A Grande Esperança Vermelha

É comovente o apreço cada vez maior dos colorados por Ronaldinho G.

Ídolo colorado desde a rasteira que aplicou no Grêmio no alvorecer deste século, o guri que quase enlouqueceu Dunga num Gre-Nal com dribles desconcertantes só ficou em baixa entre os colorados na decisão do mundial de clubes, porque havia temor do que ele seria capaz de fazer. Bastaram 90 minutos para que a idolatria voltasse.

Sua atuação bisonha – conseguiu ser anulado por Ceará – no jogo que eternizou Gabirú na história do Inter só fez aumentar seu prestígio com a metade vermelha do Rio Grande.

Agora, com o Atlético Mineiro despontando como o melhor time da América do Sul, Ronaldinho G., apontado como a estrela mais reluzente na Libertadores, é festejado por gente que ocupa microfones e páginas de jornal. Gente que não enrubesce ao afirmar que Ronaldinho G. é injustiçado em razão daquele episódio que o colocou no posto mais alto do pódio dos inimigos da torcida gremista. Os mesmos analistas consideram que também durante a lamentável negociação para sua volta ele não teve qualquer responsabilidade. Seria, portanto, um inocente, uma vítima das circunstâncias.

No fundo, mas nem tão no fundo assim, está claro que o Atlético e Ronaldinho G, são a grande esperança daqueles que torcem para que o Grêmio afunde na Libertadores.

Mesmo que o Grêmio não esteja bem, eles, os secadores, reconhecem que o time tem jogadores de alto nível e um treinador vitorioso, e que a qualquer momento pode ‘dar liga’.

A vitória sobre o Santa Fé, jogando boa parte com um jogador a menos, foi preocupante para metade do Rio Grande.

Os colorados estão inquietos, talvez até mais que os gremistas.

Afinal, se o Grêmio passar pelo time colombiano, pode acontecer que as coisas enfim se ajustem e o time embale rumo ao tri da América.

A preocupação aumentou com a classificação do Real Garcilasoper, que, pelo que se viu contra o Nacional, pratica um futebol modesto, de pouca técnica, baseado no esforço.

Então, o caminho para chegar às quartas da competição não é tão áspero. E aí, meus amigos, restarão apenas dois adversários a serem superados para colocar a mão no troféu.

Entre eles, provavelmente, a ‘Grande Esperança Vermelha’: o Atlético Mineiro, o que só pode ocorrer na decisão.

E aí veremos aumentar vertiginosamente no RS o fã-clube de Ronaldinho G e as vendas das camisas do clube mineiro, todas, é claro, com o nome do ‘incompreendido e injustiçado’ jogador que o Grêmio lançou para o mundo.

ROUPA SUJA

Seguidamente há informações na mídia de que o Grêmio está deficitário. Bem, não lembro o ano em que não esteve. Leio que alguns gremistas reclamam da imprensa que só vê o Grêmio com dificuldades financeiras. Esquecem do Inter.

Quero dizer que não há parcialidade da imprensa ao menos nesse aspecto.

É óbvio que o Inter também está ‘matando cachorro a grito e jacaré à botinada’. A última esperança para equilibrar um pouco as finanças é negociar Damião.

A questão é que, ao contrário do Grêmio, não aparecem conselheiros ou dirigentes para vazar o que é discutido e revelado nas reuniões do Conselho Deliberativo e nos corredores do Olímpico.

O Grêmio hoje é o que o Inter foi nas décadas de 80 e 90 e início deste século.

Uma enorme lavanderia pública de roupa suja.

O exótico Gauchão de 2013

O Gauchão entra para a história como o mais exótico de todos os tempos.

Aconteceu de tudo. Só faltou dançar homem com homem e mulher com mulher. Ou não faltou?

Aquele abraço forte de um juiz no D’Alessandro pra impedir que o baixinho invocado se metesse numa briga –  e acabasse expulso – até pareceu uma tipo de dança.

Não tem nada a ver, mas isso me faz lembrar o Luxemburgo, que gosta de fazer gracinha como se viu no Chile. Em 2006, Santos 1 x 3 São Paulo, Luxemburgo brincou que estava sendo paquerado por um juiz, Rodrigo Cintra. “O juiz apitava e olhava pra mim em toda a falta que marcava. Ele não parava de olhar. Eu não sou veado. Talvez seja pela minha camisa rosa”, disse o atual técnico do Grêmio após a derrota.

Resultado: indenização de 50 mil reais. Não faz nem cosquinha (cócegas pra quem não conhece essa palavra dos tempos dos meus avós) no bolso dele. Mas que incomoda, incomoda.

Feito esse aparte nada a ver, volto ao exotismo do Gauchão.

Para começar, é inaceitável que a FGF não tenha tomado o cuidado de marcar ao menos um jogo do campeonato num domingo à tarde, ou sábado, no estádio mais majestoso e imponente da América Latina e que está alojado em território sob sua jurisdição.

Tenho dificuldade para entender por que o Grêmio só jogou à noite em sua Arena quando o certo era a FGF privilegiar o local até como jogada de marketing desse campeonato que, apesar do marketing e da grana da televisão, continua sendo uma caravana da miséria.

Só o grande Lupicínio Rodrigues – em seu clássico Nervos de Aço – talvez possa explicar o sentimento do presidente da FGF – e muitos outros da praça – diante da Arena:

“Eu não sei se o que trago no peito. É ciúme, é despeito, amizade ou horror. Eu só sei é que quando a vejo. Me dá um desejo de morte ou de dor”.

Mas a coisa não termina aí. Vamos pra dentro de campo:

– o técnico Dunga reclama acintosamente da arbitragem, é expulso, insinua que existe armação contra ele, e recebe de ‘punição’ o pagamento de cestas básicas – algo inusitado nesse campeonato marcado pelo exotismo.

– em outro jogo, D’Alessandro se mete em confusão, e isso nada tem de inusitado, e é salvo pelo juiz do jogo, que decidiu abraçar o argentino para impedir uma provável troca de socos, pontapés, etc. Quer dizer, o juiz, sem querer, claro, evitou assim que fosse obrigado a expulsar o novo líder do vestiário colorado.

Infelizmente, para D’Alessandro e o Inter, acima do Mampituba não existe essa camaradagem. Em seu primeiro jogo fora do RS, D’Alessandro foi expulso depois de trocar ‘afagos’ com um jogador de um poderoso time acreano. Aqui, passou o campeonato todo sem um cartão vermelho sequer, embora tenha feito por merecer.

– Por falar em cartão vermelho, o Inter disputou todo o campeonato sem que um jogador seu fosse expulso – já seus adversários não tiveram a mesma sorte.

Imagino que seja um recorde, talvez mundial. Penso até que seja o caso de inscrever essa façanha no Guiness. Sugiro, ainda, que o Inter exija o troféu fair play da federação amiga.

– Quando eu penso que com o apito final em Caxias do Sul no clássico Inter x Juventude o Gauchão mais excêntrico de todos os tempos acabou, eis que surge a notícia de que o lateral Gabriel não assinou a súmula.

E tudo indica que vai ficar por isso mesmo.

Nada que mais uma cesta básica não resolva…

Inter campeão: estava escrito…

Estava escrito no regulamento, digo, nas estrelas. O título do Gauchão estava reservado para o Inter.

Na semana passada, com a eliminação do Grêmio pelo Juventude com uma mãozinha da arbitragem e uma mãozona anterior do técnico Luxemburgo, ficou ainda mais nítido no mapa astral colorado que o título ficaria com Dunga e seus comandados.

Hoje, mais uma vez houve participação importante da arbitragem.

A Federação não escalou os ‘suspeitos de sempre’. Mandou a campo o Márcio Chagas, que de tanto ser acusado de gremista acabou prejudicando o Juventude ao anular gol legítimo ainda no primeiro tempo.

Quem me acompanha sabe que desde o início da competição venho dizendo que Dunga condicionava descaradamente a arbitragem, reclamando até quando seu time vencia, sugerindo uma isenção na crítica. Na verdade, uma estratégia.

Não vou me preocupar em conferir, mas duvido que tenha algum time no campeonato mais beneficiado que o Inter, por exemplo, em número de expulsões do adversário. Se não me engano, são oito.

Depois de tanto reclamar, Dunga viu D’Alessandro desfilar pelos gramados sem sequer ser tocado pelos marcadores.

No jogo de hoje, uma decisão para o Juventude, o argentino, maestro e agora líder positivo do vestiário – até pouco tempo ele era acusado de ter derrubado Tite – não sofreu uma falta sequer. Nem com sopro.

Agora, não tenho a menor dúvida de que o Inter seria campeão, mesmo que fosse validado o gol do Juventude, que até teve bons momentos no jogo pela vontade de seus jogadores.

Mas da metade do segundo tempo em diante, só deu Inter. O goleiro Fernando fez grandes defesas.

Para sorte do Juventude, Damião havia saído por lesão, imagino que estiramento.

Em seu lugar, entrou Caio, um atacante rápido e… baixinho. Pois em dois lances Caio poderia ter decidido o jogo de cabeça, mas faltou-lhe a altura do titular Damião.

Nos pênaltis, o Juventude quase chegou lá. Mas lá aonde? Para onde iria o Juventude? Buscaria o título? Não, no máximo teria mais dois jogos para o técnico Lisca fazer caretas à beira do gramado e seu time se esgarçar em campo sabendo que acabaria sucumbindo diante do clube de maior porte, melhor time, melhor grupo e com um treinador que sabe os caminhos que levam ao título do campeonato arquitetado pelo sr. Noveletto.

Dunga é campeão em sua primeira investida como treinador de clube. É justo reconhecer que seu time está bem armado. Portanto, mérito do técnico também aí.

Faltam, claro, desafios maiores para avaliar o real potencial colorado.

Já o Grêmio, que abriu mão do campeonato na hora errada – na fase final do primeiro turno -, só tem uma maneira de compensar sua torcida: seguir em frente na Libertadores.

LAJEADENSE

Como lembra bem o Gunther Meyer, direto dos EUA,  o Lajeadense comemora o título de vice campeão e a classificação para disputar a Copa do Brasil de 2014.
Quem diria, hein Gunther? Hein Ricardo, nós na Copa do Brasil…

Os catastrofistas, os achistas e os pipoqueiros

O Grêmio vence o Santa Fé, segundo time de melhor campanha na fase anterior, superado apenas pelo festejadíssimo Atlético Mineiro, e o sujeito entra no clicrbs poucas horas depois da grande vitória e encontra uma matéria sobre o Bertoglio, que seria injustiçado, que não tem lesão e poderia jogar, etc.

Até acho que Bertoglio deveria estar inscrito no grupo da Libertadores, de preferência no lugar do carimbador de bola. Mas uma matéria como essa não caberia naquele momento, e sim antes, quando a lista de Libertadores estava sendo fechada.

Também na manhã seguinte ao jogo, na quinta-feira, portanto, está lá o meu amigo Reche no programa do Mendelski levantando mais uma questão contra a Arena, isso poucas horas depois da vitória sobre o forte time colombiano. Ignorou solenemente o jogo.

Na Zero Hoje de hoje, o colunista Diogo Olivier comenta sobre o problema de encontrar comida na Arena, destacando o quanto é difícil, por exemplo, encontrar pipoca. Quer dizer, não tem mais o gramado para falar, nenhuma briga ou confusão para registrar, vamos ver o que tem de ruim. Ah, tem a falta de pipoca.

Assim fica difícil. O meu amigo Ricardo Worthman, o cara do ‘cornetadorw’ me telefonou hoje comentando essas coisas. “Estou comprando uma passagem de ida sem volta para a Tanzânia, não dá pra aguentar. Esse pessoal está sempre procurando algo pra atingir o Grêmio”.

Aí, pra deixar o RW mais louco recomendei a leitura do HM no CP, no qual o colunista diz que há boatos de que Koff iria renunciar e que a OAS poderia alugar a Arena para o Inter no Brasileirão. O Ricardo quase surtou. Acho que chamaram o Samu pra ele.

Por fim, os catastrofistas de plantão dizem que o resultado de 2 a 1 no jogo de ida é muito perigoso. Que vencer por um gol de diferença é terrível. É claro que é perigoso, mas não tanto assim como eles querem fazer parecer. O ideal seria vencer por uns 3 ou 4 gols, e quem pode dizer que isso não aconteceria se o Cris ‘bomba-relógio’ não fizesse aquele pênalti?

Pois o botequeiro Klessius Berlt acaba com os achismos e traz a realidade dos números.

Confiram o que ele mandou depois de ficar irritado com os achistas:

“Eis que curioso, resolvo analisar os últimos resultados da libertadores de 2008 a 2012.

2008-2012:
Número de vezes que o time da casa venceu a primeira por um gol de diferença:
19
2×1 (8)
1×0 (11)

Número de vezes que o time da casa venceu a primeira por um gol de diferença e se classificou:
15 = 78,94% das vezes
2×1 (5) = 62,5% das vezes
1×0 (10) = 90,91% das vezes

Analisando esses números (obtidos em 10 min de pesquisa) gostaria de saber como é possível um jornalista alegar que:
“Raramente, obtém a classificação, quem vence em casa pela diferença de um gol…”
??

É pedir demais que os jornalistas busquem informação que suporte as suas alegações? Já passamos da época dos Achismos, estamos na era da informação.”.

GAUCHÃO

Domingo, no Centenário, o Inter sacramenta a conquista do título. Ou alguém acredita que o Juventude do técnico Lisca vai impedir que o Inter do técnico Dunga ganhe também o segundo turno?

BALTAZAR

Trinta e dois anos atrás eu tive uma das maiores alegrias no futebol. Depois de anos de puro sofrimento, Grêmio campeão brasileiro de 1981. Eu era setorista do Grêmio na época e acho que ajudei nessa conquista. Mas esta é outra história.

O que não dá pra esquecer é a campanha contra Baltazar feita pelo colunista Paulo Sant’Ana, já muito lido e considerado.

Baltazar sempre dizia: Deus está guardando algo melhor pra mim.

Ele nunca disse uma palavra sequer contra o colunista.

Sua resposta feio naquele inesquecível 3 de maio de 1981 com um gol maravilhoso.

Um gol que se dependesse do colunista não teria acontecido.

Grêmio devolve a esperança, apesar de Cris

Libertadores é sinônimo de sofrimento.

Foi sofrido, mas o Grêmio venceu. E isso é o que importa. Não foi a vitória dos sonhos, mas a noite se encaminhava para um pesadelo daqueles com vampiros insaciáveis, monstros tenebrosos, assassinos com serra elétrica e, o mais assustador de todos, o leão do Imposto de Renda.

E tudo por culpa de um cidadão chamado Cris. Esse zagueiro, contratado por sua experiência e liderança na área, comprometeu desde o início do jogo. Antes de levar o primeiro amarelo por uma série de faltas típicas de quem sempre chega atrasado e quer matar a jogada, eu cantei a pedra: vai levar o amarelo em seguida e depois vai ser expulso.

Não deu outra. No intervalo postei um twitter dizendo que ter um zagueiro como Cris é como guardar uma caixa de dinamite no porão da casa.

Contra o Fluminense foi aquele fiasco. Hoje, com o Grêmio jogando bem, nada de extraordinário, mas controlando o adversário, ele cometeu um pênalti ridículo. O colombiano saiu um quilômetro atrás e chegou antes da bola, numa jogada em que caberia ao zagueiro apenas cercar, nunca matar a jogada.

Quando eu vejo um jogador com tamanha experiência fazer o que Cris fez hoje e, principalmente, o que fez contra o Fluminense, minha mente poluída logo lembra coisas como a máfia das apostas, hoje uma ‘instituição’ disseminada em todo o planeta. No caso de Cris, porém, deve mesmo ser só ruindade, perna de pau, nada que um Jimo cupim não resolva.

O melhor que o Grêmio tem a fazer agora é deixar esse jogador treinando ou, se possível, rescindir o contrato. Mas nunca mais deixá-lo vestir a camisa do clube, mesmo que fique pagando seu salário até o fim do contrato

Apesar de tudo, levar o gol no pênalti – Dida continua sem defender unzinho sequer – e ainda jogar quase todo o segundo tempo com um jogador a menos, o Grêmio venceu.

Foi 2 a 1, o adversário fez um gol fora, mas com Elano e Zé Roberto, e, principalmente, sem Cris, o Grêmio tem todas as condições de arrancar um empate na Colômbia.

O Santa Fé é bom, não tem estrelas, grandes individualidades, mas é um time muito bem armado, estruturado. Não é por nada que estava invicto até encarar o Grêmio, fato que não está sendo devidamente valorizado pela mídia. O time colombiano é o segundo de melhor campanha na fase anterior.

Portanto, é uma vitória que deve ser festejada. Poderia ser mais tranquila, mas a Libertadores é assim: sinônimo de sofrimento.

DESTAQUES

Fernando foi o grande nome do jogo. Além do gol, um belo gol, ele foi o dono do meio campo, coadjuvado em alto nível por Souza. Nota 9 para os dois.

Todos os jogadores foram bem, com exceção de Cris, que, repito, desde o começo comprometeu.

Elano retornou em grande estilo, apesar de ter ficado fora quase um mês.

Gostei da entrada de Biteco quase no final. O guri entrou com vontade, com personalidade. Ele deu mais velocidade ao time, e isso está faltando.

Vargas teve atuação muito boa. Barcos ficou um pouco abaixo.

Embora André Santos tenha correspondido, sem brilho, mas foi bem, o time sentiu a falta de ZÉ Roberto. Também por isso a vitória deve ser valorizada como um grande passo rumo à classificação.