A herança de Luxemburgo

Enfrentar o Atlético Paranaense em Curitiba sempre foi muito difícil. Sábado, na estreia de Renato, isso ficou confirmado. Assim, o 1 a 1, ainda mais depois de sair perdendo, é um bom resultado.

O que preocupa é que o time mais uma vez jogou mal.

Ainda foi o time de Luxemburgo que estava em campo. Nunca pensei que fosse escrever o que pensei no decorrer do jogo ao ver o estreante Moisés na lateral-direita.

Que saudade do Pará! Se a gente quer manter um jogador mediano de titular indefinidamente, contrate jogadores piores que ele. E assim vai Pará se eternizando, e eu sentindo a sua falta.

É claro que é pouco para julgar mais esse jogador oriundo do Juventude, mas pelo que vi sábado ele não tem condições de disputar posição com Pará. Dizem que ele se dá melhor como volante, vamos ver e torcer para que seja verdade.

É importante destacar que a linha de defensores do Grêmio é muito jovem. Jovem demais. O mais experiente é Werley, que é quase um bebê perto de Cris, que entrou no finalzinho e me causou calafrio.

Pois essa defesa saiu-se satisfatoriamente. Mesmo jogando em casa, o Atlético teve poucas chances de gol, ainda mais mais que o Grêmio, e isso é outra coisa preocupante.

No gol do Atlético vi um descuido de marcação envolvendo Moisés e o meio de campo. Depois, Barcos, lembrando Renato contra o Hamburgo, cortou pra dentro e chutou forte cruzado com o pé esquerdo, golaço.

O empate foi bom, a atuação é que realmente ficou a desejar, mas nada que Renato não possa resolver.

A herança de Luxemburgo é pesada.

JOGAÇO

O Inter fez a sua parte: venceu em casa. Foi sempre superior ao Vasco, um time à beira do abismo, e venceu com autoridade. Levou um susto, mas teve tranquilidade e personalidade para seguir martelando. A vitória por 5 a 3 foi um prêmio ao Inter.

Começo a acreditar que o Inter vai mesmo conquistar uma vaga na Sul-Americana.

O ruim para os colorados é que Damião deve mesmo ser vendido. O técnico Dunga está inconsolável. “Não estou preparado para perder Damião, e o presidente está?”, questionou Dunga, mostrando sua insatisfação.

Um Dunga para dormir com Dunga

Dunga precisa de um Dunga pra dormir com ele na concentração.

Segundo alguns especialistas esportivos, Romário só jogou o que jogou na conquista do tetra mundial porque dividiu o mesmo quarto com Dunga. Acreditem, há quem pense assim.

Dunga teria controlado o ímpeto festivo do baixinho. Falta, agora mais do que nunca, alguém para controlar o ímpeto belicoso, a mania persecutória de técnico colorado.

No Gauchão, ele denunciou uma armação da arbitragem contra ele. Isso logo nas primeiras rodadas.

O resultado concreto, objetivo e cristalino é que o Inter terminou o campeonato sem um jogador sequer com cartão vermelho.

Quer dizer, ao invés de punição, premiação. Para ser justo diante da injustiça lembro que Dunga foi ‘agraciado’ pelo tribunal esportivo da Federação Noveletiana de Futebol com o pagamento de cestas básicas. Uma penalização ridícula diante da gravidade do caso.

Dunga, é notório e inquestionável, tem uma relação marcada pelo conflito com a imprensa em geral, e com razão diante do que sofreu até sua redenção como capitão da seleção do tetra.

Dunga não consegue superar o trauma. Ele se esforça, mas está sempre com um pé atrás e com pedras nas mãos quando se depara – ou no caso enfrenta – com jornalistas.

Ao insinuar que o jovem repórter Rodrigo Oliveira, que recentemente trocou a Guaíba pela Gaúcha, estaria recebendo ‘presente’ para questionar por que Datolo não recebia uma chance no time titular, com o técnico preferindo improvisar um lateral no meio em vez de aproveitar o argentino.

O questionamento era e é mais do que oportuno, especialmente pela imagem positiva que Datolo tem entre os colorados e boa parte da mídia esportiva.

Talvez por não ter uma resposta razoável. Aí, partiu para a agressão, levantando uma suspeição descabida.

A ACEG, Associação dos Cronistas Esportivas, emitiu nota repudiando a atitude virulenta. Penso que o caso requer uma ação mais forte, uma interpelação judicial, no mínimo. Inclusive do próprio repórter e da empresa em que trabalha.

Se Dunga tem conhecimento de jornalista que aceite ‘presentinhos’ de jogadores, técnicos e/ou dirigentes, que revele os nomes.

Servirá como uma catarse para ele.

TESE

Esse episódio lamentável me faz suspeitar que Dunga está querendo criar um ‘clima’ para justificar um fracasso que ele estaria pressentindo ser inevitável diante da falta de reforços e da qualidade discutível da equipe em algumas posições.

Ao contrário de Luxemburgo, que jamais pediria demissão, Dunga, orgulhoso e preocupado com sua imagem vencedora, é capaz de pedir as contas se não tiver uma equipe realmente competitiva.

RENATO

O jogo contra o Atlético Paranaense marca a estreia de Renato.

Não tenho dúvida de que o time vai jogar mais. O ambiente ficou mais arejado. Percebo um certo alívio no ar.

Os jogadores pareciam entrar em campo com um peso nas costas, de cara amarrada.

Não havia alegria no futebol que jogavam.

Eram burocratas da bola – com uma ou outra exceção – batendo o cartão ponto na entrada e na saída de campo.

Futebol, antes de tudo, é alegria, felicidade.

Penso que Renato é capaz de fazer o time jogar com a leveza de quem disputa um futevôlei em Ipanema, mas também com a responsabilidade de honrar a história e a tradição do Grêmio.

A indenização de Luxa e a 'arena' do Nóia

O polêmico Paulinho está publicando que o Grêmio vai pagar ‘apenas’ R$ 2,5 milhões de indenização ao V. Luxemburgo. O valor seria em torno de 8 milhões.

O pagamento ainda será em dez parcelas, segundo o jornalista.

Sinceramente custo a acreditar, mas se for verdade será muito bom para o Grêmio.

Confiram e tirem suas conclusões:

http://blogdopaulinho.wordpress.com/2013/07/03/gremio-enquadra-luxemburgo-com-dossie-de-falcatruas/

CERVEJA CAMPEÃ

E atenção, vem aí a cerveja 1983 – 30 Anos.

Trinta anos depois, Grêmio, Koff e Renato juntos novamente.

Merece ou não merece uma homenagem?

Edição limitadíssima.

NOVO HAMBURGO

E as arquibancadas móveis do Nóia abrigarão os traseiros dos torcedores colorados no Brasileirão.

Trata-se de uma obra de arquitetura moderna, com linhas arrojadas e de vanguarda, de causar inveja em arquitetos renomados como Oscar Niemeyer.

Normas internacionais de segurança foram observadas na construção dessa oitava maravilha.

Portanto, só poderia mesmo ser liberada rapidamente pelo Corpo de Bombeiros e Brigada Militar, sem qualquer esboço de reação do Ministério Público.

Ficamos assim, então: rigor mesmo só em relação à Arena. Por que será?

Confiram no cornetadorw e no link:

http://lucianobioblog.blogspot.com.br/2013/07/arquibancadas-moveis-em-nh.html

http://lucianobioblog.blogspot.com.br/2013/07/arquibancadas-moveis-em-nh.html

Renato e Koff juntos novamente

Trinta anos depois, dois dos principais responsáveis pela conquista do primeiro título mundo obtido por um clube gaúcho – a propósito, vem aí a cerveja 1983 – 30 anos – voltam a trabalhar juntos.

Fábio Koff e Renato Portaluppi. Um comandando no gabinete e arredores; outro, dentro de campo, infernizando a vida dos alemães na final em Tóquio e marcando os gols do título.

Falta só o cara que ajeitou o time com sabedoria: Valdir Espinosa. Com ele, teríamos a tríade vitoriosa. Seria interessante ver os três juntos em ação levando o Grêmio de novo ao lugar que lhe é de direito: o topo do futebol mundial.

Mas só a contratação de Renato, que chega com toda a disposição depois de um ano de férias aproveitando o lado bom da vida em Ipanema, já é estimulante, revigorante.

Na verdade, só o fato de o ar ter ficado respirável no Olímpico/Arena já é um grande avanço.

Acabou o budum.

Ainda falta limpar o vestiário, limpar a área para Renato começar a trabalhar sem os ‘encostos’.

Não sei se Renato poderá repetir a campanha espetacular do Brasileirão de 2010, a melhor do Grêmio nos pontos corridos. E uma das melhores, ou até a melhor, do Brasileirão entre todos os clubes.

Incrivelmente, há gremistas que desprezam esse período em que Renato fez um time ameaçado de rebaixamento reerguer-se como um herói ferido e sair abatendo os inimigos um a um.

A ingratidão também é uma marca do torcedor de futebol.

PROCURA-SE

Meu amigo Paulo McCoy escreve. Ele procura a revista Veja, edição 1669, que tem na capa nada menos e nada mais que o Luxemburgo. Manchete: ‘O caixa dois de Luxemburgo’.

Posso imaginar do que se trata. Mas seria interessante ler essa reportagem.

Alguém tem um exemplar?