A vitória do Grêmio sobre o líder do campeonato começou com Dida.
A frase é uma constatação, mas para alguns ecoa como uma provocação. Afinal, quem elogia Dida parece que está criticando Marcelo Grohe, o que é um absurdo em termos racionais. Mas é complicado exigir que o torcedor, acima de tudo paixão, consiga ser racional o tempo todo.
O Cruzeiro estava melhor. Mais uma vez o Grêmio se defendia sem demonstrar um mínimo de capacidade ofensiva. O meia Maxi Rodriguez sentiu na pele o que é ser o único articulador. Mesma situação enfrentada por Elano contra o Bahia. Pouco fez o meia uruguaio.
O Cruzeiro era quem mais próximo estava do gol. Mostrou por que se mantinha na liderança.
Aos 30 minutos, a história do jogo começou a mudar. O juiz conseguiu ver um pênalti de Bressan num lance em que Dida fez duas defesas fantásticas após a bola bater na trave. A bola bateu na mão de Bressan, que saltou meio atabalhoado. O que importa é que Dida defendeu. Uma grande defesa.
Penso que seus críticos – mais por conta de ser indicação de Luxemburgo e por entrar no lugar de Grohe, que vinha muito bem – talvez agora comecem a perceber que ali está um profissional que merece respeito.
Minutos depois, o volante Souza levou um amarelo por falta dura no campo de defesa do Grêmio. Mais adiante, ele puxou Barcos por trás e levou o segundo amarelo, e o vermelho.
Com um jogador a mais, o Grêmio ficou mais tranquilo e aos poucos foi assumindo o controle do jogo, o que acabou se consolidando no segundo tempo.
Renato esperou para ver os movimentos do Cruzeiro para só então começar as mudanças. A primeira delas, a entrada de Guilherme Biteco no lugar de Bressan, surtiu efeito quase que imediato. Aos 12 minutos, Guilherme cruzou para Rodolpho cabecear. O goleiro defendeu nos pés de Werley, que mandou para a rede.
O gol foi um alívio. Era um jogo difícil, o Cruzeiro marcava bem e tinha qualidade na frente. Qualquer vacilo…
O gol deu um alento ao torcedor que enfrentou com valentia a noite gelada.
Três minutos depois, Barcos recebeu na área um lançamento de Pará, que desviou na zaga. Com categoria, desviou do goleiro Fábio. Os 2 a 0 aqueceram mais que um copo de quentão.
O Cruzeiro deu um susto com o gol de Nilton – bom volante -, cobrando falta. A bola desviou na barreira e enganou Dida.
Kleber, que mais uma vez fazia uma partida com muita aplicação, fez o terceiro, aos 27, pegando rebote do goleiro após cobrança de falta de Alex Telles, o melhor jogador em campo.
O resultado coloca o Grêmio na ponta de cima, na briga pela liderança.
São duas vitórias seguidas, seis gols a favor, e um contra.
E isso que o time está sem Zé Roberto e Vargas.
Méritos do treinador, que aos poucos está colocando ordem na casa.
Falta muito para que se possa considerar o Grêmio um candidato forte ao título, mas o time ao menos começa a recuperar o moral e a elevar a auto-estima. A sua e a da torcida.