Posso estar vendo demais, mas o Grêmio que vi bater o Botafogo já apresenta alguma evolução. Não muita, mas o suficiente para dar um pouco mais de esperança de uma campanha boa no campeonato brasileiro e, o que mais importa a curto prazo, brigar pelo título da Copa do Brasil.
Já o Inter, que venceu o Fluminense sábado, mostrou um futebol que, a ser mantido, desmente minha previsão de que irá disputar no máxima uma vaga na sul-americana. Se continuar assim – e aí méritos de Dunga -, pode ambicionar um lugar no topo de cima da tabela, apesar do problema com o seu estádio.
Sobre o título brasileiro, está totalmente em aberto. Eu não levava fé nesse Botafogo, mas pelo que vi na Arena o time do Seedorf – um espetáculo de jogador – está na páreo também.
Meus favoritos, contudo, são Corinthians e Atlético Mineiro. O Fluminense é outro bem cotado, apesar da derrota por 3 a 2. O Fluminense cometeu erros que dificilmente comete, uma atrasada de bola infeliz e uma falha incrível do grande goleiro Cavalieri. Bom para o Inter, que aproveitou e somou 3 pontos fora de casa e diante de um adversário dos mais poderosos do campeonato.
Sobre o Grêmio, que finalmente conseguiu jogar num domingo à tarde em sua casa, gostei acima de tudo da determinação para buscar os gols e depois para garantir o resultado, sem perder ofensividade. É certo que ainda falta mais qualidade e criatividade na frente, mas o time dessa vez chegou mais do que em jogos anteriores.
No lance do primeiro gol, destaque para Alex Teles, que foi ao fundo – como raramente aconteceu desde sua chegada – e cruzou para Vargas fazer um belo gol. Seedorf, em jogada maravilhosa, marcou um golaço, um chute preciso, tirando do goleiro.
O gol da vitória foi legítimo. Ouvi um comentarista afirmar que Kleber, impedido no lance, desviou a atenção do goleiro do Botafogo e por isso o gol deveria ser anulado. Estaria certo, portanto, o bandeirinha. Não vou nem comentar algo tão absurdo. Parece – só parece – opinião de quem secava o Grêmio, e/ou Renato.
O segundo tempo foi de absoluta tensão. O Grêmio chegou com algum perigo, mas quem esteve mais próximo de marcar foi o Botafogo, sempre com jogadas organizadas por Seedorf.
O sistema defensivo do Grêmio mais uma vez comportou-se bem. Destaque para a linha de quatro, em especial Werley. Adriano, um tanto afoito no primeiro tempo, ficou mais tranquilo e fez desarmes importantes, assim como Souza. Zé Roberto e Elano ajudaram na marcação e tentaram armar.
Na frente, gostei do empenho de Kleber e de alguns lances dele. Vargas mostrou que pode ser um matador. Teve duas chances, fez dois gols.
Como disse Renato, o momento não é de querer um Grêmio jogando um futebol de encher os olhos, mas de somar pontos. Assim o time avança na tabela e ganha mais confiança e moral para crescer.
E, ainda como disse Renato, se vier algum reforço para qualificar, será bem-vindo.
CRIS
Cris foi vaiado ao entrar no minuto final. Por um lado, é ruim vaiar um jogador do Grêmio prestes a entrar. Por outro, é bom, porque mostra que o melhor pra ele é buscar outro clube.
Cris ficou um minuto ou dois em campo. Em sua única participação ele entrou com força demasiada num lance frontal a poucos metros da área. Acho até que cometeu falta. Imaginem se o juiz marca falta nesse lance. Terror.