Relaxamento e falta de qualidade

Quando o pesadelo de nome Neymar foi expulso no alvorecer do segundo tempo, eu relaxei. Mas eu posso relaxar. Eu e todos os gremistas que lotaram o Olímpico.

Já os jogadores do Grêmio, não. Eles não podiam pensar como eu: agora é só administrar a vantagem e buscar o segundo gol sem pressa, sem atropelo, que ele sai ao natural.

Mas eles são humanos. Depois de um primeiro tempo de muita energia, vibração, com marcação forte em cima do pesadelo chamado Neymar, houve esse relaxamento.

Mesmo assim, a vitória estava encaminhada.

Mas havia uma bola parada em meio à expectativa dos três pontos.

Quem com bola parada fere, com bola parada pode ser ferido.

O Santos empatou, manteve a estrutura defensiva e passou a especular contra-ataques. Foi assim que conseguiu criar até mais chances claras de gol que o time dono da casa, apoiado por sua torcida.

São nessas horas que Luxemburgo precisa rezar. A torcida toda precisa rezar. É a hora de mexer no time para tentar a vitória contra um Santos com dez jogadores, sem Neymar.

E aí vem aqueles nomes que fazem o pesadelo Neymar parecer um sonho repleto de anjos.

O primeiro a entrar foi Leandro. Esse guri, em quem vi um futuro promissor, decididamente só consegue jogar sob determinadas condições: muito espaço e pouca gente pela frente. Quer dizer, é difícil.

Depois, entra Léo Gago. Confesso que fico triste quando vejo esse rapaz à beira do campo, pronto para entrar. Me dá um desânimo, uma vontade de largar tudo.

Depois, fiquei muito grato ao Léo Gago. Ele evitou o gol da vitória do Santos – sim, o Santos acabou ficando mais próximo de vencer. Fiquei feliz que ele salvou o time de uma derrota. Fiquei muito grato mesmo. Mais feliz e grato fiquei porque ele levou o vermelho e está fora do próximo jogo. Sei, ainda restam Marquinhos e Marco Antônio, mas o ano está terminando, e isso também vai terminar.

Por último, o André Lima. Quando André Lima entra é porque Jesus está chamando.

O empate mantém o Grêmio no melhor lugar que ele pode ambicionar com esse time, ou melhor, com esse grupo: em terceiro lugar, talvez em segundo, nunca, mas nunca mesmo, em primeiro.

Para ser campeão, o Grêmio precisaria de alternativas de melhor qualidade. Mas precisaria ainda que os deuses do futebol e os árbitros deixassem de proteger o Fluminense.

O Flu vive aquele momento divino: tem qualidade, tem sorte e tem ajuda. Está com o corpo fechado. A continuar assim, será campeão com vantagem ainda maior.

Portanto, resta ao Grêmio lutar para garantir esse terceiro lugar, porque tem gente se aproximando.

RESUMO DE COTAÇÃO

Jogadores que foram bem: Grohe, Pará, Werley, Gilberto  Silva, Pico, Fernando e Souza.

Médios: Elano, Zé Roberto e Marcelo Moreno.

Mal: Kleber

INTER

O Inter, ajudado pela arbitragem, garantiu o empate em MG. Em outra situação, o empate seria um ótimo resultado. Mas para um time que havia firmado um pacto, ou lado parecido, de vencer três jogos seguidos, foi mal.

O time descomandado por Fernandão até que criou situações de gol. O Cruzeiro chegou a marcar através de Borges, mas o juiz mandou repetir.]

Aí o Borges fez o que havia feito no Gre-Nal do Gauchão do ano passado. Mandou a bola na arquibancada.

Diante desse fato, só me resta pedir desculpas ao Borges, porque sempre acreditei que ele havia chutado tão alto de propósito, pra sacanear o Renato.

Sábado eu descobri que foi por ruindade mesmo.

Vem aí uma nova cerveja artesanal

O Boteco do Ilgo, que é virtual mas muita gente acha que existe mesmo, vai lançar em breve uma cerveja em homenagem ao Olímpico e/ou à Arena. Ou aos dois estádios ao mesmo tempo.

Como fui abandonado pelos designers -muito envolvidos com suas atividades profissionais – dos outros rótulos e como o máximo que consigo é desenhar uma casa daquelas que qualquer criança sabe fazer, estou convidando os eventuais artistas que frequentam o boteco a participar do projeto.

Quem tiver interesse, pode entrar em contato comigo através do email ilgowink@gmail.com para trocarmos umas ideias.
Mas precisa ser já, pra ontem.

A cerveja tem que sair antes que a Arena seja inaugurada e o Olímpico demolido.

Ah, saiu mais um lote, pequeno, das cervejas 1983, Mazembier e Kidiaba.

GOLEIRO KIDIABA

Estamos trabalhando para contar com a presença do Kidiaba em Porto Alegre na segunda edição do Mazembe Day, confira a campanha na fan page https://www.facebook.com/mazembeday .

Curta e compartilhe esta fan page com seus amigos, gremistas e colorados. Assim teremos mais chances de atingir nosso objetivo de trazer o Kidiaba a nossa querida Porto Alegre.

Vários torcedores do Mazembe já estão nos apoiando nesta causa, indo atrás do próprio Kidiaba para fazer um vídeo dele revelando a sua vontade de viajar ao Brasil.

Assim se faz uma lenda

Quando alguém começa a se tornar maior do que si mesmo em razão de suas façanhas, está cada vez mais perto de tornar-se uma lenda, um mito.

Marcelo Grohe deu esta noite, na vitória por 1 a 0 sobre o bom time do Barcelona de Guayaquil, os primeiros passos para entrar na galeria dos grandes goleiros da história do Grêmio, aqueles de quem se contam histórias que a cada repetição ganham maior dimensão épica.

Marcelo Grohe não apenas fez defesas memoráveis como contou com algo fundamental para qualquer pessoa, em especial para um goleiro: a sorte.

A sorte acompanha os bons, é o que dizem. Foi o que provou Marcelo Grohe nesse jogo que credencia o Grêmio a passar de fase na Sul-Americana, robustecendo suas credenciais para disputar o título, um título que garante vaga na Libertadores de 2013.

Mas não foi apenas Marcelo Grohe quem se destacou. Werley, que marcou o gol, foi bravo, seguro, mostrando que é realmente um zagueiro no qual se pode confiar.

Seus companheiros de zaga também corresponderam. Naldo foi até melhor que Vilson, um tanto afoito.

O lateral Tony levou dois cartões amarelos em jogadas de meio de campo e acabou expulso, quase comprometendo a vitória. Anderson Pico foi muito prejudicado porque o adversário explorou demais o seu lado. Melhorou com a entrada de Léo Gago, que ajudou a fechar o lado esquerdo. Pico por pouco não marcou um gol gol contra ao cabecear contra a própria trave.

No meio, Fernando e Souza merecem nota 10. Jogaram demais. Foram incansáveis. Elano é outro que se superou, não tecnicamente, mas na dedicação, no empenho, parecia um jogador nascido com a camisa do Grêmio colada ao corpo.

Na frente, Kleber e, principalmente, Marcelo Moreno, foram intensos. Moreno, nos minutos finais, foi heróico, atacante solitário, marcando a saída de bola do Barcelona.

A rigor, friamente, foi um jogo em que o Grêmio poderia ter levado uma goleada, o que mostra sua fragilidade quando perde um de seus meias, no caso, Zé Roberto.

Neste jogo, até Pará fez falta.

O Grêmio teve a sorte dos campeões. Mas sorte é assim, como bem sabem os jogadores compulsivos: sobra hoje, falta amanhã.

Para chegar ao título, o Grêmio precisa melhorar, o que pode acontecer quando Luxemburgo tiver melhores alternativas para mexer na equipe, como Facundo Bertoglio, Júlio César e até os jovens Wangler e Misael.

BRASILEIRÃO

O Atlético Mineiro parece mesmo que chegou ao seu limite e agora começa a retroceder. Levou 2 a 1 do Flamengo, com a torcida carioca pegando no pé de RG. Tivesse vencido, o time mineiro livraria boa vantagem em relação ao Grêmio. Mas estancou.

Estou cansado de perder!

O Conselho Deliberativo do Grêmio me surpreendeu. Confesso que realmente estava temeroso. Imaginava mesmo que a eleição se decidisse ali entre 300 e poucos conselheiros, frustrando a mim e aos mais de 50 mil sócios do clube.

O presidente Paulo Odone confirmou seu favoritismo no CD, atingindo 151 votos, praticamente 50%.

A chapa de Homero Bellini chegou aos 67 votos e vai para o segundo turno. Já o Grêmio Prata, do bravo Eldir Antonini, somou dois votos.

Agora, o número alcançado pela chapa liderada por Fábio Koff sim é que superou as expectativas mais otimistas, inclusive do próprio Koff. Foram 93 votos.

Esse desempenho de Koff no CD mostra que é grande o número de conselheiros que consegue fazer a leitura correta desse momento histórico.

Fábio Koff, o dirigente esportivo de maior sucesso em todos os tempos no Rio Grande do Sul, colocou todo o seu prestígio, sua história vitoriosa, seu talento, sua credibilidade e seriedade à disposição do Grêmio.

O torcedor do Grêmio terá o privilégio de poder votar em Koff. Odone e Bellini são bons nomes, e também merecem presidir o clube, mas ninguém merece mais que Fábio Koff. Ainda mais na Era da Arena, ideia lançada por ele no Conselho Deliberativo na década de 90.

Agora, ninguém merece mais que o torcedor do Grêmio ter de volta o presidente multicampeão. Odone e Bellini terão novas oportunidades. Podem esperar.

E quando a vez deles chegar, não tenho dúvida: o Grêmio terá retomado o caminho das vitórias, dos títulos, das consagração mundial.

E eu terei lançado uma nova cerveja. Talvez a TRI, da Libertadores, ou, por que não?, a BI do mundo.

Mas antes é preciso que o torcedor não esqueça que o Grêmio é grande demais para ficar só lembrando a saída da segundona ou comemorando vagas na Libertadores, títulos do Gauchão, o Mazembe Day e outros fracassos do seu maior rival.

O Grêmio pode mais, muito mais.

Também não quero mais correr o risco de acordar de manhã e saber que o Grêmio contratou o auxiliar de treinador do Inter. Quero planejamento, coerência e decisões criteriosas.

Por isso, na minha primeira eleição no Grêmio, vou de Koff.

Estou cansado de perder!

Grêmio: meu voto nas mãos dos conselheiros

Dentro de mais algumas horas saberemos se a torcida gremista irá participar do processo que apontará o primeiro presidente da ‘Era Arena’.

Eu, que nunca votei em eleição do Grêmio, estou na expectativa. Estou me sentindo mais ou menos como em 1989, quando aconteceu a primeira eleição direta para presidente da República depois da ditadura militar.

Naquela época, votei em Brizola, claro. Perdi.

Continuo desconfiado que Odone irá ganhar no ‘colégio eleitoral’, porque possui ampla maioria no Conselho Deliberativo e tem trabalhado forte para conquistar muraldinos, no que está no seu direito.

Torço para que a eleição tenha a participação dos associados, até porque dará maior legitimidade ao vencedor, seja ele quem for.

Então, estou aqui no aguardo, carteirinha na mão.

Quero votar. Faço questão de votar. Meu voto não tem o peso de um voto de conselheiro, mas é o meu voto.

E o meu voto vai para Fábio Koff.

Pesei prós e contras, e concluí que Koff, por tudo o que fez e conquistou, pela seriedade, capacidade e credibilidade que angariou em décadas, merece voltar ao comando do Grêmio.

Não que Paulo Odone não o mereça. É claro que merece. Idem o Bellini, mas este ainda tem muito tempo pela frente.

Quem tem a chance de votar em Fábio Koff, o dirigente de futebol mais vitorioso do futebol gaúcho, não pode desperdiçar essa oportunidade.

Só espero que os conselheiros tenham consciência plena de enorme responsabilidade que carregam.

Grêmio, uma postura digna

Diferente do jogo contra o Flamengo, o Grêmio jogou como um postulante ao título contra o Atlético, no Independência. Foi altivo e digno. Se faltou mais qualidade, faltou também ao Atlético.

Poderia ter vencido, porque criou oportunidades para isso, assim como o time mineiro. A melhor chance de gol da partida foi do Grêmio, quando Marcelo Moreno chutou para fora com a goleira vazia, escancarada, esperando pela bola. A jogada foi de Pará, após uma saída de jogo errada de Victor com Richarlyson.

Foi um jogo equilibrado, com muita pancada, marcação forte e poucos lances de técnica, típico de uma decisão de campeonato.

O árbitro Héber Roberto Lopes me surpreendeu positivamente. É claro que deu uma puxadinha para o Atlético. RG merecia um cartão amarelo quando ergueu a chuteira no peito de Kleber.

Já o Kleber, porque é o Kleber, um jogador marcado, levou o amarelo porque o juiz viu simulação quando o jogador caiu ao ser informado que seria substituído.

Se Héber estivesse mesmo mal intencionado poderia ter marcado um pênalti muito reclamado pela torcida, nos minutos finais. Mas ele apitou certo e mandou o jogo seguir, porque realmente não houve falta na jogada.

Diante da qualidade do adversário e considerando o fator local, o Grêmio fez uma de suas melhores partidas na temporada. O técnico Luxemburgo também destacou isso, afirmando estar orgulhoso pela postura impositiva da equipe.

Agora, quando fez as substituições, Luxemburgo sinalizou que estava satisfeito com o empate. Lembrar de Léo Gago para o lugar de Elano é abdicar da expectativa dos três pontos, ou seis porque se tratava de um concorrente direto.

Marquinhos no lugar de Zé Roberto é aceitável. Mas entendo que ele poderia arriscar nos minutos finais colocando Leandro porque o Atlético foi pra cima e abriu espaço para contra-ataques.

Luxemburgo optou pela cautela, porque tem o outro lado da moeda: levar um gol deixaria o Grêmio ainda mais afastado dos dois líderes.

COTAÇÃO IW

Marcelo Grohe – Foi mais exigido que Victor e correspondeu com boas defesas e muita segurança. 10

Pará – Na direita é outro jogador. Marcou bem e ainda buscou a jogada ofensiva. 8

Werley – Diante da torcida que sempre o vaiou, deu uma resposta de alto nível. 8

Gilberto Silva – O comandante do sistema defensivo, posicionamento, firmeza. 9

Anderson Pico – Teve muito trabalho na marcação, mas, como Pará, também soltou-se mais. 7

Fernando – Ficou ligado em RG, o articulador do adversário. Cumpriu bem sua missão, mas pode mais. 7

Souza – Outro que ficou só na marcação. Foi esforçado, combativo. 7

Elano – Acertou uma bola no travessão. Foi bem, mas sem o talento de outros jogos. 8

Zé Roberto – É impressionante sua disposição. Só acho que ele poderia dar ao menos um chute a gol. 7

Kleber – Sofre muito com os zagueiros e com as arbitragens. Deu trabalho à marcação. 7

Marcelo Moreno – Correu e lutou, mas sem brilho. Perdeu um gol imperdível. 6

Os três que entraram tiveram pouco tempo para estragar o time.

INTER

O Inter jogou com muita vontade, conforme estava previsto. A pressão para que os jogadores dessem uma resposta de mais aplicação e disposição era grande. A torcida não iria perdoar quem se encolhesse no jogo.

O jovem Fred mais uma vez se destacou entre as estrelas. Abriu o placar com um belo gol. Forlan, num cruzamento de D’Alessandro ampliou e depois Damião fez o terceiro, com o Bahia descontando.

Resta ver agora como aqueles jogadores acusados de acomodação vão reagir nos próximos jogos.

A gurizada vai continuar correndo e se esforçando ao máximo, mas não acredito que os medalhões da equipe deixarão essa história por isso mesmo.

Brigas na dupla: realidade e ficção

Grêmio e Atlético, jogo que vale seis pontos, terá no apito o assoprador Héber Roberto Lopes, um juiz caseiro e acomodador. Bom para quem joga em casa.

A interferência no resultado começa nos bastidores, pela definição da arbitragem.

É preciso estar atento aos detalhes.

Felizmente, o Grêmio vai com a sua força máxima para encarar de novo o RG, que, aliás, ao contrário de outras vezes, está falante. Vejam o que ele diz:

– Agora entra todo tipo de ingrediente. É lembrar de tudo o que aconteceu e a gente vai com tudo para conquistar a vitória.

Ninguém esquece o que aconteceu. Quem bate até pode esquecer, mas quem apanha não esquece jamais. RG está eternizado no panteão dos inimigos da torcida gremista.

Agora, no jogo de domingo, o passado fica em segundo plano.

O que interessa é o presente, e o futuro.

E neles não há lugar para o RG no Grêmio.

AS BRIGAS

Fernandão e Datolo discutiram publicamente no treinamento. A coisa foi tão séria que o goleiro Muriel correu para apartar o bate-boca.

Foi uma discussão áspera entre o chefe e seu subordinado. Até nem vejo nada de mais, faz parte. Discussões existem em qualquer lugar, inclusive nas redações de jornais.

Já vi dois colegas, de emissoras rivais, se pegarem a soco de rolar no chão. Mas faz tempo, muito tempo.

Lembro que eu estava ao lado de Assis naquele dia no pátio do Olímpico. Era o Assis de antes da pirataria, quero deixar bem claro. Ele comentou comigo, sorrindo, ao deparar com aquela cena grotesca:

– Ah, então vocês também brigam…

Após o episódio entre Datolo e Fernandão, que apenas confirma o quanto o aprendiz de treinador está desgastado, perdendo o controle do grupo, eis que a imprensa atenta e zelosa pelo equilíbrio, ‘descobriu’ uma briga, ou uma rusga, entre Marcelo Moreno e Kleber.

De repente, e não mais do que de repente, os dois companheiros de ataque do Grêmio, decisivos na campanha no Brasileirão, estariam de ‘mal’. É o que li na coluna do Wianey Carlet, na ZH de hoje.

Só que nessa ‘briga’ a testemunha é um ser que fica na sombra, não tem identidade revelada. Ninguém sabe sequer se existe realmente.

No intervalo do jogo contra o Flamengo, Moreno teria cobrado de Kleber que ele não estaria lhe passando a bola.

Os dois teriam discutido em função disso. Luxemburgo teria acompanhado tudo sem intervir. Depois, teria chamado Moreno para dizer que o substituiria porque teria problemas se tirasse Kleber.

Alguém, sinceramente, consegue imaginar um treinador do porte de Luxemburgo tomando essa atitude?

Uma ficção da pior qualidade.

Vou partir da premissa, a origem da briga: Moreno cobrando mais passes de Kleber. Quem viu o jogo com atenção deve ter percebido o que eu percebi: a bola quase não chegou aos dois atacantes.

Não teve como Kleber deixar de dar passes para Moreno se ele quase não tocou na bola. Todos viram que Kleber fez uma partida ridícula para um atacante de sua grandeza. Até acho que ele estava jogando de má vontade, com pouca disposição, isso é outra coisa.

E tudo tem origem num misterinho: por que sacar Moreno e não Kleber? Eu vi os dois jogando mal, com a diferença de Moreno ter recebido o passe de Elano e feito o gol. E depois não fez mais nada, assim como Kleber.

O fato é que os dois não estavam sendo muito acionados.

Koff e a Cerveja 1983 no Cadeira Cativa

No apagar das luzes do programa Cadeira Cativa desta quarta-feira presenteei o comandante do campeonato mundial de 1983, o primeiro conquistado por um clube gaúcho, com a ‘Cerveja Campeã’, a 1983, de trigo, e um copo 1983.

Fábio Koff ficou surpreso, não conhecia minha obra-prima.

Mas antes das amenidades, rolou um programa interessante sob o comando do Reche e com a participação do Juremir, a quem dei uma long neck Mazembier.

– É pra tu nunca esquecer -, brinquei. Ao Reche dei uma 1983 de trigo também.

O programa foi muito curto. Não tive tempo de explorar algumas questões.

O que eu senti é que Koff está muito focado em chegar ao segundo turno. Perguntei sobre quem seriam os nomes da Grêmio Empreendimentos e do futebol. Koff falou, falou, e deixou claro, ao menos para mim, que nomes somente se chegar ao pátio.

Qualquer nome que ele diga agora pode significar perda de apoio de alguns ressentidos, porque, a bem da verdade, poucos são os conselheiros que realmente pensam no Grêmio da mesma forma que a imensa maioria dos torcedores.

Uma parte significativa vota seguindo o líder, seja ele quem for, ou até com o pensamento voltado apenas para que seu grupo tenha cargos na futura administração. Por isso, indicar esse ou aquele para determinado cargo ou função é muito arriscado. Pode resultar numa derrota já no primeiro turno.

Koff está realmente preocupado. Senti isso. Mas se passar no Conselho, dominado pela situação, ele é taxativo: vence fácil no pátio, com o voto dos sócios.

Eu ainda temo que a eleição termine no CD.

Será uma pena se a disputa não chegar ao pátio.

Feliz é a torcida que tem um nome como Fábio Koff em quem votar.

GRÊMIO DO PRATA

Depois do programa com Koff, gravamos com Eldir Antonini para ser exibido nesta quinta-feira.

Cumprimentei Antonini pela candidatura do seu grupo, o Grêmio Prata. É importante que surjam nomes novos e qualificados.

Perguntei ao Antonini em que ele votaria no segundo turno, se houver. Ele escapou dizendo que o voto é secreto. Eu acho que ele vota no Odone. O Prata ficou chateado com o Koff, que, segundo ele, está cercado de perdedores.

– São os ‘sem-faixa’ , brinquei, lembrando uma expressão muito feliz e provocativa do Cacalo.

E acrescentei:

– O Koff tem faixas em número suficiente para todos os que o cercam.

Eleição no Grêmio e as ovelhinhas

A eleição no Grêmio deverá mesmo ser decidida pelos conselheiros, dia 25.

É o sentimento que tenho a partir do que venho observando, lido, ouvido e, principalmente, considerando que a grande maioria dos conselheiros tem ligação com a chapa situacionista.

Os conselheiros, ao contrário de vereadores e deputados, por exemplo, não assumem os cargos de baixo para cima, alçados que são por seus eleitores.

Os conselheiros de clube de futebol normalmente não tem bases a consultar ou a lhe cobrar e pressionar.

Os conselheiros chegam ao cargo por indicação. Depois, ficam como reféns de quem os indicou. Nem sempre é assim, mas na maioria das vezes é o que acontece. É assim que funciona.

É nesse momento que grande parte dos conselheiros pode ser confundida com um bando de ovelhinhas, todas seguindo o pastor.

Algumas ovelhas se desviam pelo caminho, mas são poucas. Com o tempo, cresce o número de ovelhas rebeldes. Aí, elas se juntam e ganham força, mas ainda assim, em muitos casos, acabam conduzidas por outro pastor. Afinal, o que fazer?, são ovelhas.

Gostaria que fosse diferente, mas a realidade é que durante um bom tempo o conselheiro noviço – e mesmo outros veteranos de muitas tosquias – se considera em dívida com aquele que o indicou, que, por sua vez, tem relação próxima com alguma velha liderança.

O conselheiro, de imediato ou com o tempo, esquece que um dia foi ‘apenas’ um torcedor, que cobrava time, protestava e tinha a fórmula para resolver todos os problemas, a começar pela escalação que ele considerava ideal e o técnico, um ‘burro’, não conseguia enxergar.

O conselheiro, na verdade, é um torcedor com status, com algum poder. Um poder que, na prática, ele divide com alguém que o colocou ali. Mas ainda assim um poder, que até pode ser muito grande, dependendo do seu grau de dependência. É quando ele vota de acordo com a sua consciência e seus princípios, fiel às suas origens, sem ligar para a maneira como chegou à elite do clube.

Não é fácil essa transição, reconheço. Mas quanto mais independente for um conselheiro, melhor ele será para o clube. O problema é conquistar ou manter essa independência.

Hoje, a poucos dias da eleição, é reduzido o número de conselheiros que não pertence a esse ou aquele grupo, ou que se mostra disposto a romper compromissos em nome de sua convicção pessoal.

O ideal seria que todos votassem unicamente pensando no que consideram o melhor para o clube, independente de grupos ou movimentos.

Sem entrar no mérito, acredito que o melhor para o Grêmio seria uma eleição que pudesse contar com aqueles que são a razão de ser da existência do clube: o seu torcedor, o seu associado, que muitas vezes gasta mais do que pode para a causa de sua paixão. E que também por isso não merece ficar alijado desse processo eleitoral.

O torcedor tem o direito de votar, de decidir quem considera o melhor para o seu Grêmio.

Para isso, basta que os conselheiros provem que não são ovelhinhas.