Quem ouve o Luxemburgo – e seu fiel escudeiro, Pelaipe – falando do desgaste do time para explicar a campanha ruim do segundo turno no Brasileiro e as atuações irritantes, imagina que o Grêmio é o único a sofrer com a série de jogos.
Está certo que nem todos disputam a sul-americana, mas o único que vive se queixando é o Grêmio. Será que não é o tal ‘pijama training’? Será que não é a falta de treinamento e o excesso de moleza para os jogadores? Não sei, mas só o número de jogos não explica a queda do time.
Afinal, enquanto o Grêmio desce, outros sobem ou se mantém estáveis, como o Fluminense, por exemplo.
Ontem, foi mais uma noite de pesadelo. A torcida do Grêmio está impaciente, vaia por qualquer coisinha. Como escreveu o jornalista e amigo Raul Rubenich abaixo, o torcedor cobra demais de um time que conta com alguns jogadores que deveriam estar longe do Olímpico. São jogadores que precisam de apoio. A vaia ou os murmúrios a cada passe errado só serve para abalar ainda mais esses jogadores insuficientes.
Por falar em insufiência, Marco Antônio fez o gol da vitória. Mais uma vez ele não jogou nada, mas fez o gol. O lance vai para o DVD dele. Espero que ele consiga uma excelente proposta o mais rápido possível e que seja muito feliz em seu próximo clube. Sinceramente.
Ainda sobre o cansaço: o que explica essa queda mais do que o cansaço é a falta de um grupo de maior qualidade. Há muito tempo escrevi que o grupo montado pela atual direção tem a média 5, ou 6 no máximo.
O que de certa forma ajuda a atenuar a responsabilidade do treinador Luxemburgo, que está conseguindo manter o time entre os primeiros do campeonato. Tivesse gente mais qualificada nas laterais, no meio e no ataque, com certeza a história seria outra.
E talvez ninguém estivesse reclamando de cansaço. Portanto, o desgaste existe, mas o principal mesmo é falta de peças de reposição de qualidade.
É como o sujeito sair para comprar uma junta homocinética, ou outra peça cara do carro. Em vez da original, compra a recondicionada. É isso, o grupo gremista tem muitas peças recondicionadas.
Aquelas que cedo ou tarde deixam a gente no meio do caminho.
BITECO
São fortes os boatos de que o Grêmio vendeu o Biteco. Para jogar no time do Luxemburgo não serve, mas para colocar dinheiro nos cofres do clube ele é útil.
O JOGO DE ONTEM
Reproduzo, sem autorização e portanto correndo o risco de levar um processo, parte do email que recebi do meu amigo Raul, velho irmão de sofrimento:
‘Pois eu acho que ando meio lelé da cuca, como se dizia no meu tempo… Pois não é que resolvi que a minha despedida do Olímpico tinha de ser ontem, ou não sairia jamais? Depois que o tempo mudou, no fim da tarde, fui lá, comprei entrada fácil, ganhei até desconto pra velhinho (50% de uma cadeira central a 70 paus = 35,00).
Depois mudei de ideia quanto ao “bom negócio”, fui mesmo é roubado, vou no Procon, eles é que deveriam me pagar algum pra ver aquela coisa. Que tristeza!
Então, já acho o seguinte: se a gente chegar na Libertadores 2013, por qualquer lado que for, terá sido um baita negócio. Mas, isso conseguido, pra passar daquela fase inicial ridícula, vai ser preciso algum tipo de revolução. Inclusive com duas das torcidas: a da social, que deve estar pensando que torce prum clone do Barcelona, e aí já começa o jogo vaiando as perebas que, afinal, são o que temos. E da tal da Geral, que sequer Hino Nacional respeita, sempre berrando uma musiquinha que o cara aquele que fez sucesso no mundo inteiro não se atreveria a apresentar em público, com medo de levar um bumbo…
A todas essas, ainda cheguei em casa em tempo de ver o “professô” cagar regra na coletiva, pra coleguinha que só sabe dizer amém e achar graça das besteiras dele. Por exemplo, falando do Leandro, “… ninguém mais que eu passou a mão no bumbum dele por aqui” – parece que pretendendo dizer que ninguém mais que ele, luxa, deu mais apoio pro piá. E insistindo na tese do cansaço, do estresse de todo dia estar no avião, no hotel, no campo. Bom, com 400 paus no fim do mês, me bota num estresse desses e eu até um golzinho sou capaz de achar…
Todo esse desvio pra não falar do principal: no grenal, o último jogo no Olímpico, acho que se desenha uma tragédia, pois, se o time do “professô” continuar como anda e o “deles” estiver com os gringos em tarde de ‘querer mostrar’, pra ganhar mais um reajustezito logo ali, já estou com medo de goleada.
Essa, sim, é que seria uma despedida trágica.
Saudações tricolores. Raul’.
BARCOS
O atacante argentino merece uma punição exemplar por tentar fraudar o jogo colocando a mão na bola para fazer o gol.
Isso é incontestável.
Agora, também é incontestável que a arbitragem não pode se valer de informações de jornalistas para tomar qualquer decisão num jogo de futebol.
A Fifa estabelece que apenas o quadro de arbitragem tem esse poder. Nem o delegado da CBF pode ser usado como fonte.
Se o jogo fosse no Parque Antártica, e o delegado consultasse um repórter ligado ao Palmeiras, e ele dissesse que o gol foi válido?
Nós não podemos ser tolerantes com qualquer ação que violente as leis, mesmo as do futebol.
A meu ver, o jogo Inter e Palmeiras deveria ser jogado novamente.
E o quadro de árbitros punido exemplarmente.
Pela incompetência e também pela tentativa de apagar as provas do ‘crime’ colocando na súmula que nada aconteceu de anormal no jogo e também com o testemunho do quatro árbitro, o gaúcho Jean Pierre – aquele que viu o Damiãoacertar um violento pontapé por trás num jogador do Santa Cruz e lhe deu apenas um cartão amarelo -, que sustentou que foi ele, Pierre, quem informou o juiz sobre a mão. Fosse assim, a decisão de anular o gol seria corretíssima. Mas não foi isso que aconteceu.