Há quem duvide da existência da alma, parte imaterial do ser humano que é capaz de sentir e pensar, e que, segundo algumas religiões, é imortal.
Eu acredito na alma, tanto que a lavei esta noite na coruscante – para usar uma palavra que tenho lido na ZH – goleada por 4 a 1 sobre o Caracas.
Uma vitória de lavar a alma.
Depois da frustrante atuação contra o Huachipato, duas goleadas seguidas.
Mais importante que as goleadas, são as atuações. O Grêmio teve atuações seguras, convincentes, entusiasmadoras contra o Fluminense e agora contra o Caracas, que venceu o Huachipato, que venceu o Grêmio em plena Arena.
Então, antes que secadores e invejosos se manifestem, quero dizer que o Caracas não é uma grande time, mas também não é nenhuma desgraceira.
O Grêmio foi tão bem que é difícil escolher o melhor em campo e mais difícil ainda é decidir quem merece menos que uma nota 7. O time todo foi bem, resultado do tempo destinado a treinamentos, do entrosamento que aumenta e da confiança que cresce.
Num ambiente assim até Pará se transforma. Foi dele o lance que redimiu Zé Roberto de ter perdido dois gols feitos, ambos em jogadas de Vargas, que o deixou de frente para o gol.
Meu melhor jogador em campo são cinco, não pela ordem:
Werley, que participou do primeiro gol e fez o segundo;
Fernando, que ganhou mais moral com a convocação e justificou plenamente sua presença na Seleção;
Elano, que voltou a jogar bem, marcando, lançando, criando e calando mais uma vez alguns corneteiros que implicam com seu futebol por falta do que fazer ou por rabugice mesmo;
Zé Roberto, que, apesar de ter perdido dois gols na cara do goleiro, foi mais uma vez fundamental – só espero que Felipão não tenha visto esse jogo; e
Vargas, que dessa vez, com dribles, retenção de bola no tempo certo e passes precisos, conseguiu ser melhor do que Barcos.
Os demais jogadores estiveram também em alto nível. O André Santos joga demais. É difícil entender por que Dunga, que tem “excelentes serviços prestados à seleção”, segundo um integrante do TJD gaúcho, preferiu Michel Bastos a André Santos na Copa do Mundo.
Por fim, é obrigatório registrar que foi uma vitória incomum para o Grêmio: sem sofrimento.