O Brasileirão chegou ao fim, e com ele a nossa famosa liga do Cartola FC.
Os 3 primeiros colocados não garantem vaga na Libertadores. E sim prêmios muito melhores:
O primeiro colocado leva um kit com 4 long neck e a gloriosa camisa 1983.
O segundo colocado: duas 600 ml ou 3 long neck.
O terceiro: uma 600 ml ou duas long neck.
E os 3 primeiros da Liga Boteco do Ilgo foram:
1 – ARB FBPA, do cartola Alisson
2 – Equipe Cooler, do cartola Pedro Trindade
3 – Rafael N-M-T, do cartola R.M.S
Parabéns a todos os participantes!
Aos ganhadores, aguardo contato por e-mail: ilgowink@gmail.com
NOS ACRÉSCIMOS
Não foi desta vez que o meu time no Cartola, o ToutPuissant Alfredo, levantou a tão almejada taça de campeão. Ficamos na quadragésima segunda posição, de um total de 78 participantes.
Que o empate – derrota – no Gre-Nal foi por demais frustrante e revoltante, não há dúvida. Pelo resultado em si, absolutamente inaceitável diante das circunstâncias extremamente favoráveis, como pela consequência, que é a perda da vaga direta na Libertadores e, diante disso, antecipação do início da temporada para um confronto decisivo.
O empate escancarou mais uma vez a confusão metal que acomete o treinador Luxemburgo em decisões e, principalmente, a falta de qualidade da equipe.
Se o Grêmio tivesse vencido, seria ótimo, mas a vitória acabaria encobrindo as deficiências do time, mesmo que parcialmente.
O lateral Pará poderia deixar o campo considerado por muitos solução para a lateral-direita. Confesso que começava a ficar impressionado com o crescimento de Pará. Ele não é mau jogador, mas o clássico deixou mais do que evidente que Pará pode ser no máximo o segundo reserva da lateral-direita.
No Gre-Nal, Pará cansou de receber bolas livre pela direita. Não conseguiu fazer uma jogada sequer, e sempre que tentava o drible o fazia em diagonal para o meio, pra alegria dos marcadores vermelhos.
A dupla de área saiu-se bem. Mas é fundamental a contração de um grande zagueiro, um jogador com liderança e imposição, que não permita que um D’Alessandro tenha faniquitos perto da área.
Na esquerda, o melhor a fazer é valorizar o Anderson Pico para fazer algum dinheiro e com ele contratar um lateral-esquerdo mais estável e confiável. Júlio César parece que tem um problema mais sério de lesão e Fábio Aurélio…
o meio de campo é um problemaço. Fernando deve sair e Souza dificilmente será contratado. Se um dos dois ficar, melhor. Se os dois saírem a situação complica bastante. O tempo para contratações é escasso e a concorrência acirrada.
Nas meias, Elano e Zé Roberto precisam ficar. Zé Roberto tem sido muito assediado. O sinal amarelo está aceso.
Na frente, Marcelo Moreno e Kleber. São necessários mais dois atacantes de nível similar, de preferência mais jovens.
André Lima e Leandro seriam reservas dos reservas. Leandro até poderia ser emprestado para o Náutico, Bahia, Figueirense…
O que me parece muito claro é que o Grêmio que começará a temporada já com uma decisão será bastante diferente desse que empatou domingo.
Se nada de anormal acontecer, os lesionados se recuperarem e os bons não forem embora, a mudança da fotografia será pequena. Vejamos:
Agora, pelo jeito, será difícil manter os melhores. E aí será preciso agir rapidamente para reforçar o time sob pena de começar o ano de maneira desastrosa.
DUNGA
Dunga estaria pedindo um salário de técnico de ponta. Coisa de 600 mil reais por mês pra cima. Ora, Dunga não passa de uma aposta. Uma aposta com razoável chance de dar certo.
Ah, mas treinou a seleção brasileira, vão lembrar seus fãs da imprensa e fora dela.
E até foi bem, só perdeu no essencial.
Dunga tem o direito de pedir o que quiser, mas ele não pode ser considerado um treinador de ponta.
Hoje, ouvi o Leonardo Meneghetti, meu ex-colega no CP e hoje homem poderoso da Band, defendendo o salário de 600 mil para o Dunga, já que não é possível contratar Luxemburgo, Abel, Muricy ou Felipão.
Quer dizer, nivelou Dunga a quatro técnicos renomados, com vasta experiência e muitos títulos.
Dunga, por enquanto, é um Osmar Loss com mais sorte como treinador, já que começou pelo topo.
Revivi neste domingo um pouco do martírio que foi a maior parte da década de 70.
Peguei sol na cara durante mais de três horas, como acontecia naquela época em que eu cursava jornalismo mas não pensava em trabalhar como repórter esportivo. Com duas diferenças: estava no setor das cadeiras centrais e não na arquibancadas; e desta vez coloquei protetor solar no rosto, que não existia naqueles anos.
No mais, foi tudo muito parecido. Calor insuportável, a longa e torturante espera pelo início do jogo.
Mal podia imaginar que a tarde ficaria ainda pior. Eu costumo repetir uma frase de minha autoria: “Dê graças a Deus que a situação está ruim, porque ela pode piorar”.
E piorou. Agora, além do calor, o sol na cara, a dificuldade para ver o jogo e identificar os jogadores naquela distância – sou um cara acostumado com a TV -, havia o futebol do Grêmio. Tão ruim que se nivelou ao do Inter.
Retrocedo algumas horas: ao meio-dia, participei de um programa na Rádio Guaíba. Foi no Barranco, com direito a petiscos e água e refri. Ao meu lado, o vitorioso Rafael Bandeira dos Santos.
Quando o Ernani Campello pediu que eu falasse sobre minha expectativa em relação ao Gre-Nal eu resumi: “Só espero que o Luxemburgo não volte a me decepcionar numa decisão, porque em todas este ano ele cometeu equívocos que custaram caro ao Grêmio. Espero que ele faça a coisa certa e não invente”.
Penso que não preciso comentar muito a respeito da participação de Luxemburgo no jogo. De um modo geral, ele foi bem, mas cometeu, a meu ver, um erro grosseiro – e de novo em decisão.
Elano é um jogador consagrado como um meia que articula, que marca – e até já jogou de volantes -, que volta para compor o sistema defensivo, que se aproxima ao ataque com facilidade vindo de trás, e tudo o que vocês já conhecem, que o mundo conhece, e que o próprio Luxemburgo conhece.
Por isso, é inaceitável que Elano tenha jogado tão adiantado, esperando a bola de costas na maioria das vezes, uma bola que seria melhor trabalhada se ele, Elano, estivesse em sua posição habitual.
O Grêmio perdeu um grande articulador, um homem decisivo, um craque, e ganhou um atacante meia-boca, talvez até pior que o Leandro, ou do mesmo nível.
Então, o que se viu foi um primeiro tempo angustiante para o torcedor, principalmente para aqueles milhares que, como eu, enfrentavam o sol na cara e sensação térmica superior a 40 graus.
No segundo tempo, o Grêmio foi agraciado com a expulsão de Muriel, após uma conclusão de Elano. O goleiro colorado interceptou a bola, que em direção à goleira, fora da área. Isso aos 3 minutos.
Senti um alívio naquele momento, já que o jogo estava mesmo enroscado. ‘Agora vai’, pensei.
Não adiantou muita coisa, mas ao menos o Inter já não me assustava. Dez minutos, Damião foi expulso por agredir Saimon com uma cotovelada.
Como disse o RW, o da corneta, Damião já é o jogador mais violento da dupla Gre-Nal neste ano. Lembrem-se daquele lance antológico em Santa Cruz do Sul.
Bem, agora é só sair pro abraço. Que nada. O Inter se fechou, armou uma muralha na grande área. Elano, que deveria ser recuado para articular com qualidade e meter a bola naqueles espaços diminutos, continuou esperando passes do genial Léo Gago, ou do Souza ou do Fernando. Quando entrou Marquinhos o Grêmio começou a achar espaços e criou duas ou três situações, uma delas com uma bela defesa de Renan.
Aí, o sr Saimon voltou a mostrar que tem um probleminha de descontrole emocional. Agrediu o técnico Osmar Loss, que deu uma de varzeano ao chutar a bola pra longe. Deu um tumulto, troca de tapas e pontapés. Era tudo o que o Inter precisava naquele momento em que o Grêmio iniciava uma pressão. Saimon e Loss foram expulsos.
Depois, o episódio do foguete, que aparentemente saiu das sociais. Lamentável. O torcedor que fez isso deve ser identificado e banido do clube.
Então, tínhamos ali o Grêmio ajudando o Inter em sua missão de estragar a festa de despedida do Olímpico e, de quebra, impedir a vaga direta à Libertadores.
Para coroar o festival de aberrações que foi o segundo tempo, o juiz Heber Roberto Lopes, decidiu terminar o jogo antes de completar os minutos de acréscimo que ele havia definido. Enfiou a bola debaixo do braço e foi pra casa.
Está aí um sujeito que faria um favor ao futebol brasileiro se largasse a arbitragem.
Ato mais patético do que esse só mesmo esse dos jogadores colorados correndo alegres em direção ao recanto colorado no estádio, como se tivessem vencido o jogo, ou porque realmente acreditaram que havia estragado a festa.
Tiraram um pouco do brilho, mas às custas de atitudes anti-desportivas que na realidade só maculam a história desse grande clube.
No final, 0 a 0, um resultado frustrante, mas que não impediu a festa maravilhosa da torcida nas cadeiras e nas arquibancadas, com uma grande avalanche de paixão e de amor ao Olímpico Monumental.
Ah, a vaga direta nas Libertadores escapou, mas, como cantava a torcida gremista provocando os colorados que deixavam o estádio escoltados pela BM:
– Li-ber-ta-do-res, Li-ber-ta-do-res.
Será com o Luxemburgo, tudo bem. Nada é perfeito. Mas quem sabe com o presidente multicampeão ao lado, de conselheiro e consultor, ele volte a ser o Luxemburgo vitorioso de outros tempos?
Por via das dúvidas, só vou ao estádio agora se ficar no sombra. O sofrimento sempre é menor.