Dunga precisa de um Dunga pra dormir com ele na concentração.
Segundo alguns especialistas esportivos, Romário só jogou o que jogou na conquista do tetra mundial porque dividiu o mesmo quarto com Dunga. Acreditem, há quem pense assim.
Dunga teria controlado o ímpeto festivo do baixinho. Falta, agora mais do que nunca, alguém para controlar o ímpeto belicoso, a mania persecutória de técnico colorado.
No Gauchão, ele denunciou uma armação da arbitragem contra ele. Isso logo nas primeiras rodadas.
O resultado concreto, objetivo e cristalino é que o Inter terminou o campeonato sem um jogador sequer com cartão vermelho.
Quer dizer, ao invés de punição, premiação. Para ser justo diante da injustiça lembro que Dunga foi ‘agraciado’ pelo tribunal esportivo da Federação Noveletiana de Futebol com o pagamento de cestas básicas. Uma penalização ridícula diante da gravidade do caso.
Dunga, é notório e inquestionável, tem uma relação marcada pelo conflito com a imprensa em geral, e com razão diante do que sofreu até sua redenção como capitão da seleção do tetra.
Dunga não consegue superar o trauma. Ele se esforça, mas está sempre com um pé atrás e com pedras nas mãos quando se depara – ou no caso enfrenta – com jornalistas.
Ao insinuar que o jovem repórter Rodrigo Oliveira, que recentemente trocou a Guaíba pela Gaúcha, estaria recebendo ‘presente’ para questionar por que Datolo não recebia uma chance no time titular, com o técnico preferindo improvisar um lateral no meio em vez de aproveitar o argentino.
O questionamento era e é mais do que oportuno, especialmente pela imagem positiva que Datolo tem entre os colorados e boa parte da mídia esportiva.
Talvez por não ter uma resposta razoável. Aí, partiu para a agressão, levantando uma suspeição descabida.
A ACEG, Associação dos Cronistas Esportivas, emitiu nota repudiando a atitude virulenta. Penso que o caso requer uma ação mais forte, uma interpelação judicial, no mínimo. Inclusive do próprio repórter e da empresa em que trabalha.
Se Dunga tem conhecimento de jornalista que aceite ‘presentinhos’ de jogadores, técnicos e/ou dirigentes, que revele os nomes.
Servirá como uma catarse para ele.
TESE
Esse episódio lamentável me faz suspeitar que Dunga está querendo criar um ‘clima’ para justificar um fracasso que ele estaria pressentindo ser inevitável diante da falta de reforços e da qualidade discutível da equipe em algumas posições.
Ao contrário de Luxemburgo, que jamais pediria demissão, Dunga, orgulhoso e preocupado com sua imagem vencedora, é capaz de pedir as contas se não tiver uma equipe realmente competitiva.
RENATO
O jogo contra o Atlético Paranaense marca a estreia de Renato.
Não tenho dúvida de que o time vai jogar mais. O ambiente ficou mais arejado. Percebo um certo alívio no ar.
Os jogadores pareciam entrar em campo com um peso nas costas, de cara amarrada.
Não havia alegria no futebol que jogavam.
Eram burocratas da bola – com uma ou outra exceção – batendo o cartão ponto na entrada e na saída de campo.
Futebol, antes de tudo, é alegria, felicidade.
Penso que Renato é capaz de fazer o time jogar com a leveza de quem disputa um futevôlei em Ipanema, mas também com a responsabilidade de honrar a história e a tradição do Grêmio.