Quando a ideia da Arena foi lançada e ganhou corpo eu trabalhava no Correio do Povo.
Na mesma época, se não me engano logo depois, o Inter discutiu de colocar o Beira-Rio abaixo e erguer novo estádio, uma Arena.
O Inter optou pela reforma. O Grêmio seguiu em frente.
Já naquele momento surgiram manifestações contrárias ao projeto. Manifestações oriundas de várias vertentes, tanto azuis como vermelhas. Algumas porque queria a Arena no Olímpico, outras simplesmente por inveja e ciúme, e isso tanto de gremistas como de colorados. Principalmente de colorados.
Pensei que com o passar do tempo, com a obra nascendo no banhadão do Humaitá – que é como eu chamava o local porque sempre achei que o melhor lugar seria a área onde está o Olímpico – os gritos contrários se transformariam em murmúrios e depois… Silêncio.
Ledo engano. Ou engano do Ledo.
Quanto mais a obra se erguia rumo ao céu azul de Porto Alegre, iluminando a paisagem da cidade e atraindo olhares dos motoristas que passavam ao lado, mais se avolumava o coro dos invejosos e dos despeitados.
É claro que nem todas as vozes eram movidas por sentimentos tão baixos. Havia aqueles que percebiam no projeto uma série de questões que poderiam complicar a vida do Grêmio.
Mas até esses, os críticos do bem, foram jogados no saco onde rangiam os dentes os invejosos, os secadores, independente de serem gremistas ou colorados, ou ainda filhos de uma alface com um repolho, quer dizer, nem gremistas nem colorados como garantem que são alguns cronistas esportivos.
Entre esses críticos, gente que queria ver o circo pegar fogo; além de um pessoal que realmente apenas queria alertar visando o melhor para o clube.
Como se não bastasse tanta energia negativa irradiada para a Arena, logo vieram as forças públicas. Entidades que enxergavam na Arena eleita a melhor de 2012 no mundo defeitos que desprezavam – e seguem desprezando – em outros estádios, prédios públicos, etc.
Com a inauguração precipitada, os Inimigos Raivosos da Arena ganharam fôlego para continuar no combate à majestosa nova casa do Grêmio.
A briga entre ‘gremistas’ na inauguração foi um deleite para os Inimigos Raivosos da Arena – doravante chamados de IRA. O incidente, insignificante diante da grandeza do espetáculo e da relevância histórica do momento, ocupou largos e generosos espaços na mídia.
A cereja do bolo foi a avalanche que derrubou a proteção fajuta erguida pela empreiteira e feriu alguns torcedores. Teve gente que deve ter alcançado um orgasmo triplo, ou múltiplos orgasmos, embora eu mesmo nunca tenha chegando a esse estágio na minha vida.
Assim vai a Arena, aos trancos e barrancos, sobrevivendo aos secadores, aos invejosos, aos rancorosos.
Lutando ainda contra os representantes de órgãos públicos que aplicam na Arena em suas incursões fiscalizatórias um rigor que não se percebe em outros locais públicos.
Não satisfeitos, exigem na Arena o que permitem que ocorra em outros estádios de futebol, como a instalação de cadeiras em todos os locais, mesmo sabendo que em muitos dos mais modernos estádios de futebol do mundo há espaço para que torcedores fiquem em pé.
Seria difícil explicar tudo isso se não estivéssemos no Rio Grande do Sul. Terra onde as coisas mais estranhas e absurdas acontecem em função, muitas vezes, de uma rivalidade que chega a ser doentia.
A Arena, o novo cartão postal de Porto Alegre, em outro Estado seria festejada por todos.
Aqui, é vítima de permanente ação danosa do IRA. Até quando?
A PROPÓSITO…
Essa é a instituição que exige cadeiras em toda a Arena: