Diferente do jogo contra o Flamengo, o Grêmio jogou como um postulante ao título contra o Atlético, no Independência. Foi altivo e digno. Se faltou mais qualidade, faltou também ao Atlético.
Poderia ter vencido, porque criou oportunidades para isso, assim como o time mineiro. A melhor chance de gol da partida foi do Grêmio, quando Marcelo Moreno chutou para fora com a goleira vazia, escancarada, esperando pela bola. A jogada foi de Pará, após uma saída de jogo errada de Victor com Richarlyson.
Foi um jogo equilibrado, com muita pancada, marcação forte e poucos lances de técnica, típico de uma decisão de campeonato.
O árbitro Héber Roberto Lopes me surpreendeu positivamente. É claro que deu uma puxadinha para o Atlético. RG merecia um cartão amarelo quando ergueu a chuteira no peito de Kleber.
Já o Kleber, porque é o Kleber, um jogador marcado, levou o amarelo porque o juiz viu simulação quando o jogador caiu ao ser informado que seria substituído.
Se Héber estivesse mesmo mal intencionado poderia ter marcado um pênalti muito reclamado pela torcida, nos minutos finais. Mas ele apitou certo e mandou o jogo seguir, porque realmente não houve falta na jogada.
Diante da qualidade do adversário e considerando o fator local, o Grêmio fez uma de suas melhores partidas na temporada. O técnico Luxemburgo também destacou isso, afirmando estar orgulhoso pela postura impositiva da equipe.
Agora, quando fez as substituições, Luxemburgo sinalizou que estava satisfeito com o empate. Lembrar de Léo Gago para o lugar de Elano é abdicar da expectativa dos três pontos, ou seis porque se tratava de um concorrente direto.
Marquinhos no lugar de Zé Roberto é aceitável. Mas entendo que ele poderia arriscar nos minutos finais colocando Leandro porque o Atlético foi pra cima e abriu espaço para contra-ataques.
Luxemburgo optou pela cautela, porque tem o outro lado da moeda: levar um gol deixaria o Grêmio ainda mais afastado dos dois líderes.
COTAÇÃO IW
Marcelo Grohe – Foi mais exigido que Victor e correspondeu com boas defesas e muita segurança. 10
Pará – Na direita é outro jogador. Marcou bem e ainda buscou a jogada ofensiva. 8
Werley – Diante da torcida que sempre o vaiou, deu uma resposta de alto nível. 8
Gilberto Silva – O comandante do sistema defensivo, posicionamento, firmeza. 9
Anderson Pico – Teve muito trabalho na marcação, mas, como Pará, também soltou-se mais. 7
Fernando – Ficou ligado em RG, o articulador do adversário. Cumpriu bem sua missão, mas pode mais. 7
Souza – Outro que ficou só na marcação. Foi esforçado, combativo. 7
Elano – Acertou uma bola no travessão. Foi bem, mas sem o talento de outros jogos. 8
Zé Roberto – É impressionante sua disposição. Só acho que ele poderia dar ao menos um chute a gol. 7
Kleber – Sofre muito com os zagueiros e com as arbitragens. Deu trabalho à marcação. 7
Marcelo Moreno – Correu e lutou, mas sem brilho. Perdeu um gol imperdível. 6
Os três que entraram tiveram pouco tempo para estragar o time.
INTER
O Inter jogou com muita vontade, conforme estava previsto. A pressão para que os jogadores dessem uma resposta de mais aplicação e disposição era grande. A torcida não iria perdoar quem se encolhesse no jogo.
O jovem Fred mais uma vez se destacou entre as estrelas. Abriu o placar com um belo gol. Forlan, num cruzamento de D’Alessandro ampliou e depois Damião fez o terceiro, com o Bahia descontando.
Resta ver agora como aqueles jogadores acusados de acomodação vão reagir nos próximos jogos.
A gurizada vai continuar correndo e se esforçando ao máximo, mas não acredito que os medalhões da equipe deixarão essa história por isso mesmo.