Sou uma das vítimas do temporal que desabou em Porto Alegre e deixou boa parte da cidade sem energia elétrica.
Por um lado, até que foi bom. Sob a luz de velas e rádio ligado, navegando pelas emissoras, mas fixando mais na narração vibrante do Orestes de Andrade, na Guaíba, acompanhei o jogo sem as imagens.
Não tenho dúvidas que foi melhor assim. Quando a energia voltou, faltavam cinco minutos para terminar o jogo. O Grêmio, que saiu perdendo por 1 a 0, num gol achado pelo Cruzeiro, conseguiu virar, muito mais pela garra e vibração do seus jogadores do que por qualquer outra coisa.
Até o gélido Marquinhos mostrou que tem sangue nas veias, vibrando como eu nunca havia visto ao marcar o gol da vitória.
Estou convencido que o Grêmio venceu muito mais pela precariedade do Cruzeiro com o seu centroavante pigmeu e seu técnico de poucas luzes, só pra seguir no tema energia elétrica.
Acho que foi a primeira vitória do time neste Brasileirão sem Elano e Zé Roberto. Os dois saíram lesionados. Então, aconteceu aquilo que se repetiu no Gauchão e na Copa do Brasil: o Grêmio dependendo de Marquinhos e Marco Antônio. Pesadelo.
Tive sorte que faltou luz e eu não precisei testemunhar essa situação. Quando o Grêmio virou o jogo estavam em campo os dois luminares do futebol, mais o Leandro. O guri até que entrou bem.
Deu-se um milagre no Olímpico. Um milagre que contou com a força da torcida e a bravura dos jogadores, e um toque de classe de Marcelo Moreno, que marcou um golaço após passe de Marco Antônio. Aliás, o Luxemburgo fez questão de destacar o passe, excelente, de MA no gol. Mas o genial da jogada foi a conclusão, não salientada pelo treinador.
O Grêmio venceu. Os outros times do G-4 também. Ficou tudo igual. Soube que o Fluminense mais uma vez foi ajudado pela arbitragem. Já está ficando suspeito.
O Atlético voltou com tudo. Arrasou o Figueirense. RG fez de tudo no jogo. Acho que os jogadores do Figueira entraram em campo com um bloco pra pedir autógrafo e esqueceram de marcar o RG.
O Vasco venceu com gol de Juninho Pernambucano. Segue no cangote do Grêmio e livrou mais dois pontos de vantagens sobre o Inter, que voltou a empatar.
A bem da verdade, o Inter mereceu vencer o Santos na Vila Belmiro. E o time melhorou quando Fernandão tirou o menino prodígio, o festejado Fred, o que provocou protestos dos comentaristas de rádio. Sem Fred, o Inter cresceu, empatou e por detalhe não venceu.
Ao Inter resta terminar o campeonato com dignidade, sem que a diferença do Grêmio aumente ainda mais para não ficar muito humilhante.
Já ao Grêmio cabe rezar para que que Elano e Zé Roberto voltem logo – difícil imaginar o time mantendo esse terceiro lugar sem os dois e ainda por cima sem Fernando -, porque outra vitória com Marquinhos e Marco Antônio, juntos, seria milagre demais, o que me levaria a pensar que Deus é gremista.
ELEIÇÕES
O presidente Paulo Odone pegou pesado ao atacar o grupo Record de fazer campanha contra ele. Citou o Hiltor Mombach e o Reche, o Correio do Povo, a TV e a Guaíba. Chutou o balde. Há quem diga que a RBS apoia a atual administração. Teríamos, então, um duelo de duas grandes empresas de comunicação. Vou começar a prestar mais atenção, embora não acredite que exista esse confronto.
Agora, os jornalistas podem ter suas preferências, mas sempre trabalhando a questão com honestidade.
KIDIABA
Já planejando o segundo MazembeDay, meu filho Matheus lançou um projeto ambicioso e provocativo: trazer Kidiaba a Porto Alegre. Confiram: