Vai rolar cabeça

Luciano Davi está pela bola 7.

É um dirigente experimentado em vários setores do Inter, sempre com boa resposta. Tanto que acabou no futebol, o último degrau para chegar à presidência.

Davi pisou feio na bola ao defender o lateral Kleber, que ofendeu um torcedor colorado depois de ser cobrado no desembarque da delegação de Curitiba.

“Melhor que baixar a cabeça”, comentou o dirigente.

O jogador, ainda mais um sujeito calejado como Kleber, sabe que quem paga seu salário, um salário pra lá de generoso e muito além do futebol modesto que anda apresentando, é a torcida. E a torcida, pra quem não sabe, é o maior patrimônio de um clube de futebol. Engana-se quem pensa que é este ou aquele jogador, mesmo que seja um jogador do um investidor poderoso como o sr. Sonda.

Aquele torcedor que cobrou mais empenho, mais vontade, mais futebol, é o cara que sustenta esse circo milionário do futebol, um circo onde o palhaço, quando existe, está do lado de fora do picadeiro, é o torcedor que paga ingresso ou mensalidades na expectativa de ver seu time mostrando, pelo menos, muita vontade e indignação a cada jogo.

Luciano Davi teria de sair em defesa do torcedor, nunca do profissional que não soube manter o equilíbrio diante de um torcedor sofrido e revoltado pelo futebolzinho que o time apresentou contra um Coritiba desfalcado.

Então, Davi, ao reagir dessa forma, contribuiu para deixar o futebol colorado, voltando para algum setor do clube sem maior projeção pública.

Além disso, Davi insiste em contratar um diretor remunerado de fora, seria o do Coritiba mesmo. Esqueci o nome dele. Do outro lado, estaria Fernando Carvalho, querendo a volta de Chumbinho, seu fiel companheiro durante anos. Alguém tem dúvida sobre quem irá vencer esse duelo?

Enquanto isso, Fernandão, que confessou mal-estar como dirigente executivo de futebol, ao que tudo indica em breve fará suas malas, porque dificilmente resistirá a outro resultado negativo. Sua queda é questão de tempo.

Algo que pode ocorrer já no final de semana contra o Flamengo do seu ex-subordinado, o Dorival Jr. Ah, as ironias da vida.

Um confronto para assistir de camarote.

Pena que o Beira-Rio não tem mais camarote.

Novo projeto do Boteco: FootBuzz


Sabemos que muita gente aqui do Boteco tem ideias e sugestões pra fazer do Grêmio um time ainda maior.

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Grêmio avança; Inter dá adeus ao título

O Grêmio venceu o jogo dos seis pontos. Bateu o Vasco no Olímpico por 2 a , gols de Marcelo Moreno e Kleber. Uma grande vitória, uma arrancada alentadora no returno, ainda mais que o Atlético Mineiro, em casa, ficou no empate com a Ponte Preta. Também o Flu empatou.

O Grêmio foi melhor o tempo todo. Criou poucas chances de gol, mas teve o controle, e isso deve ser considerado.

A prova inquestionável de que o time está ajustado é que a engrenagem funciona mesmo quando perde peças fundamentais como Gilberto Silva e Elano. Naldo dessa vez deu boa resposta no lugar de Gilberto Silva.

No meio, Marquinhos errou alguns lances de ataque, mas compensou com algumas boas jogadas, muito esforço e aplicação tática. Marquinhos está mostrando mais interesse e envolvimento, mas continua devendo na comparação com o titular Elano.

A produção ofensiva do time foi precária. A do Vasco conseguiu ser pior, muito em função da melhor dupla de volantes do campeonato: Fernando e Souza.

Agora, não dá pra desconsiderar que Marquinhos foi quem cobrou a falta que resultou no primeiro gol, com Marcelo Moreno pegando a bola solta pelo goleiro. Já o segundo gol foi obra de Kleber, que chutou, a bola desviou na zaga e enganou o goleiro. Foram dois gols achados, mas eles também valem.

Com isso, o Grêmio reduz a distância do líder e do vice, e começa o segundo turno mostrando que está na briga pelo título nacional.

Está aí um time que tem o dedo de seu treinador.

O POLVO

O polvo do Boteco errou. A previsão é de que seria 2 a 1 pro Vasco.

O que será melhor? Polvo frito ou ensopado?

INTER

A derrota não passou pelo treinador, disse o presidente Luigi. Nem sempre os dirigentes são sinceros quando defendem o treinador após uma derrota como essa diante do Coritiba, que faz má campanha e estava bastante desfalcado.

Luigi sabe que esse é o momento de ser ator. Na verdade, a derrota por 1 a 0 em Curitiba começou, passou e terminou no treinador. Quando ele acumulou uma série de vitórias logo ao assumir todos o festejam. Tudo passava pelo treinador. Todos no clube comemoravam o que consideravam ser acerto a troca de Dorival por Fernandão. Se antes tudo poderia ser atribuído a Fernandão, por que não os resultados negativos? Já são quatro os jogos sem vitória.

O Inter, apontado por grande parte da mídia, não apenas regional como nacional, como favorito ao título do Brasileiro, agora terá de lutar e se dar por satisfeito se conseguir uma vaga na Libertadores 2013.

O Inter, esse da folha de pagamento milionária, é carta fora do baralho.

O clube irá completar 33 anos desde seu último título no Campeonato Brasileiro.

Sem entrar em maiores detalhes, a culpa maior é de sua direção, que decidiu fazer experiências com novatos em pleno campeonato nacional, quando deveria ter feito isso no Gauchão.

Diante disso, só me resta questionar: o objetivo maior do Inter no segundo semestre seria mesmo brigar pelo Brasileirão ou lançar a gurizada para projetar e depois faturar uma grana?

O polvo do Boteco

Se o Grêmio não tem Gilberto Silva e Elano, o Vasco não terá Juninho Pernambucano, Éder Luiz e Rodolfo. Portanto, há um equilíbrio neste aspecto.

Eu poderia ignorar os desfalques do adversário, como costumam fazer uns e outros quando se trata do Inter, que sempre está desfalcado e se o mesmo acontece com o adversário desprezam a informação.

Eu poderia acrescentar Júlio César na lista. E também o Bertoglio, que será um grande trunfo do Grêmio no segundo turno e que, se dependesse de mim, já ficaria no banco contra o Vasco.

Então, temos dois times que estão no topo da tabela de classificação sem alguns jogadores importantes. Arrisco dizer que Elano é mais importante ao Grêmio do que Juninho é para o Vasco.

O Grêmio com Elano é um, sem ele é outro, é um time pálido, sem criatividade. Mas continua sendo um time de pegada, brigador incansável, conforme se viu no Gre-Nal.

É este Grêmio que precisa estar em campo na primeira rodada do segundo turno. Se depender do Marquinhos, o jogo fica no zero a zero.

O Grêmio perdeu no primeiro turno para o Vasco. Agora, precisa devolver o resultado. É um jogo de seis pontos.

Não fosse o abismo que existe entre Grêmio e o líder Atlético, eu fecharia um acordo pelo empate. O Vasco não vence há quatro jogos, mas isso não significa grande coisa.

A realidade é que não confio no Grêmio sem Elano. E, pior, com Marquinhos, até por falta de apção melhor.

Marquinhos até que melhorou. Está mais sanguíneo, mais interessado. Parece ter incorporado o espírito gremista. Gostei do chutão que ele em cima do Fabrício. Não foi para agredir, foi para cavar o lateral e não dar um lateral para o Inter. simples. Levou o amarelo injustamente, porque Vuaden não se sentiu à vontade em amarelar apenas Fabrício, este sim descontrolado.

Marquinhos melhorou, mas a diferença entre ele e Elano é a diferença entre o líder do Brasileirão e o lanterna.

Agora, se o Grêmio quer mesmo lutar por uma vaga no G-3 vai precisar aprender a vencer sem Elano.

O POLVO DO BOTECO

O Boteco do Ilgo tem um novo integrante. É um polvo.

É o Povo do Boteco. Ele faz previsões como aquele da Copa do Mundo.

Fica atrás do balcão, mais afastado para não ter que responder os números de megasena.

O polvo ainda não tem nome. Aguardo sugestões.

Ele mal se instalou e já foi explorado por mim. Perguntei sobre o jogo no Olímpico. Quem vence?

Ele escolheu o papel escrito VASCO.

Tá de sacanagem, pensei. Ele ainda arriscou um resultado: 2 a 1.

Será que sopão de polvo é bom?

INDIADA

Há três jogos sem vencer, o Inter precisa começar bem o returno se quiser mesmo alcançar a ambiciosa meta de 40 pontos projetada por Fernandão.
O problema é que o Coritiba, em casa, sempre complica.
Aliás, não tem jogo fácil neste campeonato.
Fora isso, o próprio treinador ajuda a ampliar as dificuldades, como aconteceu com Fernandão no Gre-Nal ao deixar de fora o ídolo Índio para escalar Juan.
Índio continua fora. Juan está escalado.
A continuar assim, duvido que Fernandão fique muito tempo no lugar que era de seu ex-subordinado, o Dorival.

O feijão com arroz de Luxa

Muitas vitórias podem ser explicadas a partir do adversário. É o caso do Gre-Nal que o Grêmio venceu por 1 a 0, no que ainda resta da casa do rival maior.

Se eu fosse torcedor colorado estaria pedindo a cabeça do Fernandão. Essa de sacar Índio, que vinha jogando, em bem, para colocar o recém-chegado Juan não tem explicação.

Com o agravante de Índio ter se notabilizado também por ser um zagueiro goleador e se dar bem no clássico.

Fernandão, depois do jogo, estava constrangido. Não conseguiu explicar a alteração.

Fernandão inventou, assim como Luxemburgo andou inventando em alguns jogos decisivos e se quebrou. Hoje, Luxa fez aquilo que defendi antes do jogo: um feijão com arroz no capricho. Prova de que no futebol quanto mais se simplifica melhor.

Aí, o substituto de Índio, ídolo de nove entre dez colorados, entregou a bola de cabeça nos pés do melhor jogador em atividade no futebol gaúcho: Elano. Na hora lembrei do grande Ancheta, que era infeliz nos Gre-Nais dos anos 70, cabeceando a bola invariavelmente nos pés de um colorado.

Outro uruguaio, Forlán, pode ter o mesmo destino de seu conterrâneo em Gre-Nal. Ele perdeu um gol que nem Herrera nos piores dias seria capaz de perder.

Forlán segue sem marcar no Inter. Mas não foi só ele que perdeu gol: o Damião perdeu um na cara do Grohe, cabeceando sozinho para fora.

O Inter foi superior, mas perdeu. Já aconteceu o inverso tantas e tantas vezes.

No futebol é preciso saber marcar e ter competência para meter a bola pra dentro. O Grêmio foi eficiente em sua proposta de garantir o 1 a 0, até porque sem Elano perdeu quase toda sua capacidade criativa. Então, só restava mesmo é se defender e de vez quando dar uma arriscada na frente, aproveitando o desespero rubro.

No final, choradeira por pênaltis não marcados a favor do Inter. Lances de interpretação. A meu ver não houve um pênalti sequer no jogo, pelo menos algo indiscutível.

Um dirigente colorado, Davi, disse que Vuaden foi influenciado pelo Pelaipe. Quanta injustiça. Tem mais gente que não deixou ninguém esquecer que Vuaden não dá ‘sorte’ para o Grêmio em Gre-Nais. Inclusive eu e milhares de gremistas nas redes sociais. Tem também o apoio importante nesse sentido do Paulo Sant’Ana, que, a propósito, tivesse humildade, pediria desculpas pelo que fez a Marcelo Grohe.

Vuaden foi correto. Mas no finalzinho tinha que vacilar. Deveria ter expulsado Juan – aquele que Fernandão escalou para o lugar de Índio, ihhh, esse assunto vai render muito ainda – pelo carrinho no Pará, que fazia uma jogada inacreditável no ataque.

A lamentar apenas que no próximo Gre-Nal com Vuaden já não poderemos dizer que com ele o Grêmio nunca ganhou Gre-Nal.

Agora, que valeu a pressão nele, valeu.

Ah, seis pontos de diferença. Quem diria?

COTAÇÃO

Hoje, de tanto ler cotações que pegam pesado nos jogadores do Grêmio, decidir fazer a minha.

Marcelo Grohe – Se ele não teve falha, fez grandes defesas e saiu de campo sem levar gol e vitorioso, qualquer nota abaixo de DEZ seria injustiça.

Pará – Pelo esforço, pela doação e pelo fato de nunca se esconder, E também por alguns bons lances de qualidade técnica, minha nota pra ele é SETE.

Werley – A escorregada no lance em que Forlan quase empatou o jogo não conta. Foi um guerreiro. Contra ele, de concreto, o lance em que ficou olhando Damião cabecear livre e perder um gol imperdível. Mas o que importa é que a zaga acabou garantindo a vitória. Nota SETE.

Gilberto Silva – Eu não acreditava que ele fosse dar uma resposta tão positiva improvisado na zaga. Mérito de Luxemburgo que acreditou nele. O que eu posso dizer sobre ele hoje é que foi um fenômeno. Nota DEZ com louvor por ter dado aquela entrada no Damião no meio de campo, levando amarelo. Foi o melhor em campo.

Anderson Pico – Foi outro bravo na resistência. Sentia que a casa ia cair a qualquer momento. Pico caiu um pouco no segundo tempo, mas não comprometeu. Leva um SETE.

Fernando – Deu uma entregada estilo Douglas que Damião pegou e deu para Forlan chutar em cima de Grohe e perder o gol. Mas foi o lutador de sempre, abnegado. com ele não tem ruim. Nota OITO.

Souza – Forma uma dupla muito firme com Fernando. Segurou a bola o quanto pode no segundo tempo, bateu, apanhou. Enfim, um volante em que se pode confiar. Nota OITO

Elano – O melhor do time deixou o campo cedo demais. Confesso que temi pela virada colorada quando ele saiu e entrou Marquinhos câmara lenta. Elano ao menos jogou o suficiente para dar a vitória ao Grêmio ao pegar o rebote e ter calma e técnica para colocar a bola no único lugar onde ela poderia entrar. Nota DEZ. Por que? Só pelo gol? Como assim só pelo gol?

Zé Roberto – Sem seu companheiro de qualidade, Zé Roberto teve que se virar quase sozinho. E se virou. Nos raros lances de lucidez ofensiva ele estava ali presente. O ‘velhinho’ deu conta do recado. Ah, logo nos primeiros minutos ele levou uma entrada dura de Ygor, como uma mensagem. Mas não se intimidou e foi um bravo. Nota NOVE.

Marcelo Moreno – Muita esforço e pouca produção. Valeu pelo empenho e tem também o fato de aparentemente estar descontado. Nota SEIS.

Kleber – Também sofreu com o isolamento a partir da saída de Elano. Mas reagiu melhor que Moreno e buscou criar jogadas, preocupando a defesa colorada. Nota SETE.

Marquinhos leva nota SETE porque ajudou muito na marcação, apesar da lentidão. A bem da verdade ajudou a manter a bola no ataque várias vezes.

Leandro entra porque é um atacante de velocidade. Mas não vi nada de veloz nele. Nota CINCO. Não, nota QUATRO por ter jogado com luvas.

INTER

No Inter, destaque para Fred, Ygor, Bolívar e Damião. Nota sete pra eles. Os outros, ficaram abaixo.

Decisões e dilemas de Luxemburgo

Luxemburgo tem a seu favor um trabalho contínuo, meticuloso e consistente no sentido de armar um time confiável, competitivo. A colocação do Grêmio no Campeonato Brasileiro prova que ele está no caminho certo.

Contra Luxemburgo, alguns jogos-chave, nos quais ele errou como um principiante, indicando que talvez se abale emocionalmente nos momentos mais decisivos a ponto de cometer desatinos e imprudências que contradizem todo o trabalho em andamento, pautado na cautela e no bom senso.

Sem entrar em detalhes, lembro do Gre-Nal em que ele começou com três atacantes, deixando o meio-campo vulnerável, facilitando as coisas para o Inter, que acabou campeão gaúcho; depois, começou mal a decisão contra o Palmeiras pela Copa do Brasil deixando Marcelo Moreno no banco para escalar Miralles ao lado de Kleber; sem contar que ele deixou Pará todo o tempo em campo, recebendo bolas livremente sem saber o que fazer com ela; e o mais recente foi o confronto com o Coritiba, em que ele tomou decisões que por pouco não causaram a eliminação do clube na Sul-Americana.

Lembrei desses três casos, mas há outros. Tudo bem que um técnico erre de vez em quando, mesmo sendo um vencedor como Luxemburgo. Todos erraram, erram e errarão, inclusive eu na minha crítica e nas minhas análises. Faz parte.

O curioso é que Luxemburgo parece ‘apagar’ nos momentos decisivos.

Por isso, temo pelo que ele possa ‘inventar’ domingo. Gostaria que pelo menos dessa vez ele não seja tão ‘criativo’. Que faça o feijão com arroz.

Agora, reconheço que Luxemburgo convive com uma dificuldade grave: não tem substituto nem para Zé Roberto nem, e principalmente, para Elano, o melhor jogador do time.

Isso talvez não fosse um problema se os dois tivessem vitalidade para jogar 90 minutos ao natural.

Contra o Coritiba, Luxemburgo cometeu o desatino de substituir Gilberto Silva e Elano no intervalo pensando no Gre-Nal e convencido de que os substitutos dariam conta do recado. Como se sabe, a vaca quase foi pro brejo.

O meio-campo titular do Grêmio é superior ao meio-campo que está sendo projetado para o Inter, que segue sem D’Alessandro.

O problema é que esse meio-campo não resiste 90 minutos. E é aí que o jogo complica. Fora isso, mesmo com algum ‘apagão’ de Luxemburgo, acredito que o Grêmio venceria.

Entendo que as duas defesas e os dois ataques se equivalem. Desde que Moreno jogue. Com André Lima ou Leandro, a vantagem fica com a dupla colorada. Além do mais, o ataque reserva do Inter é muito superior ao ataque reserva do Grêmio.

Gostaria que Facundo Bertoglio ficasse no banco como alternativa para o segundo tempo. Mas parece que ele continua sem condições ideais. Mas quem sabe ele não surge como surpresa?

Sobre o desgaste de Zé Roberto: eu o posicionaria mais atrás para que corresse menos, mas aí liberando intercaladamente o Souza e o Fernando para chegar com Elano no ataque. Tudo menos começar ou ter que depender de Marquinhos, que até melhorou, mas se viu que é só para entrar no segundo tempo.

Realmente, como manter a qualidade do meio-campo os 90 minutos é um problema de difícil solução, um dilema que Luxemburgo precisa resolver, embora não seja mágico.

Sobre a arbitragem: não levo fé na arbitragem de Leandro Vuaden, que a quatro dias do Gre-Nal entrou em campo fardado do vermelho aos pés.

Prova que não é só Luxemburgo que toma decisões esquisitas.

BOTECO

O amigo Walter sugere um movimento dos frequentadores desse boteco para discutir o Grêmio e atuar politicamente no clube, tudo regado à cerveja, claro. É algo pra se pensar.

A noite em que deu saudade de Felipão

O Grêmio mereceu a classificação.

Luxemburgo não.

Confesso que senti saudade de Felipão. Nem no pior dos pesadelos Felipão entregaria o jogo no segundo tempo como fez o técnico do Grêmio.

Nem vou entrar no mérito das substituições de Gilberto Silva e Elano no intervalo. Dois dos melhores jogadores do time saindo ao mesmo tempo, tendo 45 minutos para evitar que o Coritiba marcasse dois gols.

Com Felipão à beira do campo, o Coritiba jogaria até a meia-noite e não faria os dois gols, correndo o risco de levar mais um.

Lembrei de Felipão quando vi um atacante descontado, mancando, receber a bola livre na grande área e desviar de Marcelo Grohe para fazer 2 a 1.

Inadmissível. Um time com a vantagem que o Grêmio tinha naquele momento não poderia nunca tamanha liberdade para o ataque inimigo.

Felipão teria erguido uma muralha diante da área, não esse queijo suíço armado por Luxemburgo, cheio de furos.

É evidente que o Grêmio perdeu qualidade sem Elano e Gilberto Silva, mas Luxemburgo poderia ter posicionado o time de maneira mais cautelosa, congestionando o meio de campo e explorando contra-ataques.

Depois, o terceiro gol do Coritiba. Pereirão cabeceou livre, parecia um treino recreativo. Ninguém chegou nele, encostou nele.

Com os 3 a 1, o Coritiba tinha tudo para eliminar o Grêmio.

Mas se Luxemburgo não sabe jogar mata-mata, está claro que o técnico rival, Marcelo Oliveira sabe menos ainda.

Os dois poderia frequentar a escolinha do professor Felipão, que provou na Copa do Brasil que é mestre na matéria, é doutor em mata-mata.

Aliás, dois, Luxemburgo e Marcelo Oliveira, são as vítimas mais recentes de Felipão.

Luxemburgo ao menos mostrou que é mais iluminado que o técnico do Coritiba.

No último minuto, quando tudo parecia perdido, Souza errou um rebote e a bola sobrou para Marcelo Moreno, que mostrou a importância de ter um jogador de área de qualidade.

O Grêmio garantiu a vaga e manteve a auto-estima elevada para o Gre-Nal.

Apesar de Luxemburgo.

Beira-Rio e a escolha de Vuaden

Agora sim. A direção colorada apeou do pedestal, afastou a capa da arrogância e da soberba, e decidiu negociar com o Grêmio o número de gremistas para o Gre-Nal.

Essa de empurrar goela abaixo os 750 definidos pela empreiteira, com apoio mais do que imediato da Brigada Militar, não colou.

Um pouco de humildade faz bem. Decidir unilateralmente, descumprindo o regulamento e impondo um número tirado da cartola, foi demais.

O Grêmio, então, exigiu o cumprimento do regulamento, 10% de torcedores rivais, para forçar a negociação.

Se o Inter ceder os 10% vai querer o mesmo percentual no clássico da última rodada. O melhor, para o Grêmio, é mesmo um acordo, fixando em mil ou 1.200 torcedores do Grêmio, domingo.

O mesmo número deverá ser concedido ao Inter no returno. É por aí.

ARBITRAGEM

Mas enquanto o Grêmio se preocupava com a questão do público, tranquilo porque o presidente da FGF pregava a indicação de árbitro de fora, eis que de repente, não mais do que de repente, surge o nome de LEANDRO VUADEN para apitar o Gre-Nal.

O Grêmio NUNCA venceu Gre-Nal com esse juiz. Pior: Mário Fernandes restou hospitalizado e nunca mais vestiu a camisa tricolor por causa de uma entrada criminosa do zagueiro Jackson num Gre-Nal, na cara do Vuaden. Foi marcada a falta, mas o zagueiro não levou sequer o amarelo.

Tem ainda a agressão que afastou Kleber, o melhor do time então, e prejudicou a campanha no Gauchão e a copa do Brasil. O juiz era ele, Vuaden.

Decididamente, está um juiz que não dá sorte para o Grêmio.

Com ele, teremos salvo-c0nduto para Guinazu bater, cansar de bater e reclamar com as veias estourando no pescoço, e no finalzinho levar um amarelo.

Elano, cuidado!

SUL-AMERICANA

O Grêmio está certo em jogar com time completo contra o Coritiba. A Sul-Americana é o caminho mais fácil para a Libertadores.

Até porque não há risco de Vuaden apitar jogo do Grêmio nessa competição.

Quanto vale a vida de um torcedor?

Presidente Luigi afirmou na Rd Gaúcha hoje, final da tarde, que ‘segurança é a preocupação número 1 ”, defendendo a decisão de limitar em 750  o número de gremistas no Beira-Rio.

Presidente Odone, agora à noite, na Rd Guaíba, declarou que se não for cumprido ou não ocorrer um acordo sobre a presença maior de gremistas no estádio não sai Gre-Nal.

Sobre a primeira frase, digo apenas que se ele, Luigi, tivesse mesmo preocupação verdadeira com a segurança já teria tomado a iniciativa de interditar o Beira-Rio.

Já o presidente Odone quer, na verdade, participar da decisão sobre o público no clássico. Lembrou que há alguns anos vigora um acordo de 2.800 torcedores de cada clube no estádio rival no clássicos. Defende, portanto, um acordo para decidir em cima da atual situação do estádio. Não aceita uma decisão imposta por um lado.

O Inter tem um laudo de sua parceira, a AG, que limitar em 18.200 o público do Beira-Rio, com 750 ingressos para a torcida do Grêmio.

Odone, com razão, não admite que uma empreiteira decida isso. Claramente, o Grêmio quer participar dessa definição, querendo elevar o número de gremistas no Beira-Rio e fixando a mesma quantidade para o jogo da volta.

O Grêmio força com o cumprimento do regulamento, que prevê 10% pelo menos de torcedores adversários em cada jogo. Lembra inclusive o Estatuto do Torcedor, que todo mundo repete e ninguém respeita muito.

Acho que o Grêmio quer fechar em algo em torno de 1.200 gremistas no clássico, número igual para o jogo da volta.

O que não é admissível é limitar sem ouvir o Grêmio, a outra parte interessada. Para romper o regulamento, só com unanimidade. Fora isso, é imposição e o Grêmio está certo em rejeitar.

De minha parte, continuo defendendo a interdição do estádio. Disse isso hoje no Cadeira Cativa, da Ulbra, ao tenente coronel Vasconcelos, quando ele apresentou o laudo da AG. Questionei por que a BM considera o laudo de parte interessada e não apela para entidades neutras como o Crea ou a Ufrgs. Perguntei também se a BM tem um laudo estrutural do estádio. Não, foi a resposta do oficial.

O representante da BM falou ainda de estimular a paz, promover uma cultura de paz. Realmente, isso se faz necessário. Agora, para começar, a direção do Inter teria de descer do seu pedestal e convidar o Grêmio para negociar o número de gremistas no clássico. A imposição de 750 torcedores, ou qualquer número que for, é uma violência, que gera reações violentas. A cultura de paz pode começar por aí, pelo diálogo.

Lembrei da tragédia na Fonte Nova, em 2007. Um ano antes, o MP baiano havia pedido a interdição do estádio baiano. O judiciário demorou para decidir e o resultado foram 7 mortos e dezenas de feridos. Cada família das vítimas fatais passou a receber 453 reais, fora um seguro de vida de 25 mil, da CBF.

É isso o que vale a vida de um torcedor?

Grêmio lidera Brasileirão paralelo

Concluída a rodada, o Grêmio segue vencendo o campeonato paralelo com o Inter, que empatou por 1 a 1 com a Portuguesa. Aliás, a Lusa, que era um time sofrível segundo alguns setores mesmo depois da vitória sobre o Grêmio, deve aumentar sua cotação por ter tirado um ponto do Inter.

Realmente, a Lusa não é lá essas coisas, e eu pensei que o Inter com Damião, Forlan e Kleber conseguiria um resultado melhor, à altura do grande time que realmente possui no papel, mas que não se viu na prática neste domingo.

Já o Grêmio aproveitou a fragilidade do Figueirense, lanterna do campeonato, e fez o que deveria ter feito com a Portuguesa: aplicado uma surra. Os gols que faltaram na derrota por 2 a 1 em pleno Olímpico, sobraram hoje.

O melhor da tarde, depois dos três pontos, foi a certeza de que Leandro e Anderson Pico estão voltando a jogar o bom futebol que mostraram logo que foram lançados. Um futebol que eles perderam pelo caminho e que Luxemburgo está conseguindo habilidosamente recuperar.

Pico chegou a ter seu nome gritado no Olímpico. O potencial desse jogador é enorme. O mesmo vale para Leandro, que marcou dois gols e fez belas jogadas. É só colocar a cabeça no lugar e aproveitar o dom que receberam.

No campeonato paralelo, disputado aqui no Rio Grande, o Grêmio livrou três pontos de vantagem sobre o seu grande e milionário rival.

Mesmo que perca o Gre-Nal, o Grêmio ainda estará acima do Inter na classificação em função do número de vitórias.

Eu, particularmente, não ligo para esse campeonato caseiro. Mas sei que essa vantagem incomoda muita gente boa.

Pra mim, o campeonato que interessa é esse que tem o Atlético na liderança. O time mineiro está jogando com pinta de campeão. Mas isso já aconteceu outras vezes no brasileirão, que é longo e traiçoeiro.