Fernandão e o amargo sabor da derrota

Grêmio e Inter estão como irmãos siameses, coladinhos. Se um empate, o outro empata; se vence, o outro também vence; e se perde, não dá outra: é derrota certa do outro. Assim, ou morrem abraçados, ou se lambuzam juntos com uma vaga na Libertadores 2013.

Título mesmo, que é bom, fica para a próxima temporada.

O Inter, com seu time misto, perdeu por 1 a 0, um resultado aceitável, normal. Ruim mesmo é empatar ou perder em casa para equipes modestas. É ruim, mas faz parte do mundo do futebol.

Se acontecesse só com os nossos clubes, seria preocupante. Mas acontece com todo mundo. O líder Atlético Mineiro não conseguiu vencer o Goianiense, que jogou boa parte com um jogador a menos.

A gurizada colorada, tão festejada pelos ufanistas de plantão, não soube o que fazer diante de uma equipe mais gabaritada.

São uns legítimos flanelinhas. Cumpriram honrosamente seu papel. O Inter vai crescer no campeonato, sem dúvida.

Ao contrário do Grêmio, o Inter tem como reforçar sua equipe. O Grêmio tem apenas o Facundo, que está fazendo falta, e o Júlio César, que ainda vai demorar para voltar, mas quando isso acontecer será recebido com um tapete azul.

Mas há um porém, o Inter ainda vai perder jogadores importantes para as seleções.

Nesse aspecto, o risco do Grêmio é menor. Problema mesmo são os cartões amarelos que o Kleber ainda pedindo pra receber. O ataque do Grêmio sem o Kleber, único que dribla e ousa, fica reduzido a chutões para a área.

A rodada termina com o quarteto de ouro do Grêmio sofrendo sua primeira derrota. E com Fernandão experimentando pela primeira vez o sabor de uma derrota como treinador.

Dos dois resultados, o pior foi o do Grêmio, porque ser batido pela Portuguesa, que dói de ruim, é lamentável.

GROHE

Marcelo Grohe foi atacado duramente pelo Paulo Sant’Ana mais uma vez. Como já fez outras vezes, Sant’ana pegou o Marcelo para Cristo. Não importa que o Gilberto Silva perdeu um gol feito ou que o Grêmio pouco exigiu de verdade do goleiro Dida, apesar de amplo domínio.

Estoura no goleiro. Antes, sobrava para o Victor. Boa parte da torcida ficou feliz de ver o Victor pelas costas, inclusive o Sant’Ana. Estão em boa companhia.

Grohe, já escrevi aqui há tempo, é um bom goleiro. Se tiver paz e sequencia, poderá um dia ser um grande goleiro. Mas se continuar essa perseguição, ele cai no meio do caminho.

Se Victor que é o Victor, não tinha unanimidade, não será o Marcelo Grohe que a terá.

Faz parte do futebol. Alguns esqueceram, mas Danrlei não era do agrado de parte da torcida.

O importante, agora, é dar tranquilidade ao Grohe para que ele cresça, assim como Muriel vem crescendo.

Goleiro é normalmente mais sensível, precisa de afeto, compreensão.

Contra o SP Grohe foi destaque. Salvei meu time , o Alfredo, no Cartola graças a ele. Depois, o mantive contra a Portuguesa. Aí, me quebrei.

Mas vou seguir dando força ao Grohe. Até porque as opções são uma incógnita.

VIAGEM

Estou seguindo na manhã desta sexta-feira para o oeste catarinense. Por isso, devo ficar ausente do boteco. Deixo a chave com vocês. Comportem-se.