sou a favor da contratação de Sandro Silva;

– sou a favor de trazer um meia de qualidade, antes de gastar com Sobis;

– mas não sou contra a contratação de Sobis, quanto mais qualidade melhor;

– sou a favor de contratar um zagueiro, um zagueiraço urgente;

– sou a favor de continuar com o Facundo Bertoglio, meia atacante rápido e criativo, e de 21 anos;

– sou a favor de liberar Marquinhos e MA, e em segundo plano o Léo Gago, para que eles sejam felizes em outro lugar e não causem a nossa infelicidade;

– sou a favor de começar a colocar o Biteco no time;

– sou a favor de começar jogos com o Rondinelly até pra ver se precisa mesmo de outro meia;

– sou a favor de emprestar o Olímpico ao Inter, pra ver se a nossa inhaca passa pra eles.

Recordar é viver: fracasso anunciado

Os textos abaixo, publicados em março aqui no boteco, já antecipavam o que aconteceu. Fui rotulado de pessimista, amargo, etc, e respondi que depois não viessem chorar no meu ombro.

Há o tempo de criticar para corrigir o que está errado e o tempo de só de torcer, quando já não há mais chance de mudar para melhor.

Nos textos abaixo (que recolhi na corrida, ficando só no mês de março), há referências ao Facundo, que o Grêmio está rejeitando para contratar Sobis mais ou menos pelo mesmo preço (tenho minhas dúvidas se o clube de Facundo realmente não concordou com alongar o empréstimo e se tudo não é feito só para contratar o ex-colorado, hoje com 27 anos e com lesões seguidas).

Quer dizer, o time precisa de um meia para jogar ao lado do Zé Roberto, e eles buscam outro atacante. Se tivesse dinheiro sobrando tudo bem, mas não é o caso.

Bem, da série Recordar é Viver:

3 de março (antes do jogo contra o Cerâmica)

Enquanto isso, fico no aguardo do Alex. Só um jogador desse nível pode colocar o Grêmio como forte candidato ao título da Copa do Brasil. Se ele não vier, ou outro de igual envergadura, vamos ficar de novo no meio do caminho. E eu já estou cansado disso.

8 de março (depois da virada ‘heróica’, 3 a 2, sobre o River Plate)

Esse Marco Antônio é o meio-campo mais omisso que eu conheci em meus 30 anos de reportagem esportiva.Já o Léo Gago, repito, é um jogador indefinido, nem volante, nem meia.

Outra coisa, volto a repetir, o Gilberto Silva foi um grande volante. Não é mais. Improvisá-lo como zagueiro é uma crueldade. Melhor mantê-lo como volante, um líbero, num esquema com três volantes.

O meia argentino fez toda a jogada do gol de empate, um golaço do Kleber.

Depois, Facundo fez o gol da vitória após grande jogada de André Lima, restabelecendo a lógica do futebol.

Facundo, repito, é o nome da esperança. Mas ainda é pouco, muito pouco para tornar o Grêmio uma equipe em condições de disputar o título da Copa do Brasil.

11 de março

Para mim, que vê o Gauchão apenas como um laboratório para ajeitar a equipe para a Copa do Brasil, o Grêmio realmente competitivo e que dá esperança de título começa com Facundo Bertoglio.

Ele tem tudo para jogar com os três volantes, saindo o MA. Mas também pode jogar ao lado do centroavante, como foi aproveitado por Luxemburgo nessa partida. Agora, essa possibilidade só no caso de ser contratado um meia como o Alex, que chegue e já tome conta da posição.

Por enquanto, a conquista da Copa do Brasil passa por Facundo Bertoglio. O argentino torna o time mais criativo, mais criativo e ousado. Afasta aquela mesmice do toque para o lado que os adversários agradecem.

18 de março

Os dois (MA e Gago) jogam no setor mais vital de um time de futebol. Ambos são esforçados, dedicados, mas quando aumentar o nível de exigência a gente sabe que eles não irão dar conta do recado. Agora mesmo, contra esses times esforçados do Gauchão, eles não conseguem convencer. Ao menos a mim.

Eu sei que alguns vão dizer que sou muito duro, amargo, negativo, pessimista. E eu vou concordar. Sou mesmo. Não me iludo mais com uma ou outra atuação, até porque nunca deixo de avaliar contra quem esse ou aquele jogador foi bem.

Então, resumindo: o Grêmio com Marco Antônio e Léo Gago juntos no mesmo time, um de cada vez ainda é tolerável; e com apenas dois volantes  na marcação e combatendo forte, não vai longe na Copa do Brasil.

26 de março

Se com Kléber estava difícil, sem ele a Copa do Brasil ficou ainda mais distante. A direção precisa agilizar a busca por reforços. A situação ficou pior. O time cada vez mais depende do novato Fernando. Antes, dependia dele para proteger a zaga. Agora, depende dele também para fazer gols.

30 de março

Analisando friamente, a lesão do GS, que teria fraturado o nariz, pode abrir caminho para que Luxemburgo encontre um zagueiro realmente em condições de ser titular e corresponder quando o time tiver pela frente adversários mais poderosos, o que irá acontecer se o Grêmio superar o Ipatinga.

GS, pela sua experiência, quebra o galho no Gauchão, mas não acredito nele contra um Palmeiras, por exemplo.

Com ele, já acho que mesmo sem reforços, e se não machucar mais ninguém, o Grêmio até pode ficar entre os quatro primeiros da Copa do Brasil.Título não, porque aí Luxemburgo seria mais que um treinador, seria um milagreiro, um santo. E santo a gente sabe que ele não é.

Sobrou bravura, faltou futebol

Sobrou bravura, dedicação, empenho. Faltou mais uma vez só o principal, futebol.

O Grêmio foi absolutamente incompetente no primeiro jogo, ao perder por 2 a 0 praticamente sem criar situação de gol, e hoje, em Barueri, foi valente e interessado, talvez com estímulo de um gordo prêmio extra, mas para reverter uma vantagem tão significativa na casa do adversário é preciso mais do que vontade, é preciso qualidade.

O Palmeiras foi mais competente. Os dois times se equivalem, foi um duelo de iguais conforme defini antes do primeiro confronto, quando só destaquei que um jogador poderia fazer a diferença: o Valdivia.

O chileno não jogou no Olímpico. E hoje entrou na metade do segundo. Não precisou mais do que isso para ele ensinar como deve jogar um articulador de verdade, talentoso.

Valdívia fez toda a jogada e marcou o gol que colocou um freio no ímpeto gremista, que recém havia feito 1 a 0, gol de Fernando, apavorando a torcida palmeirense e deixando Felipão ainda mais agitado.

O empate tranquilizou o Palmeiras, e perturbou o Grêmio. A classificação ficou mais distante.

Foi um jogo de superação, dos dois times. Difícil analisar tecnicamente cada jogador. Melhor destacar o empenho, a vontade. Pará foi o mesmo de sempre, só mais guerreiro. O mesmo em relação ao Léo Gago. Nem critico também o Marco Antônio. Eles fizeram o que estava ao alcance deles: correr, lutar, brigar pela bola.

A bem da verdade, nesse jogo eles não comprometeram mais do que alguns medalhões. Eles estiveram, por exemplo, ao nível de Kleber e Marcelo Moreno, que juntos devem ganhar perto de um milhão de reais. E isso é o que mais me preocupa, porque o Brasileirão está aí e o ataque vai ter que jogar mais do que vem jogando. Claro que com Zé Roberto a coisa já melhora, mas pelo que tenho visto os dois atacantes titulares terão que mostrar mais futebol.

Tanto bateram nessa história de Batalha de Barueri que por pouco o jogo não terminou em pancadaria. Rondinelly foi expulso  e Edilson, que acertou um soco em Henrique, também. Por momentos, foi inevitável pensar na Batalha dos Aflitos. Dois jogadores a menos – Henrique levou o vermelho antes de o jogo recomeçar -, chuva desabando e uma fumaça encobrindo o gramado.

Mas seria impossível reviver o jogo épico contra o Náutico. O Grêmio já não tem nada parecido com o moleque Anderson na equipe. Foi o que pensei por instantes.

O Grêmio estava perdendo a vaga na final de uma Copa do Brasil que estava até fácil de ser vencida. Bastava um pouco mais de qualidade, um simples articulador de verdade já seria suficiente.

Fiquei imaginando um Valdivia no lugar do Marco Antônio. Ou um Andrezinho.

A direção não soube montar uma equipe verdadeiramente capaz. Apostou suas fichas no craque da Lusa. O preço é esse, a eliminação de uma final contra o Coritiba, que não tem a mesma tradição, a mesma camisa.

Quer dizer, não será tão difícil ser campeão nacional de novo, depois de onze anos.

Sobrou bravura, faltou futebol.

LIBERTADORES

Enquanto isso, o meu treinador preferido, o Tite, vai disputar a final da Libertadores. O Corinthians vai pegar o Boca, que eliminou o Universidad com o empate por  0 a 0.

Com um time sem estrelas, mas sem nenhum jogador que realmente comprometa, Tite está chegando lá.

Estarei torcendo por ele, o treinador que levou o Grêmio ao seu último título nacional.

Arena e grenalização

Pode ser apenas coincidência, mas parece haver grenalização no Ministério Público. Existe uma ação questionando aspectos ambientais da área (e valores pagos em compensação pelos eventuais danos)  onde está sendo erguida a majestosa Arena. E existe outra questionando a presença de público nos jogos durante as obras no Beira-Rio.

Independente disso, a Arena cresce a cada dia, deslumbrando a todos, inclusive a torcedores moderados do Inter, e causando inveja e olho grande em uns e outros.

Então, como o futebol vai mal, melhor falar da Arena. Confiram:

http://arenadogremio.blogspot.com.br/2012/06/obras-da-arena-maio2012.html

Ah, estão plantando a notícia de que o Grêmio quer Sobis. Não sou contra, mas antes dele

precisa vir um grande articulador. Melhor investir num meia criativo do que em outro atacante.

Se é para trazer um ex-colorado, então que se busque o Alex, que está no Corinthians.

A arte de 'matar' Kleber e Moreno

Kleber e Marcelo Moreno estão virando atacantes comuns nesse time sem meio de campo e sem laterais que cheguem com alguma qualidade e eficiência.

Luxemburgo tem sua responsabilidade, mas o principal é que o time possui carências técnicas gravíssimas, principalmente no setor mais vital, decisivo, fundamental e todos os adjetivos nessa linha, que é o meio de campo.

Como agravante, a ausência de Fernando, que, diante de incompetência na articulação, está se tornando absolutamente imprescindível, e não apenas para destruir, mas também para armar, fazendo a função do fantasminha Marco Antônio, que parece não ter sangue nas veias. Um carimbador de bola sem talento e criatividade é titular do Grêmio desde o começo do ano. E desde o começo do ano eu critico esse jogador, que, repito o que venho dizendo, não tem culpa de estar no Grêmio.

Léo Gago é outra figura inaceitável como titular. Até admito que esse jogador esforçado, que tem como principal atributo a vocação para mandar a bola para fora do estádio, renderia mais se tivesse um ala esquerdo de verdade e não o pobre do Pará, que já não é bom na sua posição que dirá na lateral esquerda.

Voltando ao ataque: alguém pode dizer quantas situações claras, reais e inquestionáveis de gol o Grêmio criou nos dois últimos jogos? Nos últimos 180 minutos? CENTO E OITENTA MINUTOS.

Assim, de cabeça, arrisco dizer que foi zero. ZERO.

Hoje, Luxemburgo quase acertou o time. Ele sacou um volante, e isso foi um erro. Deveria manter a estrutura que melhor funcionou até agora, mas colocar o Miralles, como fez. Só que no lugar de MA.

Antes disso, eu colocaria o Rondinelly, não o Miralles. O guri tem entrado bem, mas está mais do que evidente que ele precisa pegar ritmo, começar uma partida, até para que possa ser avaliado corretamente.

Então, sem dúvida, MA vai começar contra o Palmeiras. Só com lesão o MA sai do time. Mas como ele não segura a bola, não dribla, dificilmente levará uma chegada mais forte. Lesão só se for muscular.

Como castigo por tanta incompetência, o Grêmio voltou a perder no finalzinho. Mereceu levar o gol.

A arbitragem foi dura com o Grêmio. Cartões amarelos foram dados com muita facilidade. O primeiro cartão do Grolli, por exemplo, foi um exagero. Depois, ele levou outro e foi expulso. Já os do Náutico bateram, até por trás, e ficaram impunes.

Assim, a dupla Gre-Nal, que havia largado bem, deu uma de cavalo paraguaio muito antes da reta final, empacando no campeonato.

O Inter, mesmo com a tão aguardada volta dos titulares pelo técnico Dorival, foi mal e mereceu a derrota. Vi apenas o segundo tempo. Achei o time desinteressado, quase negligente. Salários atrasados?

Afinal, como se sabe, o Inter precisa vender um grande jogador por ano, dito por seus dirigentes.

Dorival Jr foi afrontado de novo pelo lateral Fabricio, um jogador razoável que mal chegou e já está querendo botar banca. Parece que não se enxerga.

Dorival disse que iria conversar com ele no vestiário. O vice de futebol considerou a atitude de Fabrício, que saiu de campo lentamente na substituição e o time já perdia por 2 a 1, normal. Humm…

Show de Andrezinho. Está aí um articulador de verdade. Imagino Andrezinho no lugar de MA. O título da Copa do Brasil então sim seria possível.

Aflitos: recordar é viver

A Batalha dos Aflitos foi um momento único na história do futebol mundial. Um feito destacado em todo o mundo.

Eu estava sozinho em casa na hora do jogo, ainda bem. Tenso. Muito tenso. O time jogava mal, pessimamente, e eu tentava me conformar em ficar mais um ano na segundona, culpava todo mundo, queria a cabeça de dirigentes, treinador, etc.

Aí, São Patrício arrumou aquele bendita confusão após a marcação de um pênalti inexistente. Se São Patrício não tivesse feito aquilo, criado aquele clima explosivo, talvez São Galatto não tivesse defendido, e a história seria outra.

Mano Menezes, por exemplo, não estaria na Seleção.

O jogo foi num sábado. Domingo à noite escrevi o texto abaixo para um caderno especial que o Correio do Povo publicou encartado na edição do dia seguinte.

Eu havia esquecido completamente disso, mas fui lembrado por um torcedor no twitter, ontem ou sexta-feira.

Ele me elogiou, disse que eu escrevi com o coração, e que havia chorado ao ler o texto. Bem, era essa a intenção.

Curioso, fui atrás do texto e o encontrei. Espero que provoque ao menos uma lagrimazinha.

Recordar é viver:

PORTO ALEGRE, SEGUNDA-FEIRA, 28 DE NOVEMBRO DE 2005

Nada pode ser melhor

Ilgo Wink

Quando Lupicínio Rodrigues compôs o hino do Grêmio, não imaginava que a expressão ‘imortal tricolor’ acabaria por integrar-se à trajetória do clube. Nos anos que se sucederam, não foram poucas as vezes em que o Tricolor, aparentemente exaurido e batido, foi além de suas forças, superou limites e, por acreditar que não era impossível, venceu.

O que aconteceu sábado, dia 26 de novembro de 2005, em Recife, marca um desses momentos, se não o maior de todos, o mais dramático, o que mais contribui para reforçar a lenda da imortalidade. O Náutico tinha um pênalti a seu favor e enfrentava um grupo de sete jogadores acuados em um ambiente adverso e hostil. Nas arquibancadas lotadas, a torcida do time pernambucano lembrava os romanos no Coliseu. Só faltava sinalizar com o polegar para baixo para decretar o fim do sonho gremista de voltar à Primeira Divisão.

Foi a partir desse momento que o Grêmio começou a escrever dez minutos rutilantes, que entram para a história como um dos mais belos momentos do futebol. O jovem Galatto defendeu o pênalti. Era o segundo que os pernambucanos desperdiçavam. O estádio ficou em silêncio. Jogadores do Náutico desabaram no gramado.

De repente, o pequeno grupo cresceu, tornou-se um gigante no gramado. Outro garoto, Anderson, transformou-se em um veterano de espírito travesso e atrevido. Foi para cima do rival atordoado e, por não duvidar que era possível, fez o inimaginável àquela altura: o gol.

O Grêmio realizava um feito homérico, construído por sete ‘ulisses’, que não esmoreceram quando até os mais fanáticos gremistas já haviam desistido. O Grêmio sai das profundezas da Segunda Divisão iluminado pelos deuses do futebol. Volta ao seu lugar, porque nada pode ser melhor do que estar entre os grandes e seguir buscando o impossível.

Correio do Povo

Porto Alegre – RS – Brasil