Meu temor e minha esperança

Começo a ficar preocupado com o time que deverá enfrentar a LDU, no jogo-chave do Grêmio em 2013.

É o confronto que vai definir o tamanho do Grêmio na temporada.

Dia desses, participando de um programa de rádio, um repórter escalou o provável time para estrear na Libertadores, a partir do que estaria à disposição do treinador naquele momento.

Dida; Pará, Saimon, Cris e Fábio Aurélio…

Quando ele chegou aí, eu contestei: Fábio Aurélio???? Quem pode garantir que ele terá condições de jogar?

O Luxa, ele respondeu tranquilamente, acrescentando que o jogador estava começando a treinar, etc.

Aí eu lembrei que antes muita gente havia garantido que ele jogaria, chegou a concentrar e… não jogou porque voltou a sentir uma lesão, talvez a mesma que não permite que ele jogue já faz um bom tempo.

Pois bem. Fábio Aurélio, como eu imaginava, está fora da estreia e, infelizmente, não sei se um dia irá jogar com a camisa do Grêmio. Uma pena, realmente uma pena, tanto pelo profissional como pelo clube, que está pagando por um jogador que já chegou aqui com um histórico de contusões preocupante.

Se pudesse jogar, Fábio Aurélio certamente daria a qualidade que a lateral-esquerda só viu recentemente com Júlio César, que, curiosamente, foi despachado pelo todo-poderoso Luxemburgo.

O resultado é que o Grêmio está sem um lateral-esquerdo confiável para jogar contra a LDU. Resta torcer para que o menino que veio do Juventude, o Alex Telles, não sinta o peso da camisa e da responsabilidade do jogo.

É possível que Luxemburgo tenha outra alternativa. Mas acho que é mesmo o caso de apostar no guri de Caxias.

Entre escalar um lateral-direito desses escanteados e deslocar o Pará para o lado em que ele joga pior, sou mais investir e confiar no Alex.

Qualquer que seja a s0lução, me preocupa essa defesa. Pará é razoável, Saimon é instável, Cris uma incógnita e o lateral-esquerdo… Sem falar que eles nunca jogaram juntos.

A esperança está no meio de campo, setor mais sólido e eficaz do time. Mas Souza não renovou. É dúvida. Se ele não jogar entra quem? Foi o que perguntei para o tal repórter nesse programa. Ele respondeu: Marco Antônio é o mais cotado.

Foi como um soco no estômago. E o pior é que percebi um leve sorriso debochado no repórter, que repetiu: Marco Antônio, e ainda argumentou, provocativamente, que ele havia jogado bem como segundo volante.

É claro que reagi: ele não tira a bola de ninguém, só cerca, etc, etc e etc.

Se realmente confirmar o time projetado pelo repórter e que está se desenhando ainda pior, porque Fábio Aurélio não vai jogar, vou me dar por satisfeito se perder só por um gol.

Ah, no ataque, Marcelo Moreno e Willian José, dois homens de área. Não sei como está o Bertoglio, mas penso que o argentino seria uma opção mais adequada. Até porque lembro que ele Moreno fizeram boas partidas juntos no ano passado.

O fato é que começo a temer pelo pior.

Minha esperança, neste momento, é a estrela de Fábio Koff.

DEMISSÃO

Por falar no presidente multicampeão, ele calçou a chuteira e entrou em campo ao afastar um de seus assessores, que acusou Luxemburgo de ter vetado nomes como o de Lugano.

Mesmo sendo verdade, o que não duvido, não era o caso de mandar e-mail para tornar pública essa situação no momento em que o foco todo deveria estar unicamente em armar um time forte para superar a LDU.

O Grêmio precisa de um time poderoso é para esse confronto. Depois, poderá ser tarde.

Então, sem time forte e com um dirigente para tumultuar, só restou ao presidente afastar o assessor por falar demais e em hora imprópria.

Se Koff não age, ficaria mal com Luxemburgo.

Não acho que seja um bom momento para ficar mal com Luxemburgo.

Agora, o que leva um gremista de boa formação, economista e com especialização em marketing, a cometer uma tolice dessa?

Aliás, tem mais gente falando demais, causando temor, angústia e até pânico na torcida.

Futebol e a ansiedade dos torcedores

Há quem considere a ansiedade o mal do século, deste século, pra deixar bem claro. É que cada vez mais nos acostumamos a viver em velocidade. Se a internet demora alguns segundos para abrir parece que o mundo vai desabar. E as sinaleiras, ou semáforos, quando ficam com aqueles ‘intermináveis’ 30 segundos no sinal vermelho?

E a namorada que demora tanto pra atender o celular, o que estará fazendo? Às vezes é melhor nem saber…

No futebol, não é diferente. A temporada nem terminou e já tem torcedor querendo reforços. Não acredita que há um trabalho silencioso, nos bastidores, cauteloso, até para evitar concorrência maior.

O que eu ouvi de gente reclamando da direção do Grêmio é algo absurdo. Claro que em boa parte das reclamações havia um componente político. Onde está o craque do cofre?, cobravam com insistência, afirmando que o multicampeão – gosto de usar essa expressão porque sei que ela irrita alguns ansiosos -Fábio Koff praticou estelionato eleitoral.

Cobraram mais do Grêmio, porque é o único no Estado que tem uma competição realmente importante começando em seguidinha. Mas sobrou também para o Inter, que entrou agora num processo de desmanche para se recompor dentro de um padrão que certamente é ditado por Dunga.

Li hoje que William, um volante excelente que o Flamengo negociou porque ele havia sido afastado por Luxemburgo, deve ser contratado pelo Inter. Se não é especulação ou desejo, realmente é um reforço de qualidade para o lugar de Guinazu.

Tempos atrás li que o Grêmio queria o volante Adriano, do Santos. Outro jogador muito bom. Mas Muricy, que não é bobo, não libera.

Surge agora a chance de contratar Marcos Assunção, que não fica no Palmeiras. Ele viria pelo salário, algo em torno de 250 mil conforme se anuncia, um valor que sobe para 350 assim que ele pisar no Salgado Filho, suspeito eu. Quando ele chegar na Arena ou no Olímpico já estará passando dos 400 mil. Futebol é dinâmico.

Agora, melhor ainda é essa notícia de que Marquinhos, ex-Flu e atual Roma, está quase contratado. Está aí um meia de qualidade, um jogador eclético, natural de Passo Fundo. Tem 26 anos. É um bom alguém mais novo. Ele me lembra o Giuliano, mas posso estar enganado.

Falta um segundo atacante de qualidade. Sem contar um lateral-direito que resolve – Maicon – e pelo jeito também um lateral-esquerdo. Não levo fé no Fábio Aurélio, embora torça por ele.

O fato é que os ansiosos da praça, azuis ou vermelhos, estão ficando mais tranquilos, respirando mais pausadamente, coração em ritmo mais lento. Já não suam frio e cospem fogo.

Futebol é assim também, dinâmico, mas tem o seu tempo para as coisas acontecerem.

Como tudo na vida.

PÁGINA POLICIAL

O Clicrbs coloca como destaque em sua página mais um episódio envolvendo os tais líderes da torcida Geral.

Espero que o jornal Zero Hora de amanhã, que certamente vai dar pelo menos uma página ao assunto, coloque esse conteúdo na editoria de polícia.

Denúncia de invasão domiciliar seguida de agressão é matéria policial, não esportiva.

Eu penso que a Arena e o Grêmio não podem mais ser prejudicados com essa história que há muito tempo virou mesmo caso de polícia.

Guiñazu e os elefantes

Eu tenho alguns gostos secretos. Na verdade, nem tão secretos assim porque faz tempo escrevi sobre isso. Um deles em especial provoca risos e ares de espanto e incredulidade.

Eu gosto de Fanta uva. Pronto, falei.

Como é que alguém metido a cervejeiro e apreciador de vinho, de arroz com feijão e guisadinho, pode gostar de Fanta uva, que de uva não tem nada?

Explico: a Fanta uva me lembra a infância, me lembra a Grapette, não essa que vi tempos atrás em garrafa pet de dois litros, e da qual me afastei, me sentindo ofendido. Onde já se viu macularem a ‘minha’ Grapette banalizando-a em litrão.

Bebida em litrão só os outros refrigerantes. Nem cerveja em litrão eu curto. Quem faz cerveja boa não a despeja num litrão. Por isso, as minhas, que EU considero boas, s´em long e 600ml, que é um tamanho digno.

Agora, outro gosto secreto:

Eu gosto do Guiñazu.

Gosto desde o tempo do Libertad, pra onde ele retorna agora talvez como o elefante que se recolhe para morrer em paz, na solidão, ele e sua tromba.

Trabalhava no Correio do Povo quando conheci Guinazu vestindo a camisa do time paraguaio. Sugeri sua contratação pelo Grêmio. Chegou a haver um interesse, mas pra variar o pessoal do Grêmio vacilou e o Inter o contratou em 2007.

Gosto tanto do Guinazu que escrevi algumas vezes que ele deveria, logo ao entrar em campo, levar um cartão amarelo preventivo pelos carrinhos violentos que ele daria logo em seguida. E que esse amarelo fosse aplicado principalmente em Grenais, claro.

O Inter com Guinazu chegou a ser parecido com esse Grêmio guerreiro e indignado, que em certa época não aceitava a derrota e muito menos deixava de vencer um Gre-Nal quando o adversário estivesse com dois jogadores a menos.

Guinazu está em fim de carreira. Mesmo assim, eu gostaria de vê-lo vestindo a camisa tricolor. Nem que fosse apenas para enfrentar a LDU, o jogo-chave do ano para o Grêmio.

Eu sei que vão dizer que estou febril, delirando da mesma forma como o Luis Fernando Veríssimo, que revelou ter passado por delírios muito loucos enquanto esteve hospitalizado.

Até admito que possam ter razão a meu respeito, mas eu gostaria de ver Guinazu ao lado dos outros ‘velhinhos’ do time na campanha pelo tri da Libertadores.

Ao menos eu teria certeza de que a velha alma guerreira estaria de volta com Guinazu em campo.

Mas sem o cartão amarelo preventivo.

MAICON

Tenho escrito que o Grêmio deve contratar um grande lateral, em especial um direito, porque ainda há esperança que Fábio Aurélio vá finalmente jogar, e ele foi um grande jogador.

No programa Ganhando o Jogo, ontem, sexta-feira, na Guaíba, repeti que o Grêmio deveria contratar o Maicon.

Ele está no Manchester City, há meio ano. Louco pra voltar ao Brasil. Ele é amigo do Luxemburgo, com quem foi campeão pelo Cruzeiro em 2003 – é mais um daquele tempo vitorioso do técnico -, e mantém contato com Elano e Zé Roberto, que eu sei.

Maicon seria excelente por dois motivos: por ele em si, e porque colocaria Pará no seu devido lugar, o banco de reservas.

Repito, vendo os outros times se armando, o Grêmio só será campeão da Libertadores se formar uma espécie de seleção, nem que seja uma do passado.

Só falta agora o Grêmio perder Maicon para o Inter.

Campo dos sonhos e a seleção do passado

Quando vejo o time que Luxemburgo está montando, repleto de jogadores veteranos, lembro do filme Campo dos Sonhos.

Kevin Costner começa a ouvir uma voz repetindo “Se você construir, ele virá”.

Ele fica sem entender, mas aos poucos as coisas vão clareando e ele constrói um campo de baseball. Lá pelas tantas os grandes craques do passado, todos mortos, reaparecem nesse campo.

O Grêmio construiu o seu ‘campo dos sonhos’, a Arena, que, aliás, segue causando inveja e ranger de dentes.

Luxemburgo está cuidando de trazer os craques do passado, alguns nem tão craques assim, mas jogadores que tem duas características básicas, além da idade avançadinha: são vencedores e trabalharam com o técnico, contando, portanto, com sua total confiança.

Entre jogador jovem e mediano, prefiro veteranos vitoriosos, jogadores acostumados a grandes confrontos.

Se não é possível trazer, por exemplo, o Dedé, do Vasco, que venha mesmo o Cris, que já está no clube pronto para defender o tricolor.

O Cris que eu me lembro, de quase uma década atrás, me agrada. Zagueiro de imposição, que não brinca em serviço e quando mostra os dentes não é para sorrir.

Se vai dar certo? Ora, se Gilberto Silva e Zé Roberto corresponderam…

Entre tantas dúvidas, tenho uma certeza: o Grêmio para ser campeão da América, tri da América, terá de formar praticamente uma seleção, mesmo que seja uma do passado.

Claro que não seria um time como esse do filme, que no futebol teria jogadores como Gilmar, Djalma Santos, Bellini, Everaldo, Garrincha, Didi, Sócrates e por aí vai.

O do Grêmio que vai buscar o tri começa a ser formado, ainda falta muito para ser como um time dos sonhos.

Dentro dessa linha, observando o modus operandi de Luxemburgo, o time que irá enfrentar a LDU tem alguns titulares:

Dida, Cris, Fernando, Elano, Zé Roberto e Marcelo Moreno.

Até desconfio que ele não irá desafiar os astros e sacar Marcelo Grohe logo de cara. Mas…

Hoje o time tem apenas cinco jogadores em condições de enfrentar equipes fortes como Fluminense e Corinthians, que acaba de anunciar Alexandre Pato. É isso, quem tem dinheiro sobrando consegue contratar jovens e talentosos.

Então, para formar um time realmente competitivo, faltam dois laterais – Pará não tem condições para suportar esse desafio e Fábio Aurélio é uma incógnita -, um zagueiro – que até pode ser Werley, mas não para a estreia -, um volante – Souza ainda é dúvida – e um segundo atacante, que até pode ser Bertoglio, mas o ideal é que se contrate um atacante de ponta, uma solução, já que Kleber vai demorar a retornar.

Para a lateral-direita o Grêmio deveria tentar outro jogador do passado de Luxemburgo, o Maicon, que está louco pra deixar o Manchester United e vive trocando umas ideias com o Elano e o Zé Roberto.

O importante é passar a primeira fase, porque depois haverá mais tempo para realmente qualificar o time, inclusive com alternativas de bom nível.

O campo dos sonhos o Grêmio já tem, falta agora o time capaz de buscar o Tri.

Mas eu confio nos homens que estão comandando o clube. E não tenho pressa.

A FOTO

O blog do meu amigo RW, www.cornetadorw.blogspot.com, publicou uma foto histórica e que dá o que pensar.

Confiram: é a foto da apresentação de Falcão com toda a pompa como treinador colorado.

Daquele monte de gente, dirigentes e jogadores, só restaram dois:

o presidente do clube, Luigi, e o dono do vestiário, o D’Alessandro.

Parece aquele joguinho, o Resta Um.

O antepenúltimo a sair foi Bolívar, que assinou sua rescisão. Embolsou uma bela grana.

Continuo achando que ele poderia ser contratado pelo Grêmio.

É um zagueiro vencedor, com raízes gremistas, com a vantagem de ser mais jovem que o Cris.

Ah, continuo aguardando uma entrevista com o Bolívar nos moldes da realizada com Gabriel.

Gabriel e o homem de confiança de Luxa

Todo treinador tem direito de eleger alguns jogadores como seus homens de confiança.

O que não se pode aceitar são eventuais protegidos.

Tenho dúvidas se Pará é um homem de confiança de Vanderlei Luxemburgo ou um mero protegido.

Essa dúvida aumentou ao ler a entrevista de Gabriel publicada na Zero Hora deste 2 de janeiro.

Gabriel deixa claro que não conta com a simpatia do técnico. Relata, inclusive, que em terminada situação recebeu ordens para não subir muito e tentar o gol – Gabriel jogou poucas vezes e fez dois gols neste ano e chegou a ser lateral-goleador no Fluminense – porque isso, fazer gols, ficaria a cargo de Moreno e Kleber.

Sinceramente, torço para que Gabriel não esteja falando a verdade. A impressão que dá com esse relato, sendo verdadeiro, é que Luxemburgo não queria que Gabriel se destacasse, o que acabaria impedindo a escalação de Pará e outro seu indicado, o glorioso Tony.

Luxemburgo é um grande profissional. Não posso acreditar que ele seja capaz de uma atitude tão anti-ética e imoral.

Prefiro acreditar que Gabriel tenha pinçado uma frase mal posta dentro de uma situação específica de jogo/treino.

Por outro lado, tem o depoimento do Luís Henrique Benfica na rádio Gaúcha, hoje, no Sala de Redação, no qual ele conta que Gabriel era cobrado de forma muito exagerada por Luxemburgo logo em seus primeiros dias no Olímpico.

É preciso considerar, ainda, que Gabriel, mesmo com outros treinadores, não repetiu o desempenho do tempo de Renato (ah, curioso isso, um técnico tão criticado por uns ter conseguido fazer Gabriel e Douglas jogarem com vontade).  Então, não seria algo apenas relacionado a Luxemburgo, uma perseguição digamos assim.

Quem viu Gabriel jogar no tempo de Renato Portaluppi não consegue entender o que aconteceu com esse jogador. Com tanta carência de jogadores de qualidade para a posição, Gabriel – o de dois anos atrás -tem condições de ser titular em praticamente todos os grandes clubes. Inclusive no Inter.

No Grêmio não, porque no Grêmio o homem de confiança para a lateral-direita do treinador é Pará, que, apesar de contar com a admiração de um técnico tão renomado, não atraiu o interesse de nenhum outro clube.

Parece que só o Grêmio quer Pará.

Editorias de esportes: entre chutes e previsões

Semana passada, logo depois do Natal, recebo um torpedo: Lugano está acertado com o Grêmio. Já li esta frase há mais tempo e várias vezes, pensei, lembrando que eu mesmo a escrevi um ano atrás.

Deve ser mais uma especulação, um chute de algum repórter ansioso para dar um furo ou simplesmente manter um noticiário interessante -, refleti com os meus botões, meus melhores conselheiros.

Mas aí me liga outro gremista: Lugano está vindo, li agora no site do Uol.

Onde há fumaça há fogo, mas juro que não tentei conferir a ‘informação’. Até pode ser verdade, e é possível que a notícia acabe se confirmando, finalmente, mas se alguma coisa que eu conheço é o comportamento da imprensa futebolística em meio ao recesso e, principalmente, durante as festas de final de ano.

Há uma absurda carência de fatos. Quanto menos fatos, mais boatos.

Não é uma crítica aos velhos companheiros, porque eu mesmo já saí por aí com metralhadora giratória espalhando boatos – com algum fundamento – na esperança que virassem verdade.

Quantas vezes entrei na redação num primeiro dia do ano sem nada para escrever. Nenhuma notícia. É um período em que o torneio de juniores em SP vira notícia importante, por exemplo. Em meio à temporada alta, seria nota de rodapé.

Lá pelos anos 90, inventei um jeito de amenizar meu drama e passar ao leitor algum tipo de conteúdo que fugisse da boataria.

Como todos sabem, a virada de ano é propícia a todo tipo de previsão. Como sou astrólogo amador, ou apenas curioso na matéria, convenci um astrólogo que havia conhecido recentemente a fazer previsões sobre a dupla Gre-Nal a cada final de ano. Aqui um detalhe: fazer previsão a partir da data de fundação -nascimento- é complicado, porque é preciso saber também a hora aproximada e há ainda os dirigentes, os jogadores, etc.

Bruno topou o desafio, mesmo sem saber nada de futebol. Assim, no dia 2 ou 3 de cada ano o Correio do Povo passou a publicar as previsões na contracapa, com destaque, abertura de página. Um sucesso.

Bruno Vasconcelos apresentou elevado índice de acertos ao longo de uns 20 anos. A matéria deixou de ser publicada com o seu falecimento, há uns cinco anos.

Havia uns gaiatos que diziam que eu era o autor das previsões, e que Bruno não existia, mesmo com sua foto publicada muitas vezes.

Estou lembrando do meu amigo Bruno e suas previsões – algumas antológicas, como a de que a parceria Grêmio-ISL não daria certo, isso em meio à euforia de todos na época, e a previsão de que haveria um caso de doping no Grêmio num ano que não lembro agora, mas que realmente se confirmou, o caso Scheidt – muito por causa do Haroldo Santos, o Haroldinho, que abordou esse assunto durante um programa na Esportes FM, do grupo Band, do qual participei há uns dez dias ao lado também do José Aldo.

Com essas mal traçadas linhas quero aproveitar para homenagear todo esse pessoal que estará chegando às redações nas editorias de esporte com várias páginas em branco para preencher.

Felizmente, disso eu estou livre. Era estressante, mas também divertido por vezes.

Então, homenageando principalmente o Bruno Vasconcelos, um grande astrólogo, arrisco algumas previsões:

– o Inter vai receber propostas milionárias por Damião

– os argentinos do Inter serão os jogadores mais cobiçados do planeta

– Paulo Santana vai continuar atacando Marcelo Grohe

– D’Alessandro vai prometer amor eterno ao Inter

– Luxemburgo, depois de quase uma década, vai conquistar um grande título

– Felipão vai brigar com a imprensa, mas será amigo da Globo

– Bolívar vai continuar no Inter

– Dunga vai comemorar um título com certeza: o Gauchão

– Com o título, Dunga terá seu nome indicado para o Barcelona por setores da imprensa gaudéria

– Lugano será contratado pelo Grêmio. Em 2015, 2016…

Como vocês perceberam, tem algumas brincadeiras aí, mas agora vai uma previsão fundamentada nos meus conhecimentos dos astros, que aperfeiçoei com o Bruno:

– Grêmio será tri da Libertadores, mas não com Luxemburgo.

Feliz 2013 a todos!