De onde menos se espera, daí mesmo é que não sai nada, já ensinava o Barão de Itararé.
É que provavelmente ele não conhecia o futebol.
Ninguém esperava nada dessa zaga jovem e desentrosada do Grêmio. Mas Saimon e Bressan deram uma resposta superior, altiva, insuperável. Jogaram como gente grande.
Pará e Alex Telles, outro guri estreando, também foram impecáveis defensivamente. Pará, no apoio, mais uma vez foi sofrível. Alex mostrou que tem potencial para ser titular.
Garantido atrás, porque era proibido tomar gol, era preciso resolver na frente.
O meio-campo fez a sua parte, defendendo e articulando, às vezes com uma lentidão irritante, mas fez o possível.
Já os atacantes, com exceção do valente e atrevido Vargas, pouco de útil fizeram.
Assim, restava a um dos dois talentos do time decidir. E foi Elano quem marcou, e foi um golaço, garantindo a vitória que levaria aos pênaltis. O primeiro gol em jogo oficial na Arena.
Na verdade, o Grêmio achou esse gol. Porque poucas vezes invadiu a área da LDU com toque de bola ou dribles. O Dida do time equatoriano pouco foi exigido, o que prova a incompetência ofensiva da equipe tricolor.
É bem verdade que o juiz contribuiu ao deixar de marcar muitas faltas da LDU e também por ser tão econômico nos cartões. Esse é o tipo de juiz que mereceria uma ‘sumanta de laço’.
Mas o importante é que o Grêmio se classificou. Jogou em seu gramado arenoso, superou carências técnicas e ainda assim conseguiu eliminar a LDU e seguir na competição.
A classificação veio nos pênaltis, o que se queria evitar a todo custo.
Quem temia as penalidades ficou apavorado quando Saimon inventou na cobrança. Pensando que é craque, deu uma paradinha idiota e telegrafou nas mãos do goleiro.
Felizmente, um equatoriano salvou a pela de Saimon e chutou na trave.
Por fim, a consagração de Marcelo Grohe. No sexto pênalti, quando eu, confesso, já lamentava não ter Dida, um pegador de pênaltis, Grohe fez a defesa que a Arena merecia, que ele, Grohe, merecia. A defesa que a torcida fiel, devota e sempre esperançosa, merecia.
A defesa que faltava para Grohe colocar os pés na galeria dos ‘goleiros pegadores de pênaltis’.
Então, a Arena rugiu. Grohe correu, ajoelhou-se e chorou.
Depois, ergueu-se, com lágrimas nos olhos.
Lágrimas de um profissional, lágrimas de um torcedor do Grêmio.
As lágrimas do goleiro agora mais do que nunca titular do Grêmio.
ELANO
Bonita a homenagem de Elano ao final do jogo, dedicando a vitória às mães que perderam filhos na tragédia em Santa Maria.
PÊNALTIS
Cumprimentos aos que acertaram suas cobranças: André Lima, Willian José, Vargas, Pará e Alex Telles. Ao Saimon, que provou ser um zagueiro de nível superior, só tenho a dizer o seguinte: simplifica.
DUNGA
Estreia discreta. O Inter ficou só no empate com o Novo Hamburgo. O Inter até foi melhor e criou mais chances de gol, mas pouco diante da expectativa criada em torno do trabalho do novo técnico.
SECADORES
Final frustrante para os secadores de plantão.
AVALANCHE
Para certos setores da mídia, problema com a avalanche vai merecer mais atenção que a classificação do representante gaúcho na Libertadores.
Agora, está cada vez mais difícil defender a avalanche. Mas eu ainda estou com ela.