Todo treinador tem direito de eleger alguns jogadores como seus homens de confiança.
O que não se pode aceitar são eventuais protegidos.
Tenho dúvidas se Pará é um homem de confiança de Vanderlei Luxemburgo ou um mero protegido.
Essa dúvida aumentou ao ler a entrevista de Gabriel publicada na Zero Hora deste 2 de janeiro.
Gabriel deixa claro que não conta com a simpatia do técnico. Relata, inclusive, que em terminada situação recebeu ordens para não subir muito e tentar o gol – Gabriel jogou poucas vezes e fez dois gols neste ano e chegou a ser lateral-goleador no Fluminense – porque isso, fazer gols, ficaria a cargo de Moreno e Kleber.
Sinceramente, torço para que Gabriel não esteja falando a verdade. A impressão que dá com esse relato, sendo verdadeiro, é que Luxemburgo não queria que Gabriel se destacasse, o que acabaria impedindo a escalação de Pará e outro seu indicado, o glorioso Tony.
Luxemburgo é um grande profissional. Não posso acreditar que ele seja capaz de uma atitude tão anti-ética e imoral.
Prefiro acreditar que Gabriel tenha pinçado uma frase mal posta dentro de uma situação específica de jogo/treino.
Por outro lado, tem o depoimento do Luís Henrique Benfica na rádio Gaúcha, hoje, no Sala de Redação, no qual ele conta que Gabriel era cobrado de forma muito exagerada por Luxemburgo logo em seus primeiros dias no Olímpico.
É preciso considerar, ainda, que Gabriel, mesmo com outros treinadores, não repetiu o desempenho do tempo de Renato (ah, curioso isso, um técnico tão criticado por uns ter conseguido fazer Gabriel e Douglas jogarem com vontade). Então, não seria algo apenas relacionado a Luxemburgo, uma perseguição digamos assim.
Quem viu Gabriel jogar no tempo de Renato Portaluppi não consegue entender o que aconteceu com esse jogador. Com tanta carência de jogadores de qualidade para a posição, Gabriel – o de dois anos atrás -tem condições de ser titular em praticamente todos os grandes clubes. Inclusive no Inter.
No Grêmio não, porque no Grêmio o homem de confiança para a lateral-direita do treinador é Pará, que, apesar de contar com a admiração de um técnico tão renomado, não atraiu o interesse de nenhum outro clube.
Parece que só o Grêmio quer Pará.